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Com dificuldades de costurar alianças, Marina atrai economistas ortodoxos

Mesmo com pouco tempo de televisão, pré-candidata aparece em segundo lugar nas pesquisas

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A pré-candidata à Presidência Marina Silva – Gabriel dce Paiva

SÃO PAULO — Sem alianças com outros partidos, uma bancada reduzida que garante somente dez segundos na campanha televisiva e apenas R$ 10 milhões do fundo eleitoral (menos de um quarto do que gastou na eleição de 2014). Poucos candidatos a presidente da República gostariam de ter a estrutura de Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, mas quase todos comemorariam estar em sua situação. Com 15% das intenções de voto, atrás apenas do deputado Jair Bolsonaro (PSL), Marina é hoje a única que se mostra capaz de vencê-lo no segundo turno — de acordo com a última pesquisa do Datafolha, por 42% a 32%.

LEIA: Rejeitada pela ‘velha política’, Marina tenta aliança com nanicos

Cativar eleitores é um objetivo que, em sua equipe de campanha, é perseguido com estratégias diferentes — e, muitas vezes, opostas. Há um grupo mais fiel a Marina, egresso de sua primeira campanha em 2010, formador da Rede, que, como ela, rejeita qualquer ligação com partidos tradicionais e prega uma “nova política”. Diz não se importar com o pouco tempo na televisão ou a falta de dinheiro. E há um grupo focado em demonstrar que Marina tem os pés no chão, especialmente na área econômica, como em 2014.

A dialética entre os “sonháticos” e os “pragmáticos” da campanha ficou mais clara nos últimos dias. Depois que Marina e seus mais próximos rejeitaram com veemência os acenos feitos pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, os economistas Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Resende, colaboradores que andavam meio distantes, apresentaram publicamente diagnósticos e propostas econômicas.

— Isso mostra que a Marina tem na área econômica uma equipe de pessoas com experiência e que não vai fazer nenhuma aventura política na economia — diz Giannetti, que defende propostas de uma economia de mercado com uma política inclusiva “incisiva”.

Para Giannetti, a eleição se apresenta com dois candidatos de extremos, caracterizados pelo caráter belicoso: Bolsonaro e Ciro Gomes (PDT). Ele afirma que a movimentação é uma forma de indicar que Marina irá se apresentar como a candidata da racionalidade.

DIFICULDADE PARA ATRAIR PARTIDOS DE PESO

Ao lado do economista Ricardo Paes de Barros, um dos maiores especialistas do mundo em programas focados na população de baixa renda, Giannetti e Lara Resende são os sinais ao mercado e ao público de que Marina irá, sim, abrir espaço a ideias semelhantes às defendidas por PSDB e PT. Enquanto isso, seu grupo mais fiel zela por afastar a possibilidade de isso se concretizar no quesito aliança partidária.

Até aqui, Marina e os seus correligionários demonstram muita dificuldade e pouca disposição para atrair partidos de peso. Marina tem investido em conversas com partidos nanicos, como PHS e PMN, e sonha com o apoio formal de alguns dos movimentos de renovação da política, entre eles o Agora. Políticos profissionais da Rede estranham o estilo da candidata ao conduzir a pré-campanha até agora. Perguntado sobre qual seria a estratégia de Marina, um dos coordenadores da Rede respondeu ao GLOBO: “se você descobrir, me conta”.

— Marina vai apostar na força pessoal, na sua posição de personalidade respeitada como defensora do meio ambiente, está jogando um tudo ou nada para atingir uma nova parcela da população, mostrando o que é — diz o ex-senador Pedro Simon, do MDB, considerado um dos principais conselheiros de Marina.

Esse isolamento é visto quase como um sacerdócio entre os mais idealistas de sua campanha. As comparações são feitas principalmente com a campanha de 2014 quando, devido à morte de Eduardo Campos, a ex-senadora assumiu uma candidatura que, segundo seus assessores, não foi montada para ela. Herdou um marqueteiro e alianças costuradas por Campos e pelo PSB. Acabou ouvindo reclamações de que era reticente em pedir votos em palanques que não haviam sido montados por ela. Para 2018, Marina promete ser mais ativa no apoio a parceiros.

— Ela tem um partido, que ela criou, e mais a autonomia para definir a própria agenda — admite a ex-vereadora Andrea Gouvêa Vieira, da coordenação de campanha.

PERDA DE APOIO EMPRESARIAL

Nesta situação, a equipe de Marina investe em sua imagem de alguém distante da politicagem, dos conflitos, e que se propõe a fazer um novo “pacto social” para reconstruir a política e o país após a Operação Lava-Jato. Durante a campanha, Marina planeja se comprometer a acabar com a reeleição e a usar a regra já no seu mandato. Seus colaboradores acreditam que a medida lhe daria autoridade para aprovar reformas.

Além do isolamento partidário, Marina enfrenta a perda de outros apoios importantes: não participarão desta vez seu candidato a vice em 2010, o empresário Guilherme Leal, fundador da Natura, e Neca Setúbal, acionista do Itaú, e que atuou na coordenação de seu programa de governo em 2014. Também ficará de fora o ex-deputado Alfredo Sirkis, um dos fundadores da Rede. Sirkis avalia que o recall de 20 milhões de votos das últimas eleições dará a Marina uma boa largada, mas alerta:

— Essa aura mítica da Marina faz parte da imagem da mulher honesta que nasceu no coração da floresta e chegou a senadora e duas vezes candidata a presidente. Mas a política brasileira está muito erosiva e Marina não escapou ao cansaço da população em relação aos políticos — avalia.

PRÉ-CANDIDATA GOSTA DE APELIDAR ADVERSÁRIOS

Além de reconhecida pela sua atuação como ambientalista e ministra do Meio Ambiente durante os dois mandatos do ex-presidente Lula na Presidência, Marina é filha de um seringueiro e chegou a trabalhar na extração do látex. Como política, não deixa a origem amazônica de lado: Marina costuma apelidar partidos e políticos com o nome de animais da Amazônia.

Ela mesma se compara a um inhambu-macucau, ave amazônica, por seu canto similar à frase “venha cá, por favor” e por ser um animal “educado, mas um pouco sem graça”, como chegou a afirmar em entrevista à rádio Jovem Pan em abril. A ministra também comparou Bolsonaro a uma hiena.

Ex-partido de Marina, o PT seria um jacu, também por causa de seu canto, que soa como “tá ruim” — a comparação, antes elogiosa ao caráter combativo do partido, agora é vista como sinal dos tempos ruins da sigla. O MDB seria o tatu-canastra: o animal é grande, chega a atingir um metro de comprimento, é forte mas, por outro lado, tem uma cabeça pequena. Na fauna de Marina, nem mesmo os jornalistas que a seguem durante suas agendas escapam da comparação aos animais. A pré-candidata costuma chamá-los de “carrapichos”.

A comparação, bondosa ou não, a depender do interlocutor, é com a planta daninha que gruda como um carrapato mas, ao contrário dele, não suga sangue.

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Ministro da Justiça suspende policial que ensinou tortura em curso

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, aplicou uma pena de suspensão, de 90 dias, ao agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Ronaldo Bandeira, que aparece em um vídeo mostrando como fazer tortura usando spray de pimenta em viaturas da corporação. O vídeo viralizou nas redes sociais no fim do ano passado e o agente foi alvo de processo administrativo disciplinar, que chegou a recomendar sua demissão do cargo público, o que acabou não sendo acatado pelo ministro.

Nas imagens que tiveram grande repercussão, Bandeira ministrava aula em um cursinho e detalhava uma abordagem que teria ocorrido com outros policiais. Na gravação, ele relata uma situação de prisão com resistência na qual o suspeito estava na parte de trás da viatura. Em seguida, o agente diz: “O quê que ‘o polícia’ faz? Abre um pouquinho, pega o spray de pimenta e taca! A pessoa fica mansinha”. Ele chega a afastar o microfone, que estava gravando, ao mencionar o uso do spray. O policial rodoviário ainda fala, no vídeo, com ironia, que o procedimento seria tortura. 

A gravação do vídeo, que teria ocorrido em 2016, veio à tona depois que Genivaldo de Jesus Santos foi morto durante ação de policiais rodoviários federais em Sergipe, em 2022.

Imagens veiculadas na internet mostram a ação policial que prendeu Genivaldo no porta-malas de uma viatura após ele trafegar de moto sem capacete em uma rodovia.

Publicada em edição regular do Diário Oficial da União (DOU) da última segunda-feira (22), a portaria que determina a suspensão diz que o policial cometeu infração disciplinar prevista regime jurídico dos servidores públicos civis da União, que é a violação do dever de lealdade à instituição Polícia Rodoviária Federal.

Fonte: EBC GERAL

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Justiça libera assinatura de concessão para Trem Intercidades em SP

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O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou recurso da Fazenda Pública do estado e autorizou a continuidade do processo de concessão do Trem Intercidades (TIC) Eixo Norte, que ligará os municípios de Jundiaí e Campinas à capital paulista. O andamento tinha sido suspenso por decisão liminar na última quarta-feira (24). 

Na decisão que derrubou a liminar, a desembargadora Maria Laura Tavares destacou a necessidade de aguardar as manifestações do governo de São Paulo na ação. No recurso apresentado ao TJ-SP, a  Procuradoria Geral do Estado argumentou que as alegações de supostas irregularidades eram frágeis e que o descumprimento do cronograma de concessão provocaria prejuízos diretos tanto aos cofres públicos como à população. 

Após licitação, ficou definido que a C2 Mobilidade Sobre Trilhos é a companhia que irá assumir o serviço. A assinatura do acordo está prevista para maio.

Suspensão 

Na última quarta-feira (24), uma liminar obtida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo (SindPaulista) suspendeu o andamento da concessão. A juíza Simone Casoretti, da 9ª Vara de Fazenda Pública, acolheu o pedido da entidade representativa dos trabalhadores, destacando que a formalização do contrato mediante assinatura dependia da revisão de termos do edital.  

O argumento apresentado pela entidade foi de que faltavam informações em relação às condições de trabalho que os empregados da linha terão. O sindicato da categoria também contestou o fato de a licitação ter combinado dois serviços diferentes – o trem expresso entre São Paulo e Campinas e a linha metropolitana já existente.

A entidade sindical tem um prazo de 15 dias para entrar com recurso, caso queira. O SindPaulista ainda não se manifestou sobre a decisão.

TIC Eixo Norte

O veículo ligará Campinas a São Paulo em 64 minutos, com 15 minutos de intervalo entre os trens e uma parada em Jundiaí. A velocidade média será de 95 quilômetros por hora, podendo chegar a 140 quilômetros por hora em alguns trechos. Cada trem terá uma capacidade de 860 passageiros. A previsão é que o novo sistema de transporte fique pronto em 2031.

Há expectativas, ainda, de que o projeto gere melhorias na Linha 7-Rubi, que já liga São Paulo a Jundiaí, e implemente o Trem Intermetropolitano (TIM) entre Jundiaí e Campinas, linha que terá 44 km de extensão, com paradas em Louveira, Vinhedo e Valinhos. O percurso será feito em 33 minutos. Os trens terão capacidade para até 2.048 passageiros cada. A previsão é que o sistema fique pronto em 2029.

Fonte: EBC GERAL

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Cantor Anderson Leonardo, do Grupo Molejo, morre aos 51 anos, no Rio

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O cantor Anderson Leonardo, do Grupo Molejo, morreu nesta sexta-feira (26), no Rio de Janeiro. A confirmação foi feita por meio de uma publicação nas redes sociais do grupo de pagode. Anderson enfrentava um câncer. Ele tinha 51 anos e estava internado no Hospital da Unimed-Rio.

“Nosso guerreiro Anderson Leonardo lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao Molejo”, escreveu o grupo.

“Sua presença e a alegria eram uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos”, completa a publicação.

Fonte: EBC GERAL

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