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Brava Gente – O incansável Ilson Nascimento

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Onides Bonaccorsi Queiroz

“O único segredo é dedicação”, diz o radialista Ilson (Foto: Angela Peres/Secom)

“O único segredo é dedicação”, diz o radialista Ilson (Foto: Angela Peres/Secom)

De segunda a sexta, o jornalista Ilson Nascimento chega às cinco e meia da manhã ao seu posto, na Rádio Difusora do Acre. Lá, estão apenas o vigia e o operador técnico.

Inicia sua jornada dando continuidade à tarefa que iniciou na noite anterior. E conclui a escolha das pautas que estarão no noticiário das seis, com boa audiência em todo o estado, especialmente entre a população rural, madrugadora.

Mas acordar cedo é  com ele mesmo. Trabalhar muito também. Aprendeu com o pai, que, seringueiro, às duas da manhã já estava de pé.

Ilson nasceu no Seringal Novo Cateto, em Xapuri, e embora tenha saído de lá aos sete anos, teve gravado em si o ensinamento fundamental da natureza: “O cheiro da floresta você não esquece nunca. Sempre que posso volto pra lá, gosto de encontrar os amigos e dormir na paxiúba. Aquilo me faz muito feliz”, relata.

Não é apenas com a Mãe Natureza que Ilson cultiva uma especial relação de afeto. Todos os dias visita sua mamãe e, se por algum motivo falha, ela logo telefona e dá bronca: “Tu não tem mais mãe não, hein?” É assim dona Irene, 82 anos e cheia de energia.

E ainda há Bruna Jorgete – nome charmoso, não? –, sua esposa há quase quatro décadas, mãe de seus três filhos. “Tenho quatro netos lindos e gosto de passear com eles no fim de semana”, diz Vovô Ilson.

Uma das características de Ilson é a gentileza. O especial cuidado no trato com o outro, que, no trabalho, apresenta-se no zelo com um ambiente agradável. “A gente se encontra logo cedo e é aquela alegria e brincadeira no café da manhã aqui na rádio”, diz, todo satisfeito.

Está na Difusora há 25 anos, como coordenador de jornalismo. Começou na profissão em 1972, como revisor do jornal “O Rio Branco”, a convite de José Chalub Leite. Seu Ilson é, inclusive, personagem de várias histórias do legendário jornalista, no livro “Tão Acre”. “Ele me ensinou muita coisa”, diz, fazendo coro com boa parte dos jornalistas acreanos de meia-idade.

O Estado do Acre já reconheceu oficialmente o trabalho de Ilson Nascimento (Foto: Arquivo Secom)

O Estado do Acre já reconheceu oficialmente o trabalho de Ilson Nascimento (Foto: Arquivo Secom)

Dos momentos mais marcantes de sua vida profissional, seu Ilson se lembra da cobertura do funeral do governador Edmundo Pinto, assassinado em 1992. “Aquele momento foi muito emocionante, era muito difícil falar da morte brutal daquele homem que sempre vinha à rádio nos visitar e brincar com a gente”, conta.

Para contrabalançar, há os casos de humor. Diz que na Difusora, sempre muito utilizada como mensageira pelo povo do interior, muitas vezes sem acesso a telefone e a outros meios de comunicação, a regra é ler a mensagem sem fazer alterações no texto original solicitado. Assim, às vezes os resultados soam engraçados, como o do rapaz que mandou dizer para a família que quebrou três costelas, mas estava “passando muito bem”.

Outro capítulo relevante na biografia de Ilson foi quando recebeu a medalha de Mérito Profissional, em 2004, concedida a servidores públicos exemplares do Acre. “É muito bom ter nosso trabalho reconhecido, isso nos rejuvenesce”, afirma.

Aos 63 anos, as histórias para contar são muitas. A mais recente é a da aposentadoria. Mas será que agora ele parar? “Parar por quê? Eu adoro trabalhar, me sinto um meninão, não dói pé, não dói nada!”, responde. E segue sua rotina.

Agora são oito da noite. Com as pautas já encaminhadas para o dia seguinte, ele finalmente volta para casa. Amanhã às cinco e meia da matina tem mais.

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Obras do Asfalta Rio Branco avançam nas 10 regionais da capital acreana

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As obras do maior programa de infraestrutura viária já realizado na capital acreana, o Asfalta Rio Branco, avançam em ritmo acelerado pelas ruas das 10 regionais da cidade.

Um exemplo é a rua 7 de Setembro, no bairro Alto Alegre, parte alta da cidade. Na via pública, onde é um corredor de ônibus, a pavimentação já está em processo avançado e comemorado pelos moradores.

“O asfalto está ficando de primeira. Tinham muitos buracos na rua dificultando a passagem dos carros, das crianças, mas agora está ficando bom, as calçadas estão ficando bem feitas, o esgoto que escorria à céu aberto há mais de seis anos e agora está ficando tudo certinho, estão caprichando”, comemorou o morador e comerciante, Jhonatan Liberato.

A Prefeitura de Rio Branco investirá R$ 190 milhões no Asfalta Rio Branco que tem por objetivo atender todas as regionais da capital acreana com obras estruturantes na malha viária dos bairros e principais ruas e avenidas da cidade, além de recapeamento, construção e recuperação de calçadas, rede de drenagem, esgoto e água potável.

Fonte: Prefeitura de Rio Branco – AC

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Prefeito de Rio Branco visita Usina de Processamento de Resíduos, em São Bento do Sul, Santa Catarina

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O prefeito de Rio Branco esteve visitando, nesta segunda-feira (22), a Usina de Processamento de Resíduos (UPR), que fica em São Bento do Sul, Santa Catarina.

O local é referência em todo o país em reciclagem (Foto: Assecom)

O local é referência em todo o país responsável em transformar o lixo recolhido nas casas dos são-bentenses em diferentes tipos de materiais plásticos, como tijolos, tubos, pavers entre outros. O material pode ser utilizado em calçadas ou outras obras pelo município, inclusive na pavimentação. Na usina até 95% de todo o lixo recolhido é reaproveitado.

De acordo com o gestor a Prefeitura de Rio Branco pretende implantar o mesmo modelo na capital acreana.

“É um trabalho único que tem hoje no Brasil com o aproveitamento de até 95% do lixo, enquanto que na Europa esse aproveitamento é de apenas 65%. É um trabalho lindo”, informou o prefeito.

Fonte: Prefeitura de Rio Branco – AC

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Magistrados do Poder Judiciário do Acre visitam aldeias para interação com indígenas

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Visita faz parte da aula prática do curso “Direito dos Povos Indígenas e Poder Judiciário”, oferecida pela Escola do Poder Judiciário (Esjud)

Para reconhecer e valorizar a importância das culturas indígenas na sociedade, magistradas e magistrados do Poder Judiciário do Acre visitaram nesta terça-feira, 23, a aldeia indígena Kamanawa, na cidade de Cruzeiro do Sul.

A visita faz parte da aula prática do curso “Direito dos Povos Indígenas e Poder Judiciário”, oferecida pela Escola do Poder Judiciário (Esjud), que foi destinado aos novos juízes empossados recentemente na magistratura acreana e também aos magistrados discentes do mestrado em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos.

A atividade tem a finalidade de fazer com que os participantes interajam com os indígenas, vejam como é a vivência deles para que nesse processo de reconhecimento e valorização, seja promovida a justiça social e o respeito pelos povos originários, combatendo estereótipos e preconceitos que muitas vezes são associados a essas comunidades e, assim, contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

Segundo o presidente da Associação Geral do Povo Kone Kui, Levir, que representa a comunidade, são doze aldeias integradas na localidade somando 384 famílias. Somente na aldeia indígena Kamanawa, por exemplo, são 62 famílias.

“O povo Kamanawa tem iminência povo onça. É a maior aldeia que nós temos, realizamos nossos eventos culturais aqui nesse salão, atividade de medicina e espiritualidade. Para nós é uma honra receber esses juízes aqui na minha terra”, disse.

O curso “Direito dos Povos Indígenas e Poder Judiciário” é credenciado pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e é justificado em virtude de uma lacuna na grade curricular das escolas judiciais relativa ao conhecimento das realidades e das necessidades dos povos indígenas, em contraste com as visões projetadas pela sociedade.

Abertura da atividade

A tribo recebeu a equipe do Poder Judiciário do Acre: com dança, cantoria sagrada e mostra artesanal. O diretor da Escola do Poder Judiciário, desembargador Elcio Mendes enfatizou que a atividade envolve mais de 50% da magistratura do Estado do Acre.

De acordo com ele, a Esjud, junto à Presidência tem dado todo o apoio para a efetivação da atividade. Ele citou ainda o vice-presidente, desembargador Luís Camolez, e o corregedor-geral da Justiça, desembargador Samoel Evangelista, que beneficiam momentos como estes para entendimento e a vivência dos povos originários. Como forma de agradecimento, o desembargador pediu uma salva de palmas para os indígenas.

O vice-presidente do TJAC, desembargador Luís Camolez dividiu a felicidade de visitar o local. “Somos gratos por essa receptividade. Achei interessante que, durante a dança, todos sempre no sentido horário, o pé direito sempre à frente e um com a mão sobre o outro ou dado à mão no ombro seu. Isso representa irmandade e isso é muito importante. Espero que permaneça dessa forma. Através desses exemplos é que nós, homens brancos, tiramos muita sabedoria”, compartilhou.

A presidente do TJAC, desembargadora Regina Ferrari, agradeceu a receptividade e destacou que o reconhecimento e a defesa dos direitos indígenas são essenciais para a preservação da identidade cultural e para a sustentabilidade das populações indígenas.

“Todos nós somos humanos e, em todos nós, deve palpitar a vontade se sempre fazer o bem para a nossa terra, para os nossos irmãos e famílias. Que todos aqui possam estar contribuindo para um mundo melhor. Um mundo de mais respeito, igualdade e de mais amor”, disse.

Novidades

Na ocasião, a presidente anunciou duas grandes ações a serem executadas pelo Poder Judiciário acreano. Uma delas foi sobre o programa de Residência Judicial. O programa abrirá portas de acesso para as comunidades indígenas, para além do aumento que será feito nas cotas raciais. Serão, a priori, 20 vagas na área de Direito e 20 vagas na área da Tecnologia.

Outra novidade anunciada pela desembargadora-presidente é referente ao Ponto de Inclusão Digital do Judiciário (PIDJus). Ela se comprometeu a instalar um PIDJus na aldeia para facilitar aos indígenas o acesso à justiça.

Conhecimento

No contexto do Judiciário há um aumento expressivo de ações judiciais, cada vez mais complexas, sofisticadas e profundas, as quais exigem de juízas e juízes uma formação orientada por uma abordagem transdisciplinar e multidisciplinar, a fim de prepará-las(los) cada vez mais para os novos temas que são judicializados. Por isso, a relevância da atividade destinada a demandas dos Povos Indígenas.

Desde questões relacionadas à demarcação de territórios, a conflitos ligados a impactos e procedimentos de grandes empreendimentos: mineração, hidrelétricas, avanço da fronteira agrícola, direitos de patentes, dentre outros.

Ao final do curso, os participantes terão suas habilidades e competências desenvolvidas para adotar uma postura dialógica com as diferentes partes e interesses de indígenas envolvidos no processo, utilizando os referenciais teórico-empíricos, precedentes judiciais e legislação que auxiliem na fundamentação das decisões judiciais, fazendo dialogar o Direito Internacional dos Direitos Humanos e o Direito Brasileiro.

A equipe foi composta também pelos docentes do curso de mestrado Patrícia Medina e Társis Barreto, além de Nedina Yawanawá e equipes da Diretoria Indígena da Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas do Acre (Semapi), assim como, contou com o apoio do Estado do Acre. 

Os magistrados visitarão outra aldeia nesta quarta-feira, 23, porém, no município de Mâncio Lima.

Fonte: Tribunal de Justiça – AC

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