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Brasil cede à pressão da Bolívia e decide transferir embaixador

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Roberto-Pinto-Molina-Foto-Reprodução-FacebookEm meio a uma crise diplomática com o governo de Evo Morales, o Brasil decidiu transferir seu embaixador em La Paz para a Suécia. A medida, segundo apurou o Valor PRO – serviço de informação em tempo real do Valor —, ocorreu a pedido do governo boliviano, insatisfeito com a atuação do embaixador Marcel Fortuna Biato no caso do senador de oposição Roger Pinto, que está há mais de um ano refugiado na embaixada brasileira no país vizinho.

Nesta quarta-feira, 12, a Embaixada da Suécia no Brasil confirmou ao Valor que o país já concedeu o agrément (autorização formal) para que Biato ocupe o cargo em Estocolmo.

Rumores sobre a transferência do embaixador circulavam no Itamaraty desde que o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, e o ministro da Presidência boliviano, Juan Ramón Quintana, se reuniram em março para supostamente discutir assuntos comerciais, migratórios e de combate ao narcotráfico. O Valor apurou, no entanto, que Quintana pediu a Patriota a troca do embaixador em La Paz.

Na ocasião, os dois países criaram uma comissão bilateral para tentar encontrar uma solução para o caso do senador. A embaixada foi totalmente alijada desse processo, que é conduzido atualmente por diplomatas em Brasília.

Também após o encontro, Roger Pinto teve as visitas restritas a parentes próximos e a um advogado, aumentando o seu isolamento dentro da representação brasileira.

“Porta-voz da oposição”

Os bolivianos estão irritados com a condução dada por Biato ao imbróglio envolvendo o senador Roger Pinto, que chegou à embaixada brasileira em 28 de maio do ano passado.

Alvo de mais de 20 processos judiciais e dizendo-se perseguido político após ter denunciado o envolvimento de altas autoridades bolivianas com o narcotráfico, ele recebeu asilo político da presidente Dilma Rousseff dias depois, com base em documentação enviada pela embaixada.

Mas o presidente boliviano Evo Morales se nega, até hoje, a conceder o salvo-conduto para que Pinto deixe o país sem ser preso, classificando-o como um criminoso comum. Criou-se aí um mal-estar entre os dois países que ainda não tem solução.

Biato chegou a ser chamado de “porta-voz da oposição” pela ministra da Comunicação boliviana, Amanda Dávila, em julho do ano passado, após pedir ao governo Morales uma solução rápida para o caso.

Na mesma época, a presidente do Senado da Bolívia, Gabriela Montaño, afirmou que Biato estava transformando a Embaixada do Brasil em “refúgio de delinquentes”.

“Moeda de troca” por corintianos

Apesar de já ter recebido o agrément da Suécia, o nome de Biato pode encontrar dificuldades para ser avalizado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado. Diante de rumores sobre a saída de Biato da Bolívia, o presidente da comissão, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), já disse reiteradas vezes que não aprovaria uma nova nomeação, enquanto não houvesse solução para o caso do senador e o dos 12 torcedores brasileiros presos na Bolívia pela morte de um menor durante uma partida do Corinthians, em fevereiro.

Políticos governistas e opositores, além da imprensa, passaram a ligar os dois casos, dizendo que os corintianos estavam sendo usados como “moeda de troca” no caso do senador.

Sete torcedores acabaram libertados na semana passada, poucos dias após ter chegado ao Brasil a notícia de que a Suécia concedera o agrément a Biato, o que ocorrera em 31 de maio. Outros cinco permanecem detidos na cidade boliviana de Oruro.

Habeas corpus

No mês passado, o advogado Fernando Tibúrcio, representando o senador Roger Pinto no Brasil, entrou com um pedido de habeas corpus extraterritorial no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na ação, Tibúrcio pede que se dê um prazo de seis meses ao governo brasileiro para solucionar o tema, recorrendo a foros internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA).

No pedido, o advogado solicita junto ao STF um carro diplomático à disposição do senador, para que ele deixe o país. Pela Convenção de Viena, esses veículos são tão invioláveis quanto as embaixadas.

No último dia 29 de maio, Ferraço enviou ao Ministério das Relações Exteriores um convite para que Biato participe de uma audiência pública na comissão.

Uma fonte em Brasília, no entanto, disse que o Itamaraty “vem postergando uma resposta à Comissão de Relações Exteriores”, para evitar o “constrangimento” que causaria o depoimento de Biato, que “sempre teve uma postura muito crítica em relação à forma suave com que vem sendo respondidas as ‘agressões’ do Estado boliviano”.

Por Fabio Murakawa | Valor

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Operação Escudo: PMs viram réus acusados de matar homem desarmado

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Policiais da Rota durante Operação Escudo
Reprodução/Polícia Militar do Estado de São Paulo

Policiais da Rota durante Operação Escudo

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) aceitou, nesta quarta-feira (24), a denúncia do Ministério Público (MP) contra dois da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) , a tropa de elite da PM paulista. Ambos se tornaram réus por matar um homem desarmado, em 29 de julho de 2023, durante a Operação Escudo , realizada no Guarujá, em São Paulo.

A denúncia afirma que os policiais Rafael Perestrelo Trogillo e Rubem Pinto Santos teriam matado Jefferson Ramos Diogo, de 34 anos, com quatro tiros que atingiram queixo, costas, perna esquerda e braço direito, em uma favela localizada na rua Quatro.

Além disso, os dois agentes da Rota são acusados de plantar uma pistola no local do assassinato. Segundo o depoimento dos policiais, o homem teria apontado uma arma aos policiais após avistar a viatura em que estavam. Depois disso, eles teriam disparado oito tiros de fuzil contra a vítima.

No Boletim de Ocorrência, ambos afirmaram que Jefferson não conseguiu reagir. Porém, o B.O foi atualizado, contendo a informação “troca de tiros”. Com as versões conflitantes, o MP decidiu denunciar os agentes.

Esta não é a primeira vez que agentes da Operação Escudo viram réus. Em dezembro, dois policiais foram denunciados por um duplo homicídio no Guarujá .

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Fonte: Nacional

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Radioagência Nacional vence Prêmio de Jornalismo do Poder Judiciário

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A série de reportagens Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Radioagência Nacional, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), foi a vencedora na categoria jornalismo de áudio no eixo 3 do I Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário – 35 anos da Constituição Cidadã. A premiação foi entregue nesta quarta-feira (24), no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

De autoria de Eliane Pereira Gonçalves e equipe, a série aborda os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, completados em 2023, e como está sendo aplicada. O prêmio é dividido em cinco eixos, relacionados a diferentes tribunais superiores. O trabalho da Radioagência Nacional foi premiado no eixo 3, do Superior Tribunal de Justiça. 

Na cerimônia, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, destacou o importante papel dos veículos de comunicação no combate à desinformação, aos discursos de ódio e teorias conspiratórias. “Nós nunca precisamos tanto da imprensa como nós estamos precisando agora”, disse. 

A EBC foi finalista em outras categorias, com quatro episódios do programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, e um especial da Rádio Nacional de Brasília.

Ao todo, foram 261 trabalhos inscritos nas categorias disponíveis. As comissões julgadoras, constituídas pelos tribunais, foram compostas por ministros, juristas especializados e profissionais da imprensa. 

O prêmio é uma ação conjunta do Supremo Tribunal Federal (STF), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Superior Tribunal Militar (STM) para celebrar o 35º aniversário da Constituição Federal de 1988 (comemorado em 5 de outubro do ano passado) e promover uma reflexão sobre os direitos que ela assegurou.

Fonte: EBC GERAL

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A cada 8 minutos há um registro de estupro contra mulheres no país

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Em 2022, foram registradas 67.626 ocorrências de estupros em mulheres no Brasil. “Isso equivale a, aproximadamente, um estupro a cada 8 minutos no país”, descreve a edição deste ano do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam), lançado hoje (24), em Brasília, pelo Ministério das Mulheres.

Conforme o documento, o Sudeste, região mais populosa do país, teve o maior número de ocorrências de estupro, somando 22.917 casos. Em seguida, ficou a região Sul, com 14.812 ocorrências. No Nordeste, foram registrados 14.165 estupros; no Norte, 8.060 casos; e no Centro-Oeste, 7.672 episódios desse tipo de violência.

O Raseam faz a compilação de estatísticas de pesquisas e registros administrativos de diferentes fontes. Os dados sobre estupro das mulheres, por exemplo, são do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O relatório também utiliza de informações produzidas do Ministério da Saúde, dos Esportes, da Justiça Eleitoral, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e (Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaI (BGE).

Os dados de diferentes fontes podem ter complementariedade. Sobre o estupro, a Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar Contínua, do IBGE, sugere que a alta ocorrência dessa forma de violência contra as mulheres está refletida na percepção de risco. Uma em cada cinco mulheres entrevistadas em 2021 relatou sentir “risco médio ou alto de ser vítima de agressão sexual.”

O relatório assinala que “a violência contra as mulheres é uma instituição social, que funciona como um mecanismo mantenedor de relações sociais de dominação e exploração.” Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, contabilizados nos atendimentos ambulatoriais e hospitalares, somaram 344.242 registros de violência sexual, doméstica e outras formas de violência. Sete de cada dez desses episódios ocorreram contra as mulheres.

Agressão

As estatísticas da Saúde ainda revelam que o principal local de agressão contra mulheres adultas, de 20 a 59 anos de idade, naquele ano foi a própria residência: 73% dos episódios, contra 14,5% de ocorrências em vias públicas e 3,2% em bares e restaurantes.

Quanto à situação conjugal, 44,7% das mulheres vítimas de violência na mesma faixa etária eram solteiras; 42,4% estavam casadas; e 10,6% eram solteiras. Os homens foram “os principais agressores de mulheres” nos registros do Sinan. “No ano de 2022, em 77,2% dos casos registrados, os agressores eram do sexo masculino”, revela o documento.

Mulheres negras 

O Censo Populacional de 2022 verificou que o maior grupo do Brasil, cruzando cor e gênero, é composto por mulheres negras (pardas e pretas), 54,5%. Elas também formam o grupo mais exposto à violência sexual, doméstica e outras formas de violência. Dados da Saúde mostram que, naquele ano, 47,9% das vítimas eram negras e 11,9% eram pretas – um total de 59,8%. Mais de 38% das mulheres agredidas eram brancas e quase 1% delas eram indígenas.

A taxa de mortalidade por assassinato de mulheres em 2022 foi de 3,2 casos por cem mil habitantes. O grupo etário mais exposto a homicídio são mulheres jovens, de 20 a 24 anos – 6,4 mortes por cem mil habitantes. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (Ministério da Saúde), 66,7% das vítimas eram negras – 60,3%, pardas; e 6,4% pretas. O total registrado das mulheres negras foi mais que o dobro das brancas: 32%.

O Relatório Anual Socioeconômico da Mulher traz 270 indicadores em sete eixos temáticos. Além dos dados relativos ao eixo temático “enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres”, o estudo mostra que as mulheres negras enfrentam condições mais adversas que as mulheres brancas e os homens de todas as cores em outras situações, como por exemplo no mercado de trabalho.

Força de trabalho feminina 

Quase 54% das mulheres e meninas brancas (14 anos ou mais) participavam do mercado de trabalho em 2022, e entre as mulheres pretas ou pardas a taxa era de 51,3% (dados da Pnad Contínua). A taxa de participação da força de trabalho feminina foi de 52,5%, enquanto a dos homens foi de 71,9%.

A taxa de informalidade foi maior entre mulheres e meninas pretas ou pardas: 42,8% contra 32,6% das mulheres e meninas pretas ou pardas. Como consequência, o rendimento do trabalho também revela discrepâncias, conforme o relatório do Ministério das Mulheres.

“Mesmo quando as mulheres estão ocupadas no mercado de trabalho, as desigualdades aparecem em sua menor remuneração. O rendimento-hora médio das mulheres era de R$ 16 no segundo trimestre de 2022, abaixo do estimado para os homens, de R$ 18. Homens brancos ganhavam em média R$ 23 por hora, e as mulheres brancas, R$ 19. Na comparação entre homens e mulheres de cor preta ou parda, a diferença era um pouco menor, R$ 2 por hora em média.”

A Lei 14.611/2023, estabelece que “a igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens para a realização de trabalho de igual valor ou no exercício da mesma função é obrigatória.” A norma prevê que na hipótese de discriminação por motivo de sexo e raça – assim como etnia, origem ou idade – caberá o pagamento das diferenças salariais devidas à pessoa discriminada, além de indenização por danos morais.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC) ingressaram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a Lei 14.611/2023.

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, presente ao lançamento do relatório, buscar a igualdade entre homens e mulheres faz parte do “processo civilizatório.”Se queremos democracia em um país civilizado, nós precisamos ter democracia, nós precisamos ter igualdade e nós precisamos ter justiça social”, disse a ministra.

Fonte: EBC GERAL

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