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Brasil

Ex-gerente da Petrobras diz ter alertado Graça Foster pessoalmente

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Venina afirma ter denunciado irregularidades em contratos desde 2008.
Em entrevista ao Fantástico, ela fez apelo para funcionários denunciarem.

Venina Velosa fala ao 'Fantástico' que entregou denúncias na área de Comunicação a Graça - Agência O Globo

Venina Velosa fala ao ‘Fantástico’ que entregou denúncias na área de Comunicação a Graça – Agência O Globo

G1-Globo

Os avisos dados por Venina Velosa da Fonseca a Graça Foster sobre irregularidades na Petrobras não foram só por e-mail. A ex-gerente da estatal também teve um encontro pessoal com a atual presidente da empresa quando Graça era diretora de Gás e Energia. No encontro, Venina entregou a Graça documentos sobre denúncias na área de Comunicação. A declaração foi feita por Venina em entrevista exibida ontem no “Fantástico”, da TV Globo.

A ex-gerente revelou também e-mail que enviou a Graça em outubro de 2011; nele, Venina diz que gostaria de conversar com ela “olhando direto nos seus olhos”. Perguntada sobre a declaração de Graça na última quarta-feira de que ela não teria entendido os e-mails, a ex-gerente diz que, como gestora, teria procurado uma explicação — e que Graça tinha acesso a ela e liberdade suficiente para buscar esclarecimentos sobre as questões levantadas.

Venina Velosa fala ao ‘Fantástico’ que entregou denúncias na área de Comunicação a Graça – Agência O Globo

Venina também falou do impacto que o envolvimento de seu nome nas denúncias teve em sua família, e das ameaças que passou a sofrer. Além disso, quando era diretora de Gás da estatal, Graça Foster, segundo a ex-gerente, teria assinado contrato com seu ex-marido.

PRIMEIRAS DENÚNCIAS

“Desde que eu percebi que havia irregularidades na minha área. Isso aconteceu em 2008. Desde 2008, eu venho reportando esses problemas aos meus superiores, o que culminou agora eu estar levando essa documentação toda ao Ministério Público”.

IRREGULARIDADES

“São vários tipos. Irregularidades de pagamento de serviço não prestado de contratos que, aparentemente, estavam superfaturados; de negociações que eram feitas onde eram solicitadas comissões para pessoas que estavam negociando e uma série de problemas que feriam o código de ética e conduta da empresa”.

CONHECIMENTO

“(Informei) A todos os meus superiores. Informei ao gerente executivo, aos diretores e até a presidente da empresa. Num primeiro momento, em 2008, como gerente executiva, eu informei ao então diretor (de Abastecimento) Paulo Roberto Costa (em prisão domiciliar). Informei a outros diretores como a Graça Foster (atual presidente da Petrobas e ex-diretora de Gás e Energia) e, em outro momento, como gerente geral, eu informei aos meus gerentes executivos, José Raimundo Brandão Pereira (ex-gerente executivo, destituído do cargo em abril deste ano) e o Abílio (Paulo Pinheiro Ramos, gerente executivo). Informei ao diretor (José Carlos) Cosenza (atual diretor de Abastecimento). Informei ao presidente (Sérgio) Gabrielli (ex-presidente da Petrobras e antecessor de Graça Foster). Informei a todas a pessoas que eu achava que podiam fazer alguma coisa para combater aquele processo que estava se instalando dentro da empresa”.

E GRAÇA FOSTER

“Eu estive com a presidente pessoalmente quando ela era diretora de Gás e Energia. Naquele momento, nós discutimos o assunto. Foi passada a documentação para ela sobre processo de denúncia na área de comunicação. Depois disso, ela teve acesso a essas irregularidades nas reuniões da diretoria executiva. Eu era responsável, como gerente executiva corporativa, pelo orçamento. O que significa isso? Esse projeto vai dar lucro ou prejuízo? No final das contas, é isso que a empresa quer”.

COMPREENSÃO DO EMAIL

“Se isso não está suficientemente claro, eu como gestora buscaria uma explicação, principalmente de uma pessoa que eu tinha muito acesso. Nós tínhamos muito acesso, éramos próximas. Então ela teria toda liberdade de falar: ‘Venina, o que está acontecendo?’ ”.

ESQUARTEJAMENTO DE PROJETOS

“Você tem uma refinaria. São várias unidades que são construídas. Então, você tem várias formas de fazer a contratação. Você facilita ou dificulta a fiscalização. Em nenhum momento, se não houve a compreensão do que eu estava falando, fui chamada a dar esclarecimento sobre o assunto. Então, teve esse momento, e teve agora, no fim da minha gestão em Cingapura que eu fiz relatório em toda minha área de gestão, resultados bons”.

ENCONTRO COM PAULO ROBERTO

“Esse evento aconteceu quando eu fui apresentar o problema que ocorreu na área de comunicação. Eu cheguei na sala dele e falei: ‘olha, aqui tem só uma amostra do que está acontecendo na área’. Eram vários contratos de pequenos serviços onde nós não tínhamos conhecimento do tipo de serviço, mostrava esquartejamento do contrato. Naquele momento, eu falei: ‘eu nunca soube, estou sabendo isso agora e acho que é muito sério e temos que tomar atitude’. Aí, ele pediu que eu procurasse o gerente responsável e pedisse para que ele parasse. Eu falei: ‘ele já fez, não tem como eu chegar agora e falar vamos esquecer o que aconteceu e vamos trabalhar diferente’. Existe um fato concreto que tinha que ser apurado e investigado. Nesse momento ele ficou muito irritado. A gente tava sentado na mesa da sala dele. Ele apontou para o retrato do Lula, apontou para direção da sala do Sérgio Gabrielli e perguntou: ‘Você quer derrubar todo mundo?’. Eu fiquei assustada e disse: ‘Olha eu tenho duas filhas, tenho que colocar a cabeça na cama e dormir e no outro dia eu tenho que olhar nos olhos delas e não sentir vergonha’ ”.

PRESSÃO

“Durante esse processo todo da comunicação, eu fui muito assediada, fui muito pressionada. O tempo todo havia assistentes do presidente, assistentes dos diretores na minha sala falando: ‘Tem muita gente envolvida, você não pode tratar essa questão dessa forma’. Então, quando a gente conduziu todo o processo, eu tinha que formatar, fazer um documento final para que ele fosse encaminhado para as áreas que teriam que tomar as ações e, na verdade, o que estava ocorrendo era uma pressão grande para que isso não fosse feito. Eu fui lá não pra pedir para formatar. Foi pra falar o seguinte: o que que eu faço? Para quem que eu mando? Diretor? Na verdade, era para pedir conselho. O que eu fiz foi emitir um documento para a diretoria que é quem teria que tomar as ações, copiando o Jurídico e o diretor de Abastecimento”.

AFASTAMENTO

“Depois que eu apurei essa questão da área de comunicação, depois desse processo todo da área de comunicação, a gente recebeu várias ameaças por telefone. As minhas filhas deveriam ter 5 e 7 anos. Eram bem novas. Tiveram outros momentos mais difíceis. A opção que eles fizeram em 2009 foi me mandar para o lugar mais longe possível, onde eu tivesse o menor contato possível. Aparentemente, eu estaria ganhando um prêmio indo pra Cingapura, mas o que aconteceu realmente foi que, quando eu cheguei lá, me foi dito que eu não poderia trabalhar, que eu não poderia ter contato. Quando me foi informado que seria afastada da minha função, o que foi dito pela Petrobras é que não existia claramente nenhum dolo, nenhum problema. Quando me foi informado, primeiro eu fiquei sabendo pelos jornais, depois o gerente executivo me ligou e eu perguntei: quais as razões? O que ele me respondeu foi o seguinte: estou passando o recado do diretor. Ai eu disse: ‘então, por favor, me passa o telefone do diretor que eu vou perguntar as razões’. O diretor me ligou dizendo que eu estava sendo afastada por falhas em procedimentos administrativos, mas que ele não tinha lido o relatório direito, mas que ia conversar e me dar uma resposta. Eu vendo que não tinha clareza nos motivos, como não sabia o motivo, não me foi dado direito de defesa e não foi me dada informação. Foi aí que eu encaminhei relatório para a presidente Graça perguntando o que tava acontecendo. Para a minha surpresa, na sexta de manhã eu recebo um documento com a minha saída e, na parte da noite, eu recebo um e-mail da presidente pedido para que o diretor jurídico verificasse as providências”.

ADITIVOS

“Nenhuma área de negócio, não só a minha, nenhum gerente executivo, não só eu, assina contrato ou aditivo. Todos os contratos ou aditivos são negociados e assinados pela área de serviço”.

CUMPLICIDADE

“Eu trabalhei junto com Paulo Roberto, isso eu não posso negar. Trabalhei na diretoria de Abastecimento a partir de 2005. Eu diria que, de 2005 a 2006, foi um trabalho muito voltado para melhoria da gestão de abastecimento que culminou no prêmio nacional de responsabilidade. Eu trabalhei com Paulo Roberto. Esse documento se refere à época desse problema da comunicação que eu falei. Quando começamos a trabalhar, eu falo isso para todos que sou subordinada: eu só trabalho mediante os procedimentos e código de ética. Não trabalho se tiver que contrariar isso. Então, quando começou a acontecer, foi o caso do desvio da comunicação. Então, o que eu quis dizer foi: você está me assediando, eu não vou fazer isso, e o desgaste foi muito grande e a história toda já foi contada. Em momento nenhum eu cedi. Se eu tivesse participado de algum esquema, eu não estaria aqui hoje. Eu não teria feito a denúncia. Não teria ido ao Ministério Público e entregue o meu computador com todos os documentos que eu tenho desde 2002”.

CÓDIGO DE ÉTICA

“Na verdade, as atitudes (que levaram ao afastamento do cargo) não foram fora da ética, nem fora da norma. Foram atitudes pouco corriqueiras para um empregado que quer ver as coisas sendo feitas da forma correta, por um empregado que quer denunciar as coisas escrevendo. Eu escrevi. Eu não entrei na sala e falei, eu registrei. Quando eles falam que eu estou fazendo uma coisa fora do código de ética… Denunciar irregularidade é fora do código de ética?”.

FAMÍLIA

“Eu tinha uma família, sim. Um apartamento, marido, duas filhas. Simplesmente o que eles fizeram foi me afastar do meu país, das empresas que eu tanto gostava, dos meus colegas de trabalho. Eu fui para Cingapura, eu não vi minha mãe adoecendo. Minha mãe ficou cega, fez transplante de coração, eu não pude acompanhar. Meu marido não pode mais trabalhar, ele teve que retornar. Eu fui o tempo todo pressionada para fazer coisas que não eram dentro do código de ética da empresa, a única coisa que me sobrou foi meu nome e quando eu vi que eles colocaram meu nome associado a coisas que eu não fazia eu chamei minhas duas filhas e falei ‘ou eu reajo e tento fazer, limpar meu nome, ou vou deixar isso acontecer, a gente vai ter uma certa tranquilidade agora e o trator vai passar por cima depois. O que vamos fazer?’ E minhas filhas falaram ‘vamos reagir’. ”

 

CONTRATOS COM O EX-MARIDO

“Na verdade, foram dois contratos, um em 2004 e outro em 2006. Eu me casei em 2007 e a condição para assumir o relacionamento era que o contrato fosse descontinuado. No momento que a gente assumiu a relação, a condição foi: vamos interromper porque tem conduta de ética dentro da Petrobras e minha de que eu não posso continuar. E isso foi feito com parecer jurídico. Agora, só posso dizer que a empresa (dele) é muito competente. Não fui só eu que fiz. A atual presidente, quando trabalhava na diretoria de Gás, também assinou contrato com ele e depois, em 2008, também assinou contrato com a empresa para fazer integração dos modelos de gestão das termoelétricas. Ela fez isso com base nas características técnicas”.

IR ATÉ O FIM

“Eu vou até o fim, sim. Eu também tenho muito medo. Eu não posso falar que eu não tenho, porque no momento que você denuncia, ao invés de ver respostas para as denúncias, você vê, simplesmente, a empresa tentando o tempo todo falar: ‘você não é competente, fez um monte de coisa errada’. O tempo todo as pessoas tendo que responder, mostrando documentos, que aquilo não é verdade. É uma máquina que passa por cima da gente. Eu tenho medo? Eu tenho, mas eu não vou parar. Eu espero que os empregados da Petrobras — porque eu tenho certeza que não fui só eu que presenciei — criem coragem e comecem a reagir. Nós temos que fazer isso para poder, realmente, fazer a nossa empresa ser de volta o que era. A gente tem que ter orgulho. Os brasileiros têm que sentir orgulho dessa empresa. Eu vou até o fim e estou convidando vocês para virem também”.

OBJETIVO

“O que eu quero é uma empresa limpa. O que eu quero é que os funcionários da Petrobras possam sentir orgulho de trabalhar nessa empresa. O que eu não quero é ouvir o que a gente ouve quando entra no táxi e fala assim: ‘O senhor pode me deixar ali na Petrobras?’. Aí vem a brincadeira: ‘Você vai lá pegar seu trocado?’. Eu não quero isso. O corpo técnico não merece isso. Por isso é que eu estou aqui passando por todo esse desgaste que não é pequeno para gente conseguir reerguer essa empresa novamente”.

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Internet redefine o cenário do consumo de notícias no Brasil

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Internet redefine o cenário do consumo de notícias no Brasil
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Internet redefine o cenário do consumo de notícias no Brasil


Numa mudança dinâmica, o cenário do consumo de notícias no Brasil está evoluindo rapidamente, impulsionado pelo amplo acesso à internet e pelas mudanças nos hábitos de consumo de informação da população. Cada vez mais, os brasileiros buscam se manter informados por meio de canais digitais, com destaque para portais de notícias e plataformas de mídia social.

“79% dos brasileiros agora recorrem a fontes online para notícias, superando a televisão pela primeira vez como o principal meio de acesso às notícias”, revela Fabricio Vieira, CEO da Lenium, citando uma pesquisa do Datafolha de 2023.

Com 79% dos brasileiros confiando em fontes online para notícias, a internet tornou-se o destino principal para informações, marcando uma mudança significativa nos padrões de consumo de mídia. A facilidade de criação de sites aliada à demanda por informações locais impulsionou o crescimento dos portais de notícias regionais, atendendo às necessidades específicas de cada comunidade.

O mercado de portais de notícias está passando por uma transformação com o surgimento de modelos de negócios inovadores, como assinaturas, conteúdo patrocinado e publicidade direcionada, visando garantir a sustentabilidade financeira dos veículos de comunicação. Passando mais de 9 horas por dia online, o brasileiro médio dedica 3 horas e 23 minutos ao consumo de conteúdo online, com 42 minutos dedicados ao consumo de notícias.

Fabricio, CEO da Lenium, ressalta ainda que os temas de notícias locais e regionais representam 37% do total de consumo de notícias. “Hoje os portais regionais têm uma importância gigantesca, principalmente em fornecer informações personalizadas e relevantes para as comunidades”, pontua.

As notícias são acessadas por meio de várias plataformas, incluindo sites de notícias (76%), mídias sociais (76%) e aplicativos de mensagens (61%), destacando a necessidade de os portais de notícias adotarem uma estratégia multicanal para alcançar seu público.

Discernir entre notícias reais e falsas continua sendo um desafio significativo para os consumidores brasileiros de notícias online, com apenas 42% expressando confiança nas notícias que consomem. Isso enfatiza a necessidade de portais regionais comprometidos com a precisão e qualidade do jornalismo.

Startups brasileiras

A startup brasileira, Lenium surge como uma solução inovadora para os desafios enfrentados pelo mercado de portais de notícias regionais no Brasil. A plataforma oferece uma solução abrangente para a criação, gerenciamento e monetização de portais de notícias, adaptada à realidade do público brasileiro.

A Lenium oferece uma ampla variedade de temas de portais prontos e personalizados, adaptados à cultura e identidade visual do público regional. Segundo Fabrício, a plataforma é intuitiva e acessível, permitindo que qualquer pessoa, mesmo sem experiência técnica, crie e gerencie seu portal de notícias.

A Lenium fornece ferramentas completas para gerenciamento de conteúdo, edição de textos, publicação de notícias, integração com mídias sociais e análise de dados, tudo projetado para atender às necessidades dos portais regionais.

Fonte: Nacional

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De 71 países, apenas 2 e União Europeia não criminalizam desinformação

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Um estudo publicado nesta terça-feira (23) pela Coalizão Direitos na Rede (CDR), grupo que reúne mais de 50 organizações acadêmicas e da sociedade civil, analisou 104 leis de 71 países ou blocos regionais e identificou que em apenas três deles – Paquistão, França e União Europeia – as legislações não criminalizam a disseminação de desinformação no ambiente digital.

O relatório foi lançado na Câmara dos Deputados, em parceria com movimentos sociais e parlamentares que defendem a regulação das plataformas no Brasil. 

De acordo com o estudo, várias leis foram criadas para criminalizar a disseminação de notícias falsas após a pandemia da covid-19. Desde 2016, ao menos 57 leis em 44 países foram criadas nesse sentido. 

A coalizão alerta, entretanto, que a criminalização da disseminação de notícias falsas pode prejudicar a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão e ser utilizada para reprimir adversários políticos.

“Essas legislações compartilham a característica de uma linguagem abrangente, voltada para combater a disseminação de desinformação e a propagação de notícias falsas. Por isso, muitas delas revelaram implicações prejudiciais para a liberdade de expressão em seus respectivos países, conforme apontado por diversos organismos regionais e internacionais”, diz a coalizão.

O relatório destaca ainda a conclusão do relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) David Kayne que, ao analisar a desinformação durante a pandemia da covid-19, concluiu que “a penalização da desinformação é desproporcional, não conseguindo atingir seu objetivo de reduzir as informações e, ao invés disso, impede que os indivíduos compartilhem o que poderia ser uma informação valiosa”.

Entre os países que criminalizam a disseminação de desinformação, o relatório cita África do Sul, Costa Rica, Grécia, Angola, Tailândia, China, Nicarágua e Romênia.

O estudo inédito traz um conjunto de experiências internacionais no tema e sugere lições que podem contribuir para o debate no Brasil. 

O objetivo é auxiliar na elaboração de uma proposta regulatória efetiva alinhada à proteção dos direitos humanos e fundamentais dos usuários e usuárias e à promoção da democracia e da justiça social.

Brasil

No caso nacional, o grupo defende que “as legislações penal e eleitoral brasileiras já possuem infrações que dão conta dos ilícitos mais graves envolvidos na produção e disseminação de informações falsas, discursos violentos e ataques às instituições”. 

A Lei 14.197 de 2021, por exemplo, define que é crime tentar depor governo legitimamente eleito ou restringir o exercício dos poderes constituídos, com penas que vão de 4 a 12 anos de prisão.   

O último projeto de lei (PL) sobre o tema em análise do Congresso, o PL 2630, do relator Orlando Silva (PcdoB-SP), previa a criminalização da disseminação “em massa” de mensagens que contivessem fato sabidamente inverídico. O texto foi descartado após o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), argumentar que ele estava “contaminado” pelo debate ideológico. Com isso, foi criado um grupo de trabalho para produzir uma nova proposta.

Representante da CDR, Bruna Santos avalia que a criminalização deve ser o último recurso, e que outras medidas devem ser tomadas para combater a desinformação. 

“A ferramenta mais adequada seria a aprovação de uma regulação democrática, que garanta mais transparência – inclusive sobre anúncios e demais conteúdos -, que requisite políticas específicas sobre conteúdos danosos como discurso de ódio e violência política e de gênero, e que implemente o devido processo para atuação das plataformas”, defende.

Ainda segundo Bruna, a pesquisa identificou que os países ricos têm tido mais sucesso na regulação das plataformas. “A dificuldade em avançar na pauta existe, mas diria que ela está mais presente em países do Sul Global, onde plataformas têm aplicado suas próprias regras”, acrescentou. 

O Sul Global é o termo usado para se referir aos países não desenvolvidos que, em sua maioria, estão localizados no Hemisfério Sul do planeta. 

Risco à democracia

Os movimentos sociais e especialistas reunidos nesta terça-feira na Câmara dos Deputados argumentam que o futuro da democracia brasileira depende de uma regulação adequada das mídias sociais.

As entidades afirmam que existe uma coalizão de extrema-direita internacional contrária à regulação das plataformas e que busca desestabilizar as democracias em todo o mundo. 

“É uma tentativa deliberada de disrupção da democracia. E que usa o Brasil como laboratório de uma coisa que vai tentar avançar a nível internacional”, disse Arthur Mello, coordenador de advocacy do Pacto pela Democracia, organização com mais de 200 entidades da sociedade civil.

O influenciador digital Felipe Neto, que tem mais de 17 milhões de seguidores em uma rede social, avalia que aqueles que defendem regras democráticas para as plataformas estão perdendo o debate.

“O que o público está ouvindo com essas duas palavras [regulação e regulamentação] é censura. Está errado, está completamente errado. Mas a extrema direita fundamentou esse preceito. Hoje, quando a gente usa regulamentação, regulação, o que o povo ouve é censura”, afirmou Neto, pedindo que sejam usadas novas palavras para defender o projeto.

Coordenador do grupo de tecnologia do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Alexandre Zago Boava, defende a inclusão dos trabalhadores no debate. 

“O povo pode não saber o que é o titular de dados, pode não saber como o Marco Civil da Internet [Lei 12.965 de 2014] protege ele, ou como o PL 2630 não tira sua liberdade de expressão. Mas ele com certeza não vai querer entregar os dados se ele souber que aqueles dados estão sendo usados contra ele, nem vai querer sofrer crimes e violências dentro da rede, independentemente de ele entender ou não o Marco Civil”, disse.

Fonte: EBC GERAL

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Tatiane Melo: De Pão de Açúcar ao Estrelato em ‘A Grande Conquista 2’

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Tatiane Melo quando completou seus 16 anos, deixou a cidade de Pão de Açúcar, Alagoas, cidade natal e foi para São Paulo.

Durante 8 anos, Tati participou de corais na igreja, trabalhou e investiu em diversas áreas para sua formação profissional.

Mas o que sempre a encantou foi o mundo artístico, mesmo sabendo que a vida de modelo e atriz não seria fácil. Ela seguiu seu sonho!

A nordestina, sempre empenhada em seus objetivos, mudou para a cidade do Rio de Janeiro sozinha para estudar teatro. Entrando para o grupo de teatro NÓS DO MORRO, onde participou de trabalhos e do musical comemorativo de 30 anos do grupo “NOITES DO MORRO”.

Nesse período Tati conheceu o também ator Babu Santana e se relacionou durante 5 anos, fazendo parte de sua família, Tati se dedicou nesse período totalmente ao namorado e a carreira dele, vivendo a vida do seu namorado naquele momento. Inclusive cuidando das redes sociais, fã clubes, assessoria de imprensa e tudo relacionado ao Babu, durante o período do programa global, Big Brother Brasil, em 2020, Tati sonhou junto e fez acontecer aqui fora, cuidando desde a imagem dele até família e filhos do mesmo , ativando mutirões, puxando torcida com artistas e indo nos dez paredões do mesmo.

Sua figura marcante é ressaltada pelo seu cabelo que representa empoderamento social, Sua luta incessante pela auto aceitação, sempre muito exuberante e com uma personalidade forte.

No mesmo ano pandêmico, 2020, Tati foi selecionada entre 5 mil pessoas para fazer parte do projeto reality case do programa já bem conhecido entre os artistas “ViajeCom”, chamado “ViajeCom Exp”, onde participou das duas temporadas no Rio e se destacou, ganhando o programa e a sua primeira viagem internacional, Tati, pode viajar em 2021 com tudo pago, para Cancun – México, dando sequência às gravações internacionais juntamente com outros três participantes selecionados e a influenciadora de milhões, Camila Loures, que comemorou seu aniversário também na viagem com sua família Loures durante 15 dias de viagem.

Seguindo com a linha de Realitys, Taty foi convidada para gravar pela Globo o programa “Se Sobreviver Case”, gravado no Piauí no final de 2022, Tati, também teve um ótimo desempenho se destacando e chegando na final. O programa foi exibido no Multishow e Globo Play em agosto de 2023. Agora o grande público poderá conhecer mais um pouco da carismática Tati no programa diário da Record, “A Grande Conquista 2”.

Fonte: TOP FAMOSOS

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