O presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, disse no sábado (22.jan.2022) que uma vacina anual contra a covid-19 é preferível a doses de reforço mais frequentes. Ele declarou que, mesmo com “uma vacina para todas as variantes”, o coronavírus não será erradicado.

Com pouco mais de um ano desde o início da vacinação contra a covid-19, muitos países já aplicam uma dose de reforço. Alguns, como Israel, já avançaram para a aplicação da 4ª dose.

Em entrevista ao canal israelense N12 News, Bourla disse não considerar “um bom cenário” que as doses de reforço sejam aplicadas a cada 4 ou 5 meses. Segundo ele, o ideal é uma vacina anual.

É mais fácil convencer as pessoas a fazer [vacinação anual]. É mais fácil para as pessoas se lembrarem”, disse Bourla. “Então, do ponto de vista da saúde pública, é uma situação ideal. Estamos procurando ver se podemos criar uma vacina que cubra a ômicron e não deixe de fora as outras variantes. Isso pode ser uma solução.

A fala de Bourla vai de encontro com a opinião de Marco Cavaleri, chefe de ameaças biológicas à saúde e de estratégia de vacinas da EMA (Agência Europeia de Medicamentos).

Em entrevista a jornalistas em 11 de janeiro, Cavaleri disse ser necessário um 1º reforço, já que a proteção –em especial contra a ômicron– cai depois de um certo período. No entanto, ele declarou que os dados não são suficientes para a indicação de uma 2ª dose de reforço logo em seguida à 1ª.

Ao aplicarmos doses de reforço a cada 4 meses, aproximadamente, podemos ter problemas com a resposta imunológica, que poderá não ser tão boa quanto gostaríamos”, disse. “Então, deveríamos ser cuidadosos para não sobrecarregar o sistema imunológico com constantes imunizações”, continuou.

Idealmente, a aplicação de uma dose de reforço deve ser sincronizada com o início do inverno em cada hemisfério, a semelhança do que fazemos com a vacina da gripe”, afirmou.