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Brasil

Rede federal de EAD não alcança o Norte do País

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Sul e Sudeste concentram mais da metade dos alunos da Universidade Aberta do Brasil

Paulo Saldaña – Estadão.edu

A rede federal de educação a distância (EAD) ainda não conseguiu aproveitar efetivamente o potencial da modalidade para alcançar estudantes nas áreas mais remotas do País. O número de alunos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que sistematiza os cursos oferecidos pelas federais, aumentou sete vezes de 2008 a 2013, chegando a 231 mil matrículas ativas. Mas as Regiões Sul e Sudeste concentram mais da metade dos estudantes: 53%.

Estados com grande oferta de cadeiras presenciais dominam as vagas a distância da rede, contrariando a proposta do sistema. A UAB surgiu em 2006 com a missão de fortalecer “a escola no interior do Brasil, minimizando a concentração de oferta de cursos de graduação nos grandes centros urbanos”, como indica o próprio site da instituição.

Apesar de estar presente em 641 municípios, por meio de seus polos, os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul somam, juntos, 113,4 mil alunos de educação a distância da UAB. Isso representa 49% do total de matriculados.

A UAB é um sistema integrado que oferece cursos de nível superior ligados a universidades públicas. São elas que criam os projetos pedagógicos dos cursos, em uma plataforma online padrão.

O programa está a cargo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que financia coordenadores e tutores. Já as prefeituras se responsabilizam pelos polos onde são realizadas as avaliações, webconferências e encontro dos alunos com tutores.

A oferta é variada, mas a prioridade são cursos para a formação de professores da educação básica. A maioria – 48% dos 190 cursos – é de especialização, que reunia 25% dos alunos em 2012. Na sequência aparecem as licenciaturas, com 25% da oferta e 51% dos alunos. Para o bacharelado há apenas oito opções (4%) de cursos e 9% dos estudantes.

O perfil do aluno varia também por região. A oportunidade de fazer uma segunda graduação, em Pedagogia, foi o que atraiu a professora de Ciências da rede municipal da capital paulista Aline Molenzani, de 28 anos. Graduada em Física pela Universidade de São Paulo (USP), ela é da primeira turma do polo criado no ano passado em Guarulhos.

“Meu tempo é curto, trabalho o dia inteiro e não queria fazer um curso qualquer. Eu já conhecia a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos, que coordena a graduação) e, quando surgiu a oportunidade, me inscrevi e passei no vestibular”, conta ela.

Segundo Aline, a escolha do curso a distância para uma segunda formação é comum entre seus colegas de turma, que se comunicam principalmente pelos fóruns na internet e cuja participação ativa é obrigatória no curso. “Grande parte do meu grupo já tem licenciatura e trabalha, o que faz com que os fóruns sejam muito mais produtivos.”

Oportunidade. Apesar de a maioria dos alunos estar no eixo Sul-Sudeste, o Nordeste concentra também um grande número de inscritos, com 80,7 mil matriculas (35% do total). A situação do Centro-Oeste e do Norte é mais grave. No Centro-Oeste há 12,7 mil alunos (5,5%). No Norte, com sete Estados e maior carência, estão somente 6% dos alunos – um total de 12,8 mil estudantes.

Os números ainda não condizem com o objetivo inicial da rede, mas as plataformas online têm mudado a história de muita gente. O estudante Anderson Cruz Lima, de 24 anos, é o primeiro de toda sua família a chegar ao ensino superior. Morador de Acrelândia, município de 12 mil habitantes a 117 km de Rio Branco, capital do Acre, Lima iniciou o curso de Artes Visuais em 2008, quando o polo foi inaugurado na cidade.

O estudante, que trabalha como escrevente em um cartório, diz que sua vocação é a informática. Entretanto, optou pelas Artes Visuais porque, quando abriu o vestibular para o polo de sua cidade, não havia cursos na área pretendida.

“A escolha foi pela necessidade. No vestibular as opções eram Teatro, Música e Artes. Eu pretendia fazer curso superior e o melhor era esse”, conta ele.

O curso, coordenado pela Universidade de Brasília (UnB), acabou agradando, e ele decidiu continuar. “Acho que o curso a distância cobra e exige muito mais do que o presencial. Além de você ter de buscar mais por conta própria, se empenhar, os prazos são firmes. A plataforma fecha às 21h15 para entregar os trabalhos e já era. Não adianta se justificar no fórum.”

Lima já pensa em engatar um mestrado, também a distância. Sua chegada à universidade incentivou também sua mãe, Maria Lucia, de 42 anos, que está fazendo EAD de Técnico em Enfermagem. “Meu pai era administrador de fazenda e só entendia de bois. Mas sempre incentivou até quando pôde para que a gente fosse estudar.”

Acrelândia tem um dos oito polos do Estado que registra o menor número de alunos do País: 607. Em 2012 havia na Região Norte 92 polos, representando 14% do total – o que expõe um desequilíbrio com a proporção de alunos (6%). Em 2007, a UAB tinha 118 polos no Brasil. Em 2013, a rede chegou a 657, segundo dados do Ministério da Educação (MEC).

Melhorias. Ex-presidente da comissão de EAD da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o professor João Luiz Martins entende que a gestão dos polos é parte essencial para o sucesso da rede.

“Hoje é necessário aperfeiçoar a UAB: o polo, que é a parte estratégica, precisa estar em boas condições. O MEC deveria estar mais atento para que as universidades fizessem melhorias em rede e infraestrutura, por exemplo. Dessa forma, a situação da prefeitura ia interferir menos na qualidade”, afirma Martins, professor e ex-reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).

Ele defende que as universidades tenham mais autonomia para a criação de cursos, além da questão do aperfeiçoamento dos polos. “Os recursos tinham de vir pela lei orçamentária, para que fosse possível fazer determinados cursos e desenvolver outros.” Hoje, a universidade até pode criar os cursos, mas depende da aprovação da Capes, que também libera os recursos para tutores e coordenadores.

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Brasil

Feira aberta ao público reúne indígenas de mais de 30 etnias no Rio

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Mais de 300 indígenas vão ocupar os amplos jardins do Museu da República, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro, neste sábado (20) e domingo (21). Eles representam mais de 30 etnias do estado que participam de um evento aberto ao público.

Serão realizadas atividades culturais como danças e cantos tradicionais dos povos originários, pinturas corporais, contação de história, venda de artesanato, oficinas, rodas de conversar e debates. O evento é de graça e acontece das 9h às 17h.

Serão montadas cercas de 90 barracas de expositores indígenas de diversas etnias, entre elas, guarani, pataxó, tukano, puri, fulni-ô, kaingang, guajajara, ashaninka, tikuna, tupinambá, baniwa, waurá, kamayurá, yawalapiti, kayapó, mehinako, pankararu, kariri-xocó, karajá, potiguara, sateré mawé, bororo, huni-kuin, shanenawa, kadiwéu, kambeba, kichua, anambé, maraguá e goitacá.

A Semana Intercultural Indígena é realizada pela Associação Indígena Aldeia Maracanã e é uma forma de celebração do Dia dos Povos Indígenas. A data é oficialmente comemorada no dia 19 de abril. Mas os organizadores preferiram fazer o evento no fim de semana para facilitar a presença do público.

O indigenista da Aldeia Maracanã Toni Lotar destaca a importância de aproximar povos e tradições indígenas do público geral.

“O Brasil tem uma das maiores diversidades étnicas, culturais e linguísticas do mundo, e o povo brasileiro em sua maioria não sabe dessa grande riqueza cultural. É muito importante essa oportunidade de contato direto do público com os indígenas e sua cultura viva”, disse à Agência Brasil.

“Além disso, com a venda de artesanato, o evento propicia uma oportunidade de geração de renda para os expositores indígenas”, completa.

No sábado, às 14h, será exibido o curta-metragem Território do Cocar, com um debate sobre os 200 anos da independência do Brasil revistos sob a ótica dos povos indígenas.

No domingo, também às 14h, será exibido o documentário Para Berta, com Amor, sobre a antropóloga Berta Ribeiro (1924-1997), esposa do também antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997). Após a exibição, haverá um debate sobre a importância do legado etnográfico dela.

Reivindicação

Os dois dias de atração vão servir também para reivindicação. Os organizadores vão coletar nomes para o abaixo-assinado da campanha Restauro Já, que cobra do governo do estado o compromisso assumido de criar o Centro de Referência da Cultura Viva dos Povos Indígenas, onde ficava a Aldeia Maracanã.

A Aldeia Maracanã ocupava um terreno e um prédio histórico que ficam ao lado do estádio homônimo, na zona norte do Rio de Janeiro.

Em 2013, indígenas de várias etnias foram retirados do local, por ordem da Justiça, em um processo de reintegração de posse movido pelo governo estadual.

No ano seguinte, depois de terem passado por um abrigo provisório, eles foram instalados em um conjunto habitacional, quando fundaram a Associação Indígena Aldeia Maracanã. São 350 indígenas de dezenas de etnias de todo o país.

A Agência Brasil pediu ao governo do estado comentários sobre a reivindicação dos indígenas, mas não obteve resposta até a conclusão da reportagem.

População indígena

De acordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 1,69 milhão de indígenas. Eles representam 0,83% da população.

Pouco mais da metade (51%) vive em cidades da Amazônia Legal, que abrange os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso e parte do Maranhão. No estado do Rio de Janeiro, são 16.994.

Atualmente, 274 idiomas indígenas são falados no Brasil.

Serviço

Dia dos Povos Indígenas no Museu da República.

Dias 20 e 21 de abril, das 9h às 17h.

Museu da República: Rua do Catete, 153, Catete – Rio de Janeiro.

Entrada gratuita.

Fonte: EBC GERAL

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Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 100 milhões

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As seis dezenas do concurso 2.715 serão sorteadas neste sábado (20), a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio da faixa principal, acumulado pela nona vez, está estimado em R$ 100 milhões.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

Fonte: EBC GERAL

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Após ataque de Israel, Brasil pede “máxima contenção” ao Irã

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Mauro Vieira se reuniu com o chanceler iraniano nesta sexta-feira (19)
Marcelo Camargo/Agência Brasil – 23/11/2023

Mauro Vieira se reuniu com o chanceler iraniano nesta sexta-feira (19)

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira , se reuniu com o chanceler do Irã , Hossein Amir-Abdollahian , nesta sexta-feira (19), horas depois do ataque de Israel contra uma base militar em Isfahan. O encontro ocorreu na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) , em Nova York, nos Estados Unidos.

Segundo o Itamaraty, o chanceler brasileiro pediu ao homólogo iraniano “máxima contenção” para evitar uma tragédia ainda maior no conflito do Oriente Médio.

Em nota divulgada na tarde desta sexta, o Itamaraty ainda informa que Mauro Vieira está convocando a comunidade internacional “a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada” na guerra da região.

Israel disparou bombas na base militar rival após sofrer ataques com drones do Irã. Na ocasião, o governo iraniano disse que sua ofensiva era um revide ao ataque aéreo de 1º de abril contra o prédio do consulado do país na capital síria, que matou altos comandantes iranianos.

Leia o comunicado do Itamaraty na íntegra:

Brasil continua a acompanhar, com grave preocupação, episódios da escalada de tensões entre o Irã e Israel, desta vez com o relato de explosões na cidade iraniana de Isfahan.

O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada.

Esse apelo foi transmitido diretamente pelo Ministro Mauro Vieira ao chanceler do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, em encontro bilateral ocorrido hoje na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York.

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Fonte: Nacional

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