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Acre

Candidatos ao governo do Acre trocam acusações no primeiro debate do 2º turno

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Com informações do ac24horas

Os candidatos que disputam o comando do governo do Acre, Sebastião Viana (PT) e Márcio Bittar (PSDB) subiram o tom dos discursos e trocaram acusações no primeiro debate do segundo turno das eleições 2014, realizado na noite de quarta-feira (22), na TV Gazeta, afiliada da Rede Record, canal 11. O debate foi mediado pelo jornalista Ogg Ibrahim, repórter da Rede Record, tendo a duração de uma hora e 15 minutos. Os candidatos abordaram diversos temas.

Mesmo prometendo um debate de propostas, o governador Sebastião Viana questionou Bittar pela extinção de secretarias, afirmando que a oposição teria governado o Acre por 20 anos, e quase destruiu o Estado. Bittar retrucou e acusou a família de Viana, de participar de administrações anteriores. O tucano negou que extinguiria secretarias, destacando que pretende reduzir os gastos com cargos de confiança que estariam em torno de R$ 100 milhões.

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Sebastião ironizou o adversário. “Parece que o candidato não leu o que escreveu no plano de governo, onde defende o fim das secretarias”, enumerando que Bittar pretende acabar com a secretaria de produção familiar e a secretaria de pequenos negócios, que teria beneficiado aproximadamente 14 mil famílias. Na tréplica, Bittar disparou que os membros da FPA mentem. “Não posso tolerar que políticos condenados ganhem salários de R$ 20 mil”, disse Bittar.

A operação G7 deflagrada pela Polícia Federal, que levou à cadeia, secretários, servidores públicos e empreiteiros também foi relembrada no debate. Bittar perguntou ao governador petista se ele continuaria acreditando que a PF teria montado um complô contra seu governo, após o pedido de instauração do MP. Sebastião voltou a defender seus gestores, destacando que os acusados estariam há 42 meses esperando para apresentarem suas defesas.

“Estamos há 42 meses, aguardando um procedimento de denúncia que dará direito de defesa para os acusados para provarem a honra ou assumir a culpa diante dos fatos”, disse Sebastião, que acusou o irmão do candidato tucano, Mauro Bittar, de chefiar um grupo responsável por falir o Banco do Estado do Acre (Banacre), desviando cerca de R$ 40 milhões. Na tréplica, Bittar afirmou que o grupo de Viana cria versões e passa a acreditar nelas. Ele afirma ainda que não vai nomear ninguém que tenha ficha suja.

Sebastião Viana deixou o discurso de serenidade e propostas de lado e partiu para o ataque a Bittar. Para o petista, Bittar estaria cercado de pessoas que deveriam prestar esclarecimento à Justiça. Viana perguntou onde Márcio Bittar estaria na época que o Acre enfrentou problemas com a cheia dos rios. O tucano ironizou: “pensei que era só minha mulher que gostaria de saber onde eu andava”. De acordo com Viana, Bittar “aparece no Acre de quatro em quatro anos”.

Sebastião Viana alardeou os números de seu governo na área de habitação, prometendo entregar 9.800 casas até o final de seu primeiro mandato, ampliando os números para 11 mil unidades em todo o Estado, nos próximos quatro anos. Bittar disse que iria apenas fazer o que o petista prometeu e não conseguiu, terminando a construção das casas da cidade do povo e construindo mais 11 mil unidades nos municípios do interior.

Os problemas na saúde também foram abordados pelos candidatos. Márcio Bittar acredita que a área de saúde é motivo para reclamação de 80% da população, questionando sobre o que teria faltado para resolver “o caos na saúde”. Sebastião tentou desqualificar o índice apresentado pelo tucano. “O Acre é o único estado que não tem filas de macas nos corredores, diferente dos estados governador por vocês da oposição”.

No segundo bloco, os candidatos responderam perguntas formuladas pelo mediador sobre o avanço no Ideb e investimentos no ensino integral. Para Bittar, o índice do Ideb não melhorou apenas no Acre, mas em 24 estados. “No ensino médio o Acre não teria avançado, ficando abaixo de 14 estados, defendo a escola de tempo integral com contrato de gestão que oferece bônus a quem atingir a meta, além de ampliar para 10% os investimentos na educação”.

O governador petista fez uma média com os professores e alunos das escolas da rede estadual que seriam os responsáveis pelo Estado ter alcançando a meta de 2017 – enquanto 19 estados teriam caído. “Os índices caíram nos municípios administrados pela oposição”, dando como exemplo a cidade de Cruzeiro do Sul e Brasileia, “que naufragou depois que começou a ser administrada pelo PMDB”, disparou Sebastião Viana.

O abastecimento de água tratada e o saneamento foram os temas da segunda pergunta. Márcio Bittar apresentou dados que 60% da água trada é desperdiça e 60% dos resíduos não recebe tratamento. Sebastião contestou e disse que se orgulha de ser o governador que mais investiu na área. “92% da população é beneficiada por água tratada, o esgotamento sanitário atinge 73% de investimento”. O petista afirma ainda que reduziu o desperdício de água em mais de 20%.

No terceiro bloco, Bittar falou dos índices de violência no Acre, defendendo o endurecimento das leis e a menor idade penal. Sebastião acredita que o tema envolve toda a sociedade. “Dilma mudará a constituição para beneficiar os estados e valorizará os policiais. No tempo do esquadrão, até seis corpos foram jogados na frente desta emissora”. Sebastião voltou a alfinetar os estados governados pela oposição, “onde os índices são maiores”.

Márcio Bittar não deixou por menos e culpou o governo petista do Acre pelo mensalão. “até parece que ele não governa o Acre, se eu sou culpado pelos governos de outros estados, o PT do Acre também é responsável pelo mensalão. Na tréplica, Sebastião informou que o Acre é segundo estado menos violento, mas não aceita o conformismo, pagando melhores salários para os policiais, “mas a luta de pacificação tem que envolver toda comunidade”.

O governador Sebastião Viana perguntou se Bittar pretendia privatizar a OCA, no mesmo modelo que pretende usar no saneamento e abastecimento de água. “O meu programa para resolver a questão de abastecimento é através de parcerias, que o PT demonizou no governo FHC. A esquerda inventa uma mentira ao dizer que vou privatizar a OCA. Eles criam boatos e aterrorizam a população e os servidores com ameaças que vou até acabar com o Bolsa Família”, enfatiza Bittar.

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O candidato tucano acusou o governo petista de fazer um rombo no sistema previdenciário, deixando de fazer o recolhimento das contribuições durante seis anos. Sebastião retrucou e disse que Bittar “não entende nada de Previdência Social. A dívida que está se constituindo é para 2049. É grave acusar o governo de omitir recolhimento. É abominável”. Bittar acredita que o governo petista estaria “colocando em risco a previdência do servidor”.

O candidato petista ainda tentou fazer uma pegadinha, mudando o nome do bairro São Francisco para “o Alto São Francisco, dizendo que o candidato tucano “não é de andar e visitar os municípios”. Bittar respondeu dizendo que mora no Acre desde os 10 anos.”Este governo é preconceituoso. Marcus Viana chegou há pouco tempo, Binho também veio de fora. O Acre não é de vocês, é das pessoas. De fato você anda muito, deixa de trabalhar para andar”.

O tucano acusou a coligação petista de permanecer no palanque. Ele afirmou que desde que foi eleito deputado federal, permaneceu entre os 40 deputados federais mais atuantes na Câmara. Sebastião insistiu no questionamento, ressaltando que toma decisões a partir das visitas faz às comunidades de todo Acre. Bittar se manteve na ofensiva. “Vou governar o Acre pensando nas novas gerações, enquanto você estudava fora, com bolsa da Arena, eu trabalhava no interior de Sena Madureira”.

No quarto e último bloco, os candidatos falaram de suas expectativas em relação à votação de domingo. Sebastião e Bittar esqueceram os ataques pessoais e se dirigiram aos eleitores para pedir o voto e a confiança para ocupar a cadeira de governador do Acre a partir de 2015.

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TJAC entrega novas instalações do Centro de Justiça e Cidadania à população do Jordão

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Como parte da programação pelo aniversário da cidade, Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) entregou nesta sexta-feira, 26, novas instalações reformadas para população da cidade que passará a poder ter atendimento diário com juízes, defensores e promotores, por videochamadas

Jordão é um dos quatro municípios isolados do Acre. Para chegar à cidade é uma hora e meia de avião pequeno, saindo de Rio Branco, normalmente mono ou bimotor, ou de três a cinco dias de barco saindo de Tarauacá, dependendo do tamanho da canoa e do nível das águas do rio. Mas, mesmo isolado, Jordão é um município com população de 9.222 habitantes, conforme o Censo de 2022, que tem direitos e para atender as moradoras e moradores, o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) entregou nesta sexta-feira, 26, as novas instalações do Centro de Justiça e Cidadania (Cejuc) e do Ponto de Inclusão Digital do Judiciário (PIDjus) na cidade.

A entrega do Cejuc com o PIDJus significa atendimentos diários para as jordaoenses e os jordaoenses. Afinal, o município não tem a quantidade de pessoas para ter Comarca instalada, então, o juiz, a juíza precisavam sair de Tarauacá e vir até a cidade para resolver os conflitos, a recomendação era que as visitas fossem pelo menos uma vez por semestre. Mas, agora, as pessoas poderão conversar com magistradas e magistrados por videochamada todos os dias. Inclusive, poderão acessar os serviços das instituições parcerias no PIDjus: Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AC), Defensoria Pública (DPE/AC), Ministério Público (MPAC) e Tribunal Regional do Trabalho da 14° Região (TRT 14).

A cerimônia de inauguração faz parte da programação de aniversário da cidade e contou com a presença da própria presidente do TJAC, Regina Ferrari, da desembargadora Eva Evangelista, das juízas Rosilene Santana, que tem a competência para atender o Jordão, e Bruna Perrazo, do promotor Efraim Mendivil, do defensor público, Rodrigo Lobão, do prefeito Naudo Ribeiro, do presidente da Câmara de Vereadores, Guedes Oliveira, e de outros vereadores, servidores e da população local. 

A presidente do TJAC, desembargadora Regina Ferrari, falou sobre a aproximação do Judiciário com as pessoas e enfatizou que ninguém mais precisaria esperar a vinda de magistrados, promotor ou defensor para ser atendido.

“Agora não precisa mais esperar que o juiz venha, defensor, promotor venha. Agora todos os dias as pessoas podem vir aqui, que serão atendidos, poderão falar com servidores para saber a posição do seu processo ou fazer uma videochamadas, abrir uma demanda que necessite. Esse momento representa um marco significativo em nossa trajetória, pois simboliza nosso compromisso contínuo com a melhoria do acesso à justiça em nossa sociedade”. 

Na obra foram investidos 228 mil de recursos próprios do TJAC, para a disponibilização de um ambiente mais adequado para atender a população, como comentou a juíza Rosilene Santana. “Este momento é muito importante para vocês e para nós do Poder Judiciário, vermos esta unidade hoje, pronta. Antes os atendimentos eram feitos em um local menor. Estamos entregando hoje um ambiente adequado e com alto padrão, para trazer mais conforto para a população. Isso aqui é para nós e para vocês cidadãos”.

Para o prefeito do Jordão, o Cejuc com o PIDJus representa direitos e cuidado com a população. “O Poder Judiciário tem um papel importante na nossa sociedade que é trazer os atendimentos que as pessoas precisam. Isso aqui é importante para população, temos 70% das pessoas morando na zona rural, 40% indígena, sabemos o tamanho da procura pelos atendimentos do Poder Judiciário. Muitas vezes as pessoas tinham que ir à Tarauacá resolver um problema simples e agora vão poder resolver aqui. Isso nos deixa muito feliz. Isso demonstra seu compromisso, presidente, com a população do Acre”. 

O prefeito ainda lembrou quando a juíza Bruna Perazzo iniciou as tratativas para que a Justiça tivesse um local maior na cidade e falou da importância do PIDJus que além dos serviços dará oportunidade para estudantes que trabalharão como monitores, auxiliando as pessoas a utilizarem os atendimentos digitais.

“Estou muito feliz com as novas instalações, tenho certeza que vamos dar mais comodidade para população e não tenho dúvida que foi um acerto muito bom esse legado que vai atender muito bem a população. Fico feliz por dar oportunidade para dois jovens do ensino médio da nossa cidade, que serão estagiários nessas instalações onde despertarão a curiosidade de serem advogados, juiz, promotor por que vão começar a trabalhar dentro do Judiciário”. 

Fonte: Tribunal de Justiça – AC

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Wanderley Andrade revela agenda com mais três shows no Acre, dia 19 de maio em Assis Brasil

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Wanderley Andrade revela agenda com mais três shows no Acre, encerrando dia 19, fora época da tríplice fronteira CarnaVassis 2024, em Assis Brasil

Wanderley Andrade estará presente na festa alusiva ao aniversário dos 48 anos de emancipação política de Assis Brasil, no carnaval fora de época da tríplice fronteira.

Com Edinho Levi

Um dos mais importantes representantes do pop calypso paraense, temperado com o swing caribenho, originado a partir de guitarradas históricas de Chuck Barry, Little Richard, Jerry Lew Lewis, Wanderley Andrade esteve com seu show na última quinta-feira (25), no Bistrô e Sushi Bar, Paris Garden, em Rio Branco.

“Só agradeço a Deus, só gratidão a Deus e a vocês, que são muito carinhosos comigo”, disse Wanderley.

O cantor que tem como principal característica desmistificar os problemas sociais do Brasil através de suas canções como: ladrão de coração, detento apaixonado, a rebelião, psicopata, terrorista e traficante, também falou da sua agenda no Acre para o ano de 2024.

Wanderley Andrade agitou a Praça da Revolução com um show histórico durante o Carnaval da Prefeitura de Rio Branco. Uma multidão de todas as idades lotou o centro da cidade à época – Foto: Sérgio Vale

“No dia 12 de maio estarei em Feijó, dia 19 no CarnaVassis 2024, em Assis Brasil, no dia 06 de junho estarei em Sena Madureira comemorando meus 60 anos na casa do meu amigo Mazinho Serafim, e o prefeito Tião Bocalom pediu para eu reservar a data do réveillon”, disse o cantor.

Entre outras novidades, Wanderley Andrade falou da sua turnê internacional. O cantor deverá se apresentar em cinco países: Austrália, Japão, Canadá, Estados Unidos e França, com o tributo a Raul Seixas.

 

O prefeito Jerry Correia, anunciou na última quarta-feira, 23, a programação oficial dos festejos. A reunião com as instituições foi para apresentar a estrutura do evento e tratar principalmente sobre a segurança.

No gabinete, o gestor recebeu representantes da Polícia Civil, Polícia Militar, Detran, Conselho Tutelar, Associação de Vendedores de Alimentação e Bebidas, além da Comissão Municipal de Organização de Eventos Públicos. A reunião das instituições foi para apresentar a estrutura do evento e tratar principalmente sobre a segurança durante os dias de festejos.

A programação do aniversário de Assis Brasil, prevê a realização de diversas atividades esportivas, Marcha Pra Jesus com show nacional, desfile cívico e o já conhecido CarnaVassis, o carnaval fora de época da tríplice fronteira.

As atividades alusivas ao aniversário da cidade já começam no dia 1º de maio, com a abertura oficial do mês de Assis Brasil e a Semana Evangélica. No dia 3 de maio acontece o 2º Festival da Canção Gospel e no dia 4 a Marcha Pra Jesus com o show nacional do cantor Juliano Son.

A reunião com as instituições foi para apresentar a estrutura do evento e tratar principalmente sobre a segurança durante os dias de festejos – Foto Assessoria

Entre os dias 6 e 11 de maio serão realizadas diversas atividades esportivas no estádio municipal e ginásio Sidney Nascimento.

Já nos dias 17, 18 e 19 de maio acontece o CarnaVassis 2024 com diversas atrações locais, regionais e o show nacional com Wanderley Andrade .

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Acre

Cacique agradece ida de magistrados à aldeia para conhecerem cultura indígena

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Visita teve a finalidade de troca de conhecimento, compartilhamento da cultura e a história para promover a maior compreensão e respeito

Magistradas e magistrados que estão em aula prática, pela Escola do Poder Judiciário (Esjud), para conhecer a cultura indígena e aprimorar o conhecimento sobre os direitos dos povos originários, fizeram visita a segunda aldeia na última quarta-feira, 24. Situada no município de Mâncio Lima, foi a primeira vez que a Aldeia Puyanawa recebeu uma delegação do judiciário.

Recebidos pelo cacique Joel Ferreira, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o local e ouvir a história, contada pelo próprio cacique, de luta, resistência e outros desafios que os indígenas enfrentaram e enfrentam até hoje para preservação da identidade cultural.

“Como cacique vejo, nesse primeiro momento, a sociedade vir por respeito a conhecer um pouco da história e nossa cultura. É bom para eles fazerem um pouco de reflexão do nosso direito constitucional. Para nós, apresentar nossa aldeia, é falar com muita consciência e muita tranquilidade do modo de vida que nós trabalhamos e como vivemos em comunidade”, disse.

O cacique disse ainda ser uma grande satisfação ter recebido a equipe do Poder Judiciário para poder transmitir a mensagem, conhecimento, cultura, história para que a equipe se sensibilize de como o povo indígena vive, trabalha, como se desenvolve e defende a sua terra e seu direito.

“Falamos disso tudo, como uma forma de linha do tempo, para todos terem um pouco mais de conhecimento É uma oportunidade de falar sobre a situação do nosso passado, do presente e do futuro. Hoje a gente passa por alguns problemas e sentido muita dificuldade por algumas instituições não conhecerem bem a nossa luta. Foi um intercâmbio de conhecimento. Um marco histórico da nossa vida até porque foi a primeira vez que recebemos uma delegação do judiciário em nossa comunidade”, acrescentou.

Em seu pronunciamento, o diretor da Escola do Poder Judiciário, desembargador Elcio Mendes agradeceu a todos magistrados e servidores que ajudaram a construir o momento de conhecimento.

“A lição mais sábia é aprender em momento como este. É onde se coloca a educação e cultura em primeiro lugar, onde sabe colocar os valores de sua origem e de suas raízes”, ressaltou.

O desembargador destacou que todos saíram com a missão de vida de como a forma simples de convivência é importante para os ensinamentos.

“Parabéns ao cacique pela condução, pelo respeito e mais ainda pela valorização da educação. As escolas têm um papel preponderante e estamos trabalhando isso na Esjud. Discutimos e levamos experiência de fora para também contribuir com conhecimento interno”, completou o desembargador.

O vice-presidente, desembargador Luís Camolez disse ter ficado feliz em poder participar desses dias de aprendizado com os indígenas. Para ele foi realmente inspirador.

“Foi um momento de compartilhar a cultura, história e desafios enfrentados pelo povo indígena. É crucial que mais pessoas tenham a oportunidade de compreender a realidade e os direitos indígenas. Fiquei feliz com as palavras do cacique. É exemplo de liderança. Líder não vive isolado. Ele tem que pregar pelo seu povo, delegar missão e cobrar resultado. Isso servem para os juízes que estão chegando agora”, ressaltou.

A presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Regina Ferrari garantiu que o Poder Judiciário está à disposição para qualquer necessidade da comunidade. Ela agradeceu pela recepção e disse que o coração se alegrou pela forma como a equipe foi recebida.

“Estou muito honrada. Parabéns a toda a comunidade que luta pela preservação da identidade indígena. Que essa etnia cresça e se solidifique de geração em geração. Certamente nossas juízas e nossos juízes estão mais preparados para as audiências, ações judicias que tiverem situação envolvendo indígenas”, finalizou.

Na oportunidade, a desembargadora-presidente também anunciou projetos do Poder Judiciário do Acre, que serão executados em curto prazo, em benefícios à comunidade indígena.

Aldeia Puyanawa

No início do século 20, os Puyanawa habitavam as cabeceiras dos afluentes do baixo rio Moa. Os Puyanawa vivem em duas aldeias, Barão do Rio Branco e Ipiranga, situadas no município de Mâncio Lima no Acre. A principal via de acesso é a estrada que é trafegável durante todo o ano. A outra opção de acesso à terra é através do rio Moa. A distância entre a sede da Colocação Ipiranga e a cidade de Mâncio Lima é de 28 quilômetros.

Somente com o início do processo de demarcação de seu território, a cultura puyanawa voltou a ser valorizada pelos próprios índios que têm se esforçado para retomar sua língua nativa, tarefa que realizam com dificuldade, tendo em vista o reduzido número de falantes.

Vivência

O coordenador do curso de mestrado da Esjud, Társis Barreto explicou que o mestrado profissional é interdisciplinar em prestação jurisdicional e direitos humanos e envolve ações acadêmicas e profissionais, seja de ensino, pesquisa ou intenção ou extensão que tenham profundo impacto sobre o âmbito da jurisdição, aperfeiçoamento da jurisdição como a concretização dos direitos humanos.

“Trazendo aqui para a turma Norte, nós estamos observando, coletando, aperfeiçoando essas ações que são voltadas a concretização dos direitos humanos no cenário local. E esta iniciativa de visita institucional, que é feita atraindo o poder judiciário, sobre ponto de vista da proteção dos povos indígenas, representa a materialização de uma ação concreta extremamente relevante e de profundo impacto social no Estado do Acre”, explicou.

A doutora Patrícia Medina, do mestrado da UFT/Esjud, docente de uma universidade federal no estado do Tocantins, acompanhou a agenda e compartilhou a experiência enfatizando ter se surpreendido com o nível de organização e que a visita ajuda os alunos, que são os magistrados, no processo de formação.

O juiz de Direito substituto, Robson Shelton disse ter sido uma experiência enriquecedora. “Essa vivência aqui no dia a dia, vendo como eles convivem, se organizam, como valorizam a natureza, como eles valorizam a questão cultural, a identidade deles é muito importante pra que nosso Poder Judiciário possa, na análise das demandas, compreender a necessidade deles, compreender como eles enxergam o mundo, como eles se enxergam nas relações sociais deles. É extremamente enriquecedora pra atuação do Poder Judiciário”, compartilhou.

O professor Tiago Gagliano enfatizou ser espetacular ver o judiciário com uma inserção no campo do destinatário da prestação judicial.

“É algo espetacular, ainda mais considerando uma barreira aparente cultural que pode haver entre a comunidade indígena, os povos originários e o poder judiciário, quer dizer, é a quebra desse paradigma é algo que favorece a todos, favorece ao Poder Judiciário, favorece a sociedade, favorece aos povos originários e favorecem o último grau a própria democracia, ou seja, da maneira como está sendo conduzida essa inserção e essa quebra de barreiras me parece que todos têm a ganhar”, enfatizou.

Na terça-feira, os magistrados visitaram a Aldeia indígena Kamanawa, na cidade de Cruzeiro do Sul. A agenda tem a missão de  reconhecer e valorizar a importância das culturas indígenas na sociedade.

Leia mais: Magistrados do Poder Judiciário do Acre visitam aldeias para interação com indígenas

Fonte: Tribunal de Justiça – AC

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