Brasil
Disparada do dólar deixa brasileiro mais pobre
O Estado de S. Paulo
Com o salto na cotação da moeda americana e a retração na economia, PIB per capita tende a cair de US$ 11,6 mil em 2014 para US$ 8 mil neste ano
Com a recessão se aprofundando, o desemprego em alta e a renda em baixa, não havia dúvida de que o brasileiro perderia poder aquisitivo neste ano. Na semana que passou, porém, ficou claro que outro componente pode comprometer ainda mais o fôlego financeiro no Brasil: a insistente alta do dólar.
A moeda americana fechou a sexta-feira cotada a R$ 3,51,uma elevação de 2,72% na semana e de quase 32% no ano. Haverá um baque inevitável sobre a economia. Na média, a estimativa é que a capacidade de cada brasileiro de criar e de usufruir da riqueza do País vai cair de US$ 11,6 mil, no ano passado, para a casa de US$ 8 mil.
O efeito do câmbio já vinha corroendo o poder de compra dos brasileiros, dentro e fora das fronteiras. Em janeiro, quem foi a Nova York e comprou o modelo top de linha do iPhone 6 Plus, desbloqueado, pagou pouco menos de R$ 2,3 mil. Para adquirir o mesmo celular na última sexta-feira, um brasileiro em visita aos Estados Unidos pagou praticamente R$ 3 mil, apenas por causa da variação do câmbio neste ano.
Aqui no Brasil, no mercado interno, o dólar se entranha sutilmente nos serviços e nos produtos. Nada menos do que 23 de cada 100 produtos vendidos no País são importados (inteiramente ou parte deles). Até 77% do insumo de eletrônicos, como computadores e televisores de LCD, e mais da metade dos insumos de produtos farmacêuticos, como remédios, são importados, e vêm tendo reajustes.
Perda de riqueza. Uma maneira de medir ganhos e perdas da população com o câmbio é converter, para dólares, o Produto Interno Bruto per capita (PIB per capita). A conta é simples. O PIB, que indica a geração de riqueza de um País (criada por pessoas, empresas, governo, pela exportação), é dividido pelo número total de habitantes.
Neste ano, é consenso que o PIB do Brasil vai encolher. A população, porém, continua aumentando. Numa analogia, o bolo vai ser menor, mas há mais gente à espera de um pedaço. A única forma de dividir é dando pedaços menores para cada um. Assim, quando o PIB cai, o PIB per capita cai mais ainda.
A estimativa do PIB per capita de 2015, a pedido do Estado, foi feita pelo economista Claudio Considera, professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador associado do Núcleo de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Segundo os cálculos de Considera, em valores de 2014, o PIB per capita tende a passar de R$ 27,2 mil, no final do ano passado, para R$ 26,4 mil neste ano. Na média, é como se cada brasileiro deixasse de gerar e de usufruir de R$ 830 reais de um ano para outro. “É claro que, dependendo do emprego e da renda, alguns brasileiros vão ficar bem mais pobres do que outros, mas na média todos nós ficaremos mais pobres”, diz Considera.
O PIB per capita é calculado em reais. No entanto, costuma ser convertido para dólar para permitir uma comparação com o desempenho entre países. O efeito do câmbio neste ano será desalentador. A perda vai ser ainda maior do que a vista em reais. O PIB per capita tende a passar de US$ 11,6 mil, segundo dado divulgado pelo Banco Mundial em relação a 2014, para cerca de US$ 8 mil, considerando que, após os solavancos vistos, o dólar termine o ano cotado a R$ 3,22, média projetada por analistas de mercado no último Boletim Focus, do Banco Central. Visto assim, é como se quase US$ 4 mil da riqueza de cada brasileiro fosse pulverizada.
“O PIB per capita dá uma ideia da geração de riqueza por habitante”, diz Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. “Quando ocorre uma queda na geração dessa riqueza, como a gente está vendo neste ano e poderá ver no próximo, a perda por habitante é ainda maior – a percepção de deterioração da economia se acentua”, diz Vale. A MB projeta uma queda de 2,1% para o PIB neste ano. Vale estimou que, por esse parâmetro, a queda do PIB per capita em 2015 tende ficar em 2,9%.
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Milhares de indígenas marcham em Brasília
Milhares de indígenas e apoiadores participaram, na manhã desta terça-feira (23), de uma caminhada pela área central de Brasília. A marcha faz parte da programação do Acampamento Terra Indígena (ATL) – mobilização que, anualmente, reúne milhares de participantes de centenas de etnias na capital federal e que começou, oficialmente, nessa segunda-feira (22).
Este ano, o ATL está na 20ª edição. Segundo dirigentes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), entidade organizadora do acampamento, a expectativa é atrair cerca de oito mil representantes de mais de 200 etnias, além de integrantes de organizações sul e centro-americanas e da Indonésia, superando os resultados anteriores.
Portando faixas e cartazes, os participantes deixaram o acampamento montado no Eixo Monumental, ao lado do Centro Ibero-Americano de Culturas (antigo Complexo Cultural da Funarte) por volta das 9 horas da manhã.
Demarcação
Após ocuparem parte da principal via de Brasília, os manifestantes seguiram sob sol forte em direção ao Congresso Nacional, a cerca de quatro quilômetros de distância. Acompanhados por um carro de som, o grupo pedia que o Estado brasileiro conclua os processos de demarcação dos territórios tradicionais indígenas e garanta os direitos constitucionais dos povos originários, como o acesso à saúde e educação de qualidade, entre outras reivindicações.
Muitos dos participantes exibiam pinturas corporais e usavam adereços tradicionais característicos de seus povos, mas, por força de um acordo com autoridades de segurança pública do Distrito Federal, foram orientados a não portarem lanças, bordunas e arcos e flechas durante a marcha.
“Esta é uma marcha de luta, de resistência, para reivindicarmos ao governo brasileiro, ao Estado, aos Três Poderes [Executivo, Legislativo e Judiciário], que avance em nossos direitos. Principalmente em relação à demarcação das terras indígenas”, disse Kleber Karipuna, um dos coordenadores-executivos da Apib, durante a caminhada.
Os manifestantes se aproximaram do Congresso Nacional pouco depois das 10h30 e ocuparam o gramado central do Eixo Monumental, onde se espalharam para acompanhar a transmissão da cerimônia que a Câmara dos Deputados realiza esta manhã, em homenagem aos 20 anos do Acampamento Terra Livre.
Fonte: EBC GERAL
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Dia Nacional do Choro é celebrado no Rio
Declarado patrimônio cultural imaterial do Brasil em fevereiro deste ano, o choro tem seu dia nacional celebrado nesta terça-feira (23). Para comemorar a data, é tradição a realização de uma roda musical inusitada no Rio de Janeiro.
Músicos e fãs do choro se reúnem na icônica Central do Brasil e embarcam em um trem com destino a Olaria, bairro da zona norte da cidade, que era reduto de Pixinguinha, um dos maiores representantes do gênero musical.
Dentro das composições, chorões (músicos que executam o choro) tocam canções do gênero surgido no Rio e tocado por várias gerações, como Carinhoso, de Pixinguinha e Braguinha.
Músicos mais novos
Organizador do Trem do Choro, que está em sua 11ª edição, Luiz Carlos Nunuka destaca que o estilo musical continua atraindo a atenção dos músicos mais jovens.
“Existe o interesse principalmente dos jovens [pelo choro]. O choro tem uma complexidade que a pessoa que aprende a tocá-lo realmente toca qualquer tipo de gênero musical”, explica Nunuka.
*Com informações de Cristiane Ribeiro, repórter do Radiojornalismo
Fonte: EBC GERAL
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Brasil deve enfrentar onda de calor no fim do mês; veja áreas afetadas
O Brasil irá enfrentar uma nova onda de calor , prevista para o fim do mês de abril, segundo o Climatempo. Esta será a quarta onda de calor desde o início do ano, desta vez provocada por uma área de alta pressão na média atmosfera que atuará como um bloqueio, favorecendo a manutenção do ar seco e quente, resultando em altas temperaturas.
Essa massa de ar quente se acumulará sobre o Mato Grosso do Sul e Paraná, e lentamente migrará para o leste da região Sudeste do país entre o fim de abril e início de maio. Este sistema ficará praticamente estacionado sobre áreas do centro-sul brasileiro por vários dias, dificultando a chegada de frentes frias para o Centro-Oeste e Sudeste. Como resultado, o ar seco será mantido, e o ar quente será intensificado.
Capitais como Campo Grande, Cuiabá, Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte devem observar uma elevação nas médias climatológicas durante o mês de abril.
Por exemplo, as médias de temperatura para o mês de abril nessas capitais devem ser em torno de:
- • Campo Grande: 29ºC
- • Cuiabá: 33ºC
- • Goiânia: 31ºC
- • São Paulo: 26.6ºC
- • Belo Horizonte: 27.6ºC
Em especial, a onda de calor afetará a faixa central e oeste de São Paulo, noroeste do Paraná, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro e sul de Goiás, onde as temperaturas devem atingir ou superar os 35º C em vários pontos.
Além das tardes escaldantes, as noites também devem permanecer abafadas para esta época do ano, especialmente no Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste de São Paulo, devido à circulação do ar quente próximo à transição de abril para maio.
Por outro lado, em áreas como Minas Gerais, partes do leste de São Paulo, Goiás e Distrito Federal, as temperaturas mínimas podem cair mais devido à subsidência e à falta de umidade no ar, resultando em uma grande diferença entre as temperaturas máximas e mínimas durante o dia.
Espera-se que esse padrão de calor persista em grande parte do centro-sul do Brasil até pelo menos o dia 2 de maio, com possibilidade de continuar além desse período.
Veja dicas para amenizar os impactos da onda de calor
- Mantenha-se hidratado: Beba bastante água ao longo do dia para evitar a desidratação. Evite bebidas com cafeína ou álcool, pois podem aumentar a desidratação.
- Use roupas leves e respiráveis: Opte por roupas de algodão ou outros tecidos leves e soltos que permitam a circulação de ar e ajudem a manter o corpo fresco.
- Evite atividades ao ar livre durante o pico de calor: Se possível, evite atividades ao ar livre durante as horas mais quentes do dia, geralmente entre as 10h e as 16h. Se precisar sair, use protetor solar e um chapéu de abas largas.
- Mantenha sua casa fresca: Mantenha as cortinas fechadas durante o dia para bloquear a entrada de luz solar direta. Use ventiladores ou ar condicionado, se disponíveis, para manter sua casa fresca. Considere passar algum tempo em locais com ar condicionado, como shoppings ou bibliotecas.
- Refresque-se com banhos ou compressas frias: Tome banhos frios ou use toalhas molhadas e compressas frias para reduzir a temperatura do corpo.
- Evite refeições pesadas e quentes: Opte por refeições leves e frias, como saladas, frutas e sanduíches, em vez de alimentos pesados e quentes que podem aumentar o calor do corpo.
- Monitore os sinais de superaquecimento: Esteja atento aos sintomas de superaquecimento, como tonturas, fraqueza, náuseas, dor de cabeça e pele vermelha e quente. Se sentir algum desses sintomas, procure um local fresco e beba água imediatamente.
- Mantenha-se informado sobre alertas meteorológicos: Esteja ciente de quaisquer avisos ou alertas de calor emitidos pelas autoridades locais e siga suas recomendações para se manter seguro durante a onda de calor.
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Fonte: Nacional