Acre
Rebelião em presídio boliviano registra um brasileiro morto e vários feridos
Familiares de brasileiros clamam por ajuda de autoridades brasileiras e temem mais assassinatos
Alexandre Lima e Almir Andrade

Em Cobija, Hospital Roberto Galindo,pra onde as vítimas brasileiras foram levadas e familiares esparavam notícias
O presídio Villa Bush, localizado no departamento (Estado) de Pando, distante cerca de 20 quilômetros e que tem como capital a cidade de Cobija, foi palco de uma quase carnificina humana praticada por cerca de 120 detentos bolivianos, contra cinco brasileiros apenas.
Como resultado, um brasileiro de Rio Branco identificado apenas pelo apelido de “LEKE”, foi brutalmente espancado até a morte e poderá ser enterrado como indigente. A vítima foi assassinada a golpes de pau e terçado (facão) e teve sua cabeça praticamente esfacelada, morrendo dentro do presídio.
Segundo familiares dos brasileiros, tudo começou por volta das 23:30 de segunda-feira, dia 11, e terminou por volta das 3:00 da madrugada desta terça-feira, sem qualquer interferência por parte dos policiais do presídio, que ficaram inertes por horas, a não ser no momento para retirar àqueles que estavam caídos no chão depois de muito apanhar.
Denunciam ainda que, com a conivência dos policiais, tudo entra no presídio sem qualquer problema, desde que seja pago uma quantia. “Qualquer 100 bolivianos (cerca de 35 reais), é o passe para que bebidas, drogas e armas branca (faca) entrem sem que seja visto”, denuncia um dos parentes.
Um dos parentes e uma das esposas relatou momentos de terror desde quando começou. “Foi horrível e me sentir impotente diante de tanto descaso por parte dos policiais. Eles não faziam nada para ajudar ou tentar impedir e só nos restavam ficar ouvindo os gritos de socorro e barulho que era terrível”, disse.
Completou dizendo; “Após horas de gritaria e espancamento, foi a vez dos policiais entrar jogando gás lacrimogêneo e bater nos brasileiros. Quando saiam carregando os feridos com braços quebrados, furado de faca e com marcas pelo corpo de tanto apanhar, novamente eram espancados. Foi horrível!”, finalizou.
O atendimento no hospital Roberto Galindo foi outro detalhe. Os feridos sequer receberam os primeiros socorros, onde apenas um pedaço de gaze para cobrir o ferimento e um soro foi disponibilizado aos gravemente machucados e nem mesmo foram limpos.
Dois dos feridos, que sofreram cortes na cabeça e um dos braços quebrados a golpes de madeira, sequer tiveram os ferimentos limpos. Familiares contam que, foram retirados do hospital com apenas uma faixa na cabeça e levados de volta ao presídio e foram algemados numa espécie de sala sem teto (local para tomar banho de sol).
Enquanto os brasileiros foram levados ao hospital, os bolivianos saquearam tudo o que puderam das celas e ameaçaram de morte os que voltarem. Não se sabe o total de presos de nacionalidade brasileira que cumprem pena no presídio de Villa Bush.
Dois dos sobreviventes que estão no Hospital Roberto Galindo em Cobija, estão sendo acusados de crimes que, segundo os familiares, não existem prova contra eles. O caso do jovem Gabriel Silva Santos (18), foi acusado de matar um boliviano a dois anos atrás e existe apenas depoimento dos familiares.
O caso de Odailton Barbosa da Silva (26), natural de Epitaciolândia, está preso a cerca de três meses acusado de estupro numa comunidade onde trabalhava. Mesmo com testemunhos de várias pessoas que estaria longe do local do crime, foi detido e levado ao presídio.
Mais informações a qualquer momento sobre a rebelião. Veja reportagem com Almir Andrade com dois familiares das vítimas que denunciam o descaso por parte das autoridades bolivianas.
Algumas imagens foram tiradas de celular e cedidas exclusivamente. Sua republicação é permitida desde que seja dado o crédito da fonte.
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Acre
Polícia Civil prende duas pessoas ligadas a assassinato de jovem em Cruzeiro do Sul e a organização criminosa
Com as novas prisões, sobe para 16 o número de detidos pelo sequestro, tortura e morte de João Victor, de 20 anos; um dos presos é suspeito de integrar o braço financeiro de facção na região do Juruá

Com a prisão de hoje, chega a 16 o número de pessoas detidas pelo sequestro, tortura e assassinato do jovem João Victor da Silva Borges, de 20 anos, cujo corpo foi encontrado em uma área de mata com sinais de violência. Foto: captada
A Polícia Civil do Acre, por meio do Núcleo Especializado em Investigação Criminal (NEIC), cumpriu na tarde desta sexta-feira (12) dois mandados de prisão relacionados ao assassinato do jovem João Victor da Silva Borges, de 20 anos, ocorrido no início de março de 2025. Com as novas prisões, chega a 16 o total de pessoas detidas pelo sequestro, tortura e morte da vítima.
Um dos presos é mais um envolvido diretamente na execução do crime. O outro, detido em flagrante, é apontado como integrante do braço financeiro de uma organização criminosa que atua na região do Juruá. Ambos foram encaminhados à Delegacia de Cruzeiro do Sul e ficarão à disposição da Justiça.
As investigações são comandadas pelo delegado Heverton Carvalho e seguem em andamento. A Polícia Civil não descarta novas prisões nos próximos dias, já que o caso envolve uma rede criminosa complexa com ramificações em diferentes frentes – desde a execução até o suporte logístico e financeiro.
O corpo de João Victor foi encontrado em uma área de mata com sinais de violência extrema. O crime chocou a região e motivou uma operação de larga escala que já resultou na prisão de múltiplos suspeitos, evidenciando a atução organizada do grupo responsável.

No mesmo operação, os policiais prenderam em flagrante um homem apontado como integrante do braço financeiro de uma organização criminosa que atua no região do Juruá. Foto: cedida
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Julgamento de mulher acusada de mandar matar marido em Xapuri deve ser longo e marcado por polêmicas
Risonete Borges Monteiro é acusada de ser mandante do assassinato do colono Francisco Barbosa; autor material do crime já foi preso em flagrante

O julgamento de Risonete Borges Monteiro, acusada de ser a mandante do assassinato do próprio marido, o colono Francisco Barbosa (Chico Abreu), promete ser longo e marcado por polêmicas. Foto: arquivo
A dona de casa Risonete Borges Monteiro começou a ser julgada nesta sexta-feira (12) na Comarca de Xapuri, no interior do Acre, acusada de ser a mandante do assassinato do próprio marido, o colono Francisco Campos Barbosa, conhecido como Chico Abreu. O crime ocorreu em 25 de novembro de 2022, na propriedade da vítima, na zona rural do município.
Francisco Barbosa foi morto com um disparo de espingarda, efetuado por Benigno Queiroz Sales, um presidiário que trabalhava como caseiro no local. Benigno foi preso em flagrante pela Polícia Civil pouco depois do crime e é apontado como autor material do homicídio.

Benigno Queiroz Sales, de 36 anos na época, conhecido como ‘Banana’, estava sendo investigado por um crime de estupro em Epitaciolândia no mesmo ano, estava trabalhando como caseiro na propriedade da vítima. Foto: arquivo
Durante as investigações, as autoridades também prenderam Risonete Monteiro, acusada de planejar e ordenar a execução do marido. O julgamento, que teve início nesta sexta, deve analisar as provas apresentadas pela acusação e pela defesa, incluindo depoimentos, perícias e materiais apreendidos.
O caso chocou a região de Xapuri e expôs um suposto conluio para a prática do crime, que, segundo a polícia, teria motivação passional e patrimonial. O julgamento segue em andamento e a sentença deve ser proferida após a oitiva de todas as partes e testemunhas.
Júri polêmico
O julgamento reúne tanto Risonete quanto Benigno Sales no banco dos réus e deve se estender por várias horas. Durante as investigações, a polícia concluiu que Risonete teria planejado e encomendado o homicídio, supostamente por motivação passional e patrimonial.
O júri, iniciado nesta sexta-feira (12), reúne testemunhas, perícias e depoimentos que devem gerar debates intensos entre acusação e defesa. A expectativa é de que o desfecho do caso – que chocou a comunidade de Xapuri – saia apenas após longa análise das provas pela sociedade, representada pelos jurados.

Após ser levado para a delegacia e conversar com o delegado Luís Tonini, confessou o crime e disse onde estaria a arma, a moto e outros pertences da vítima. Foto: arquivo
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Tião Bocalom encontra governador Tarcísio e prefeito Ricardo Nunes em evento no interior de SP
Prefeito de Rio Branco participou da inauguração do SBT News e usou a oportunidade para encontros políticos de bastidores; elogiou Tarcísio pela “firmeza e apoio a Bolsonaro”

O prefeito destacou o reencontro como cordial e positivo, reforçando a boa relação institucional mantida com o vice-presidente. Foto: captada
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, participou nesta sexta-feira (12) da inauguração do SBT News em Osasco, interior de São Paulo, e aproveitou o evento para uma série de encontros políticos de bastidores. Entre as autoridades com quem conversou estão o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o governador paulista, Tarcísio de Freitas.
Bocalom descreveu o encontro com Alckmin como “cordial e positivo”, ressaltando a “amizade de longa data”. Em seguida, dialogou com Nunes e Tarcísio, e fez questão de elogiar o governador pela postura política.
— Aproveitei para cumprimentar o governador Tarcísio pela firmeza, pela coerência e pelo apoio que ele sempre deixou claro ao presidente Bolsonaro. Foi uma conversa muito boa, muito respeitosa. Recordamos inclusive a visita dele ao Acre, quando foi a Santa Rosa, na inauguração da ponte, e até andou na garupa do Bolsonaro. Foi um momento marcante — afirmou Bocalom.

Tião Bocalom, aproveitou a presença de autoridades na inauguração do SBT News, no auditório do Estúdio 7 do SBT, em Osasco, interior de São Paulo, para uma série de encontros políticos. Foto: captada
A agenda do prefeito em São Paulo ocorre em meio à pré-campanha para o governo do Acre em 2026, na qual Bocalom é um dos nomes declarados, disputando espaço com a vice-governadora Mailza Assis e o senador Alan Rick. Os encontros reforçam sua articulação política em nível nacional e o diálogo com lideranças de diferentes espectros.

O chefe do Executivo municipal conversou com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e com o governador paulista, Tarcísio de Freitas. Durante o diálogo, Bocalom fez questão de parabenizar Tarcísio por sua postura política. Foto: captada



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