Acre
Acre deve gastar R$ 31 milhões em reforma e ampliação de presídios
Verba do Fundo Penitenciário Nacional foi repassada pelo governo federal. Informação foi confirmada pelo secretário de Segurança, Emylson Farias.
G1/Acre
O estado do Acre pretende investir R$ 31 milhões do recurso que recebeu do Fundo Penitenciário Nacional (FPN) na reforma e ampliação de presídios do estado. A verba foi repassada há cerca de duas semanas, informou ao G1, o secretário de Segurança Pública, Emylson Farias.
Ao todo, segundo o secretário, foi repassado ao estado R$ 44 milhões para que fosse construído um novo presídio. Porém, Farias afirmou que o problema é “emergencial” e não pode esperar por cerca de três anos, que seria o tempo para a construção de um novo prédio, para resolver a situação.
“Pedimos que desses R$ 44 milhões, R$ 31 milhões fossem mobilizados para que a gente fizesse reforma, ampliação e construção de pavilhões e não só para a construção de um novo presídio. Isso melhoraria a condição de vagas em um menor prazo”, disse o secretário.
Após uma onda de ataques, em agosto do ano passado, o governador Tião Viana (PT-AC) anunciou que iria pedir a construção de um presídio federal no Acre. Na época, Viana afirmou que a construção de um presídio federal no estado iria resolver o problema de superlotação nas unidades prisionais e conter o avanço da violência.
Porém, nesta terça-feira (10), o secretário de Segurança informou que o estado solicitou ao ministro da Justiça, no domingo (8), a autorização para que o recurso do FPN fosse usado em obras de ampliação e reforma, e não somente para construção de presídio, como estava definido no repasse. Segundo ele, assim que for autorizado, o estado vai iniciar as obras.
Em dezembro do ano passado, Farias anunciou a pasta iria receber R$ 18 milhões para investir na Segurança Pública, tanto no sistema prisional como na área da segurança. O secretário informou ainda que as políciais iriam receber cerca de 55 viaturas.
Vistoria presídios
Membros do Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp) e do Ministério Público do Acre (MP-AC) fizeram uma vistoria, na sexta-feira (6), no Complexo Penitenciário Francisco d’Oliveira Conde (FOC) e no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, ambos em Rio Branco.
As medidas foram tomadas devido à rebelião que deixou 60 mortos em Manaus (AM) e a morte de 33 presos na madrugada desta sexta-feira (6) na maior penitenciária de Roraima (RR). No Acre, uma rebelião em outubro de 2016 deixou quatro mortos e 19 feridos.
Falta de vagas em presídios de Rio Branco
Rio Branco registrou um aumento de aproximadamente 47% no déficit de vagas no sistema prisional nos últimos dois anos, conforme dados do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen-AC) e da Vara de Execuções Penais (VEP) disponibilizados exclusivamente ao G1.
O Complexo Francisco d’Oliveira Conde – que compreende Unidade de Regime Fechado (URF-1), Provisório e Feminina – apresentou no ano passado um déficit 1.941 vagas, contabilizou a VEP. No ano de 2014, época em que os primeiros números foram disponibilizados, o Iapen-AC apontou um déficit de 1.320 vagas.
A quantidade de pessoas que cumprem pena no regime fechado, que disponibiliza um total de 341 vagas, saltou de 1.124 no primeiro ano pesquisado para 1.397. Com isso, o déficit subiu de 783 vagas para 1.056 – um aumento percentual de 35%.
Em relação às mulheres, o Iapen-AC afirmou que unidade feminina contabilizava, há dois anos, um total de 128 vagas para 155 presas, correspondendo a uma falta de 27 vagas. Em 2016, de acordo com a VEP, 230 detentas precisaram compartilhar 86 vagas, portanto, um déficit de 144 lugares. Com isso, houve um crescimento de 433%.
A Unidade de Regime Provisório (URP) também teve modificações no período estudado. Em 2014, o local – com capacidade para 190 pessoas – comportava 700 presos, havendo a necessidade de 510 novos lugares. No ano passado, a VEP mostrou que as 366 vagas eram divididas por 1.107 detentos – uma carência de 741 vagas. O percentual de aumento nesta área foi de 45%.
Novas vagas
No início de novembro deste ano, o governo do estado fez a inauguração da primeira etapa da nova Unidade Penitenciária Feminina – mais precisamente os blocos administrativos, de triagem e de convivência. Quando estiver pronta, o presídio deve criar 200 novas vagas. O local compreende aproximadamente 3.242 m².
As próximas etapas devem corresponder aos blocos educacional, de visita familiar, visita íntima e guarita suspensa. A previsão para inauguração, divulgada na época pelo governador Tião Viana (PT-AC), era de um prazo de 70 dias, ou seja, ainda este mês de janeiro.
Em abril deste ano, o governo inaugurou o pavilhão A no Francisco d’Oliveira Conde, na capital acreana, com capacidade para comportar 170 presos no acolhimento provisório. As obras foram iniciadas em 2012 e o prédio possui uma área de 808 m² – um total de 34 celas, entre coletivas e individuais.
Interdições
Entre 2014, a juíza Luana Campos, responsável pela Vara de Execuções Penais, determinou a interdição das Unidades de Regime Provisório e do Fechado. A magistrada alegou, nas ocasiões, que a situação do sistema carcerário em Rio Branco estava “insustentável”.
Após revogar a medida ainda em 2014, a juíza determinou novamente a interdição no final de dezembro de 2015. Luana tomou a decisão baseada na superlotação das duas unidades e a falta do cumprimento de medidas pelo Iapen-AC, como entrega total do pavilhão A e reforma do pavilhão N. Porém, em janeiro de 2016, uma liminar suspendeu a interdição.
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Equipe do Saerb identifica ruptura na rede de esgoto no bairro Aviário
A Prefeitura de Rio Branco, por meio do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) identificou por volta das 7h30 da manhã, uma erosão no asfalto, localizada no bairro Aviário, em consequência da ruptura na rede coletora de esgoto.
Durante a execução do trabalho, foi necessário utilizar uma escavadeira para cavar mais de 3 metros a fim de localizar a rede de esgoto. Foi constatado que se tratava de uma rede antiga. Devido à complexidade do serviço, houve a necessidade de uma intervenção para que a equipe conseguisse realizar a troca com segurança e eficácia.
A prefeitura continua realizando serviços relacionados ao esgoto em vias públicas e imóveis, visando atender à demanda da população e evitar maiores transtornos, assim contribuindo para a melhoria do meio ambiente.
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MPAC promove curso sobre o uso de inteligência artificial na atividade jurídica
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), realizou na tarde desta quarta-feira, 24, em Cruzeiro do Sul, o curso “Inteligência Artificial para o Aperfeiçoamento da Petição”, realizado pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf).
A capacitação foi ministrada pelo assessor ministerial Leonardo Vasconcelos e teve como público-alvo integrantes da instituição.
A atividade contou com a participação do procurador-geral de Justiça, Danilo Lovisaro do Nascimento, que fez a abertura do evento, destacando que o debate sobre o uso da inteligência artificial é crucial para compreender os desafios e oportunidades que a tecnologia oferece. O PGJ ressaltou que a discussão ajuda a orientar políticas, regulamentações e práticas que garantam o uso responsável e benéfico da IA.
“A apresentação de hoje pode ser vista como um teste para ganharmos mais confiança e nos antecipamos para a utilização desses recursos futuramente de forma regulamentada no nosso dia a dia, seja nas nossas atividades finalísticas ou nas atividades auxiliares. A Inteligência Artificial não substitui as pessoas, mas pode ser muito útil e é importante tratarmos sobre isso”, disse.
Leonardo Vasconcelos destacou que o objetivo fundamental do curso é promover um primeiro contato com recursos que podem ser aplicados futuramente no trabalho diário, explorando temas como a aplicação prática de ferramentas generativas, como o ChatGPT, na escrita jurídica.
O palestrante compartilhou abordagens e métodos para a utilização apropriada de recursos com o potencial de gerar benefícios, dentre os quais a otimização de tempo e a análise eficaz de grande volume de dados. Na ocasião, foram debatidas também questões relacionadas às possibilidades e limites do uso de inteligência artificial, e mecanismos para sua utilização com responsabilidade ética e jurídica.
Também participaram do curso, o secretário-geral do MPAC, promotor de Justiça Glaucio Oshiro, e os promotores de Justiça Leonardo Honorato Santos, Flávio Augusto Godoy e André Pinho Simões. Houve, também, a ampla participação dos servidores da Unidade de Cruzeiro do Sul.
Texto: Hudson Castelo
Foto: Tiago Teles
Agência de Notícias do MPAC
Fonte: Ministério Publico – AC
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Audiência na Aleac debate Segurança Pública e Valorização dos Agentes
Nesta quinta-feira (25), a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) promoveu uma importante audiência pública para discutir questões decisivas relacionadas à Segurança Pública do Estado. O evento também abordou a necessidade de valorização dos integrantes das forças de Segurança Pública. A iniciativa foi resultado do requerimento nº 36/2024, apresentado pelo deputado Arlenilson Cunha, do Partido Liberal (PL).
Durante a audiência, diversos pontos foram debatidos, destacando a urgência de melhorias no setor e o reconhecimento do trabalho dos profissionais envolvidos. Ao dar as boas-vindas aos presentes, o deputado Arlenilson Cunha, presidente da Comissão de Segurança Pública da Aleac, enfatizou a relevância do momento para discutir temas que afligem a sociedade acreana, incluindo “a valorização das carreiras policiais e das forças de segurança”.
O deputado Arlenilson Cunha enfatizou a importância do debate, destacando que “é um tema fundamental que afeta não apenas nossa região, mas todo o país”. O parlamentar também expressou satisfação com a presença maciça dos representantes e instituições envolvidas, buscando “avançar de forma resolutiva” para encontrar soluções eficazes para os desafios enfrentados.
Em seguida, representantes das forças de segurança, autoridades locais e membros da sociedade civil estiveram presentes, contribuindo com ideias e sugestões para aprimorar as políticas públicas voltadas à segurança.
Policiais pedem que governo valorize a classe
Durante a audiência pública, representantes sindicais da classe policial expressaram preocupações e demandas cruciais relacionadas à Segurança Pública do Estado. Sinésio Pires, representando o Sindicato da Polícia Civil do Acre, e Edson Azevedo, presidente do Sindicato dos Policiais Penais, apresentaram discursos contundentes sobre os desafios enfrentados pelas forças de segurança, destacando a necessidade de união, valorização profissional e ações concretas por parte do governo para enfrentar a crescente influência das facções criminosas e melhorar as condições de trabalho dos policiais.
Sinésio Pires enfatizou a importância da união entre as forças de segurança pública, incluindo a Polícia Civil, Militar e Penal para enfrentar os desafios comuns e buscar a valorização de cada classe. Ele destacou a necessidade de atenção às demandas tanto em nível tanto nacional quanto estadual, ressaltando a busca por uma padronização nacional das forças policiais e a importância da parceria com o governo para atender às necessidades da área de segurança.
Durante seu discurso, Sinésio Pires afirmou: “É essencial que as demandas sejam ouvidas e que haja parceria com o governo para alcançar esses objetivos. Estamos buscando uma padronização nacional das forças policiais, incluindo a Polícia Civil, Militar e Polícia Penal, visando uma polícia forte em todo o país”.
Já Edson Azevedo, presidente do Sindicato dos Policiais Penais, destacou a grave situação da Segurança Pública no Estado, atribuindo o aumento do controle das facções criminosas à desvalorização do sistema penitenciário pelo governo. Ele ressaltou a falta de reconhecimento e remuneração adequada para os Policiais Penais, evidenciando que estes recebem o pior salário da área, o que afeta diretamente as condições de vida desses profissionais e suas famílias.
Ele enfatizou a urgência de medidas concretas por parte do Executivo para valorizar e atender às necessidades dos agentes, visando evitar tragédias como suicídios e rebeliões nos presídios. “É urgente que o governo olhe pela Polícia Penal, pela Segurança Pública e pelo Estado. Os policiais estão em condições precárias, enfrentando o pior salário da área e condições de trabalho que comprometem sua saúde mental. Chega de desculpas e omissões! É hora de agir e garantir a segurança dos profissionais e da população”, protestou.
Posicionamento do secretário de Segurança Pública:
O secretário Segurança Pública, Coronel Gaya abordou uma ampla gama de tópicos, desde a valorização dos servidores do sistema de segurança, até a análise dos índices criminais e a crescente preocupação com a violência doméstica, destacando a necessidade de colaboração e ação conjunta para enfrentar esses problemas.
Em sua intervenção, Gaya enfatizou a importância da presença policial para a sensação de segurança da população, independentemente dos índices estatísticos. Ele afirmou: “Por mais que tenhamos baixado os índices de criminalidade, é crucial que a população veja e sinta a presença policial nas ruas para garantir uma sensação de segurança duradoura.”
Por fim, o secretário ressaltou os dados relacionados aos índices criminais, mencionando o declínio dos crimes no Estado desde 2017, bem como a preocupação com o aumento das denúncias de violência doméstica. Ele destacou a necessidade de medidas concretas para enfrentar esses desafios, incluindo a valorização dos servidores e o aumento da presença policial nas ruas para garantir a segurança da população.
Posicionamento do governo:
Ao se pronunciar, em nome do governo do Estado, o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Governo (Segov), Luiz Calixto, voltou a falar sobre os limitadores legais e orçamentários para a concessão das melhorias salarias reivindicadas pelas categorias.
“Nós reconhecemos e admitimos as críticas e que temos problemas algumas resolvemos e outras não porque esbarramos na Lei de Responsabilidade Fiscal que não é uma desculpa e quando existe a possibilidade, o governo toma a decisão política de conceder as melhorias permitidas e além da abertura na lei, precisamos ter a responsabilidade de saber o quanto as finanças públicas do estado podem vão permitir”, pontuou.
Em seguida, o secretário lembrou que a prioridade do governo do Estado é manter em dia a folha de pagamento de todo o funcionalismo público estadual e cumprir os compromissos já assumidos. “O governo tomou uma decisão política de fazer um reajuste já garantido para os próximos 4 anos e onde reside a importância disso porque agora no dia 1º de junho o governo vai integrar o salário do servidor de 5,08%”, acrescentou.
Ao refutar as críticas dos representantes das categorias das forças de segurança, Calixto lembrou que nunca o governo fechou as portas para o diálogo com todos, sem distinção. “Não navegamos num mar de rosas, mas também não vivemos nesse mar de trevas que muitos querem pregar”, disse.
Ao final da audiência, o deputado Arlenilson Cunha reafirmou seu compromisso em trabalhar incansavelmente pela valorização e pelo fortalecimento das instituições de segurança do estado. Ele ressaltou que “a colaboração entre o legislativo, o executivo e a sociedade é fundamental para alcançarmos avanços significativos na área da segurança pública”.
Cunha também enfatizou a urgência de uma agenda robusta para a segurança pública, destacando a necessidade crucial de valorizar os servidores da área. “Nós precisamos criar uma agenda de segurança pública, de valorização dos servidores”.
Texto: Mircléia Magalhães e Andressa Oliveira
Fotos: Sérgio Vale
Fonte: Assembleia Legislativa do AC