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Acre

Com quase 500 mortes em 2017, Acre é o segundo estado mais violento do Brasil, aponta pesquisa

O novo recorde de homicídios em 2017 revela a dificuldade das autoridades estaduais e da União para conter essa escalada da violência

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Taxas de homicídios elevadas no Brasil de hoje ocorrem nos estados onde governos e instituições estão politicamente fragilizados. Quando a sociedade acaba se tornando tolerante ou passa a se sentir indefesa diante da ação de grupos armados que tentam defender seus interesses privados pela violência. Essas tiranias locais podem ser financiadas por atividades criminais lucrativas, como o tráfico de drogas, a partir da articulação com os presídios, ou até mesmo participar de grupos de policiais ou de milicianos que vendem segurança e ganham dinheiro aproveitando o medo da população. Em alguns casos, policiais violentos e criminosos são parceiros nas atividades ilícitas.

A maioria da população que vive nos bairros mais violentos das cidades acaba abandonada em meio ao fogo cruzado e ao terror imposto por esses grupos. Essas cenas de conflitos entre grupos e pessoas armadas, que até o final dos anos 90 se restringiam a cidades como Rio e São Paulo, se espalharam por outros estados do Brasil.

O novo recorde de homicídios em 2017 revela a dificuldade das autoridades estaduais e da União para conter essa escalada da violência. Segundo o levantamento do G1, 12 das 27 unidades da federação testemunharam crescimento nas taxas de homicídios em relação às de 2016. Quando comparamos os últimos sete anos, entre 2011 e 2017, o aumento atinge 21 estados.

Apesar dos números causarem desalento, há boas experiências que merecem ser observadas: 15 das 27 unidades da federação reduziram seus números entre 2016 e 2017, demonstrando que existem caminhos para reverter a situação. A vontade política do governante e o compromisso em coibir a ação armada nesses bairros mais violentos e a capacidade de articular diversas forças em defesa do estado de direito são o que costumam garantir o sucesso das medidas.

Entre os dez estados mais violentos do Brasil em 2017, nove estão na região Norte e Nordeste. Estão no topo do ranking, conforme as taxas de homicídios por 100 mil habitantes, Rio Grande do Norte (64), Acre (63,9), Pernambuco (57,3), Ceará (56,9), Alagoas (52,6), Sergipe (51,7), Pará (48,3), Bahia (41,2), Amapá (39,9) e Espírito Santo (39,9). Todos esses estados, em maior ou em menor grau, precisaram nos últimos anos lidar com um novo elemento comum na cena criminal brasileira: a profissionalização da distribuição das drogas e a ampliação da rede de parceiros no Brasil, iniciativa liderada pelos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Nos dois primeiros lugares no ranking de homicídios, Rio Grande do Norte e Acre, essa rearticulação da cena do crime acabou provocando conflitos intensos. Os governos locais acabaram paralisados e não foram capazes de compreender o que ocorria. No caso potiguar, a tensão cresceu diante da resistência dos criminosos e presos locais, que se articularam no Sindicato do Crime (SDN), facção que se formou em 2013 nos presídios do estado. A morte de 26 pessoas em Alcaçuz, em 2017, foi o desdobramento mais visível desse conflito, que continuou ao longo do ano inteiro.

Policiais acuados e desmotivados contribuíram com o aumento da violência ao se organizar para reagir ao crime. Em vez de resguardar a lei, acabaram entrando como mais um grupo no confronto semanas depois das rebeliões em Alcaçuz. Entre os dias 20 e 22 de fevereiro, integrantes da polícia se juntaram com vigias privados para assassinar 15 pessoas depois da morte de um sargento da PM local, conforme denúncia feita pelo Ministério Público. As condições fiscais do governo pioraram ainda mais a crise na segurança, que chegou ao auge depois de uma greve da polícia em dezembro de 2017.

Já a violência no Acre aumentou principalmente depois de 2015, também resultado de tensões entre gangues prisionais que se formaram ou se fortaleceram em prisões superlotadas. Segundo um levantamento do G1, o Acre é o estado que mais aprisiona no Brasil, com taxa de 712 para cada 100 mil habitantes. O PCC se aliou ao grupo local, Bonde dos 13. Com o racha entre o PCC e o CV em 2016, seguido das rebeliões pelo Brasil, a rivalidade entre esses grupos se intensificou. A nova cena de conflitos viria com requintes de crueldade. Os rivais passariam a filmar as mortes com celulares e a compartilhar os vídeos nas redes sociais, num procedimento que passaria a ser replicado por todo o Brasil.

Ceará foi um dos estados em que essas tensões produziram as cenas mais dramáticas nos últimos meses, com chacinas que aterrorizaram a população local. Desde meados dos anos 2000, as facções vinham chegando ao estado, interessadas nas oportunidades que o Porto de Fortaleza oferecia aos exportadores de droga. As taxas de homicídios estavam aumentando de forma preocupante desde 2010. Em 2016, um pacto entre facções foi anunciado nas redes sociais do crime. Este ano registrou quedas nas taxas.

O racha entre CV e PCC no final do ano e as rebeliões nos presídios intensificaram as disputas represadas. A truculência dos Guardiães do Estado, gangue local ligada ao PCC, produziu uma chacina com 14 mortes em um forró no bairro de Cajazeiras, em Fortaleza, ocorrida na noite de 27 de janeiro deste ano. Oito vítimas eram mulheres.

Pernambuco e Espírito Santo, estados que vinham se notabilizando pelo sucesso nas políticas de redução de homicídios, viram a situação se inverter. Em Pernambuco, a mudança de governo e a sucessiva morte de Eduardo Campos, além das péssimas condições do sistema prisional do Estado, parece ter desnorteado e fragilizado as autoridades atuais. No Espírito Santo, a greve da polícia militar em fevereiro de 2017 foi o gatilho para a escalada da violência que, historicamente, sempre foi um grave problema entre os capixabas.

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Professores da Ufac rejeitam proposta do Governo Federal e discussão sobre greve é antecipada

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Após rejeição de docentes, discussão foi adiada para a próxima segunda-feira (29)

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Acre já registra mais de mil casos de malária em 2024

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Equipe técnica da Sesacre já está traçando uma visita técnica em conjunto com o Programa Nacional de Controle Malária do Ministério da Saúde Foto: Arquivo

No Dia Mundial da Luta Contra a Malária, celebrado em todo o mundo nesta quinta-feira, 25, dados registrados pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) revelam que, em 2022, foram notificados 6.139 casos da doença e, em 2023, 5.204 casos, o que representa uma redução de 15,2% das ocorrências no estado.

De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde da Sesacre, os municípios com maior incidência da enfermidade se encontram no Vale do Juruá: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Nos três primeiros meses de 2024, foram confirmados 1.042 casos. Desses, 95,3% foram registrados nesses municípios.

O Acre está entre os estados com as maiores taxas da doença, representando 3,9% do total de número de casos de malária registrados na região amazônica em 2023. “Por isso, o Estado aderiu ao Plano Nacional de Eliminação da Malária, que prevê a extinção da doença no território brasileiro até 2035”, declarou o chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde da Sesacre, Júnior Pinheiro.

Apesar de potencialmente fatal, a malária é uma doença curável e evitável. É causada por parasitas inoculados por meio da picada de fêmeas do mosquito Anopheles infectadas, também conhecidos como mosquito-prego. Existem cinco espécies de parasitas que causam malária em humanos; entre elas, o Plasmodium falciparum e o Plasmodium vivax representam a maior ameaça.

Sintomas

Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), aumento do baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção por Plasmodium falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.

Transmissão

O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente pela picada da fêmea do mosquito Anopheles infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra sadia, como ocorre no compartilhamento de seringas (comum no caso de usuários de drogas), transfusão de sangue ou da mãe para o feto, na gravidez.

Tratamento

Em geral, após a confirmação da malária, o paciente recebe tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves devem receber hospitalização imediata.

O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante, a idade do paciente e condições associadas, como gravidez e outros problemas de saúde, além do nível de gravidade da doença.

Prevenção

Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, uso de repelentes e telas em portas e janelas.

Medidas de prevenção coletiva: drenagem, obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterros, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoria da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.

Fontes:

Fundação Oswaldo Cruz

Ministério da Saúde. Saúde de A a Z

Organização Mundial da Saúde

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Acre

Prefeito participa do Fórum Norte e Nordeste da Indústria da Construção, em Rio Branco

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O prefeito de Rio Branco participou, nesta quinta-feira (25),do Fórum Norte e Nordeste da Indústria da Construção, que é realizado no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac). O encontro reúne especialistas do setor, autoridades políticas e empresários, onde são discutidos propostas para o avanço da construção civil nessas regiões. O evento ocorrerá durante dois dias na capital acreana.

No primeiro dia foram abordados temas relacionados aos desafios enfrentados pelo setor, a importância da construção civil para a primeira infância, as articulações entre o governo federal e as secretarias de habitação dos estados, além de destacar o papel do Acre na integração regional com os países vizinhos e o apoio do Sebrae para aumentar a produtividade do setor.

“Estamos reunidos num grande debate sobre como desenvolver a região Norte-Nordeste. A engenharia está presente através dos presidentes dos CREAs, dos estados da região norte-nordeste, que juntamente com a Federação Nacional da Indústria da Construção estão aqui nesse debate de trazer a discussão, identificar os desafios e propor as melhores soluções para o desenvolvimento dessas duas regiões, com a participação da prefeitura, grandes obras que trazem melhorias para a nossa população, na infraestrutura, na mobilidade e na habitação também”, explicou a presidente do CREA/AC.

Bocalom: “A construção civil gera grande número de empregos” (Foto: Evandro Derze/Assecom)

O prefeito de Rio Branco falou sobre a importância do Fórum na capital e lembrou do avanço da construção civil nos últimos três anos.

“Aqui em Rio Branco, a construção civil, as empresas da construção civil, estão felicíssimas pelo trabalho que a prefeitura vem fazendo, pelas gerações de oportunidades que a Prefeitura de Rio Branco vem criando, com tantas obras que nós estamos lançando e continuamos lançando de construção civil aqui. Sabemos que a construção civil é onde gera o maior número de empregos e principalmente empregos onde as pessoas não têm muita qualificação técnica. Então, isso é muito importante, porque significa que as pessoas podem levar o dinheirinho para casa para comprar a sua comida e botar na mesa, com dignidade.”

O presidente do CREA da Paraíba Renan Guimarães, falou da importância da troca de experiência entre os participantes do evento.

“O Fórum Norte-Nordeste veio realmente para ficar. Acredito que ele vai elevar a construção civil em todos esses estados e aí consequentemente nós vamos ter frutos, no futuro, que vão alavancar a engenharia e toda essa construção a qual rege economicamente nosso setor. É uma troca de ideias, de experiência. É poder trazer a realidade de cada estado. Uma pauta única. Então é muito importante agregar esse valor e esse conhecimento.”

Fonte: Prefeitura de Rio Branco – AC

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