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Como fortalecer a imunidade de crianças enquanto esperam pela vacina anti-Covid

Não se sabe até que ponto melhorar a imunidade afasta a doença, mas é unânime a percepção de que cuidados com a saúde são importantes em tempos de pandemia

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Kristen Rogers, da CNN

Todos os anos, quando as crianças retornam à escola, os pais se preparam para que o sistema imunológico dos filhos enfrente algumas semanas de resfriados e outras doenças.

Adicione a essa lista este ano uma pandemia mortal, com alguns sintomas que podem imitar outras doenças. Como as crianças vão para a escola agora, os casos de Covid-19 estão aumentando e crianças com menos de 12 anos não podem ser vacinadas contra o vírus.

Ter um sistema imunológico funcionando bem, influenciado por hábitos de vida, como comer alimentos nutritivos, fazer exercícios e dormir, pode ajudar a reduzir o risco de Covid-19, de acordo com a orientação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

Ao mesmo tempo, nenhum alimento isolado impedirá totalmente alguém de contrair o coronavírus ou curar a doença, afirmou a Organização Mundial de Saúde.

“Sabemos que as pessoas imunocomprometidas têm maior probabilidade de contrair Covid e ficar gravemente doentes”, disse a analista médica da CNN, Leana Wen, médica emergencial e professora visitante de política e gestão de saúde na Escola de Saúde Pública do Milken Institute, na George Washington University.

“Não sabemos até que ponto melhorar a sua imunidade afastaria a Covid de alguma forma. Isso pode fazer sentido, mas não temos os dados para dizer que seja esse o caso. No entanto, de uma perspectiva de bom senso, devemos fazer tudo o que pudermos para melhorar a saúde de qualquer maneira. ”

Como o sistema imunológico envolve várias funções que ocorrem em todo o corpo, fortalecê-lo requer alguns pontos básicos, disse Julie Stefanski, nutricionista registrada e porta-voz da Academia de Nutrição e Dietética. Aqui estão sete maneiras de fortalecer o sistema imunológico de seu filho com higiene, alimentação, descanso e muito mais.

1. Incentive a higiene pessoal

Proteger seu filho de doenças começa tentando o seu melhor para evitar que ele seja exposto a agentes infecciosos, disse Maya Adam, professora assistente clínica de pediatria da Universidade de Stanford, na Califórnia.

“Isso envolve manter as práticas de higiene”, disse Adam. “Lavar as mãos é muito importante. A primeira coisa que podemos ensinar a nossos filhos é lavar as mãos com frequência, tanto quanto o ambiente permitir. E tanto quanto for recomendado em sua localização, siga as orientações sobre uso de máscara e distanciamento social. Experimente e seja sensato sobre não ficar em grandes grupos, especialmente se houver potenciais fontes de infecção. ”

Incentive a lavagem das mãos quando seus filhos chegarem da escola ou quando estiverem prestes a comer, disse Julia Zumpano, uma nutricionista registrada e licenciada na Clínica Cleveland em Ohio. A menos que tomem banho antes de dormir, peça-lhes que lavem as mãos e o rosto antes de dormir também, acrescentou ela.

2. Siga os cronogramas de vacinação

Crianças com menos de 12 anos não podem ser vacinadas contra o coronavírus, mas seguir os cronogramas para outras imunizações é fundamental para a saúde de todas as crianças a longo prazo, disse Adam. Pergunte ao pediatra do seu filho quais vacinas são necessárias para ele nesta fase da vida, recomendou Zumpano.

“(Estou) encorajando os pais a confiar no fato de que a razão de não termos casos de pólio, por exemplo, é porque uma vacina foi introduzida para isso”, disse Adam. Se e quando seus filhos forem elegíveis, vaciná-los contra o coronavírus é a chave para mantê-los saudáveis e acabar com a pandemia.

“Assim que a vacina (Covid-19) estiver disponível e aprovada para menores de 12 anos, meu filho de 11 anos será um dos primeiros, espero, a recebê-la, porque acho que as vacinas fazem parte da nossa saúde geral”, acrescentou Adam. “É como escovar os dentes e passar fio dental à noite. É como dormir o suficiente e ter uma nutrição balanceada.”

3. Alimente-os com uma nutrição balanceada

Quando se trata de usar alimentos para apoiar a função imunológica, um método recomendado por todos esses especialistas é a nutrição balanceada.

“Muitos pais estremecem quando ouvem, porque há muita confusão sobre ‘O que isso realmente significa? O que eu preciso fazer?’”, Disse Adam, que também é autor de “Food Love Family: A Practical Guide to Child Nutrition.”

“Se você fizer algo por seus filhos em termos de nutrição”, acrescentou ela, aumente a variedade de frutas e vegetais tanto quanto seu orçamento permitir.

As vitaminas B, C, A e zinco são alguns outros micronutrientes que ajudam as células do sistema imunológico a combater infecções, disse o Dr. Mark Corkins, presidente do comitê de nutrição da Academia Americana de Pediatria. Alimentos ricos em zinco incluem ostras, carne vermelha, aves, nozes e frutos-do-mar

Alimentos como salmão, carnes orgânicas, vegetais de folhas verdes e laticínios fornecem vitamina A. Todos os grupos de alimentos contêm níveis variados de vitaminas B. E frutas cítricas, brócolis, morangos e tomates são ricos em vitamina C.

4. Promova a saúde intestinal

O microbioma em nosso trato gastrointestinal ajuda a regular o funcionamento do nosso sistema imunológico, disse Corkins, que também é Cátedra St. Jude de Excelência em gastroenterologia pediátrica e professor do Centro de Ciências da Saúde da University of Tennessee. Alimentos com probióticos que sustentam o microbioma incluem iogurte, kefir, kimchi, chucrute e pão de massa fermentada, disse Adam.

Stefanski recomendou comer alimentos em suas formas completas tão frequentemente quanto possível, uma vez que “as bactérias intestinais são nutridas por certas fibras da alimentação”.

5. Priorize o sono

É durante o sono que os corpos se regeneram, portanto, ajudar seus filhos a manter uma rotina de sono saudável também é essencial para a função imunológica, disse Zumpano.

As crianças pequenas podem relaxar lendo ou sendo levadas para uma caminhada lenta ao ar livre antes de dormir, sugeriu Adam. As crianças mais velhas podem relaxar ouvindo áudios ou histórias de aplicativos de meditação.

“Comece essa rotina uma hora antes do horário que eles deveriam estar dormindo, porque isso os ajuda a fazer uma transição melhor para o sono”, acrescentou ela.

Além disso, um quarto escuro e frio é mais propício para um sono adequado, disse Stefanski. A Academia Americana de Pediatria detalha sobre a quantidade de sono que as crianças precisam, dependendo da idade.

6. Ajude-os a reduzir o estresse

Uma vez que o estresse crônico é um depressor do sistema imunológico, ficar de olho na saúde mental do seu filho promovendo um tempo de qualidade, diálogos durante as atividades e profissionais de saúde mental à disposição também é importante para apoiar a imunidade, disse Adam.

“Sei que parece impossível”, disse Adam. “Mas se você vai comer, experimente programar para que possa comer com seus filhos e conversar com eles. Muitas pesquisas foram feitas sobre as horas das refeições e como isso é benéfico para a saúde mental das crianças, porque lhes dá um fórum regular onde podem falar coisas … É muito menos eficaz ir até uma criança e dizer: ‘Alguma coisa está te incomodando?’ ”

7. Deixe-as brincar ao ar livre

Uma vez que o exercício libera substâncias químicas que aumentam o humor, a seguinte redução no estresse pode apoiar a força imunológica, disse Zumpano.

“As crianças deveriam principalmente brincar, mas tê-los ao ar livre tanto quanto possível, correndo, jogando, fazendo o que quer que eles gostem de fazer não deve parecer um castigo, mas algo com que eles podem se envolver de maneira segura”, disse Adam.

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União indica Jayme para Comissão de Orçamento, a mais importante do Congresso

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Com uma larga experiência política e administrativa, o senador Jayme Campos (MT) foi indicado pelo partido União Brasil no Senado para integrar a Comissão Mista do Orçamento do Congresso Nacional. Essa comissão é responsável pela avaliação dos projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais do Governo Federal. 

“Sem dúvida, uma das mais importantes do Legislativo. Afinal, por esta comissão passam todos os recursos a serem investidos em nosso país” – frisou o senador mato-grossense, que ocupa a função pela quarta vez, já tendo sido, inclusive, relator setorial dos recursos atribuídos ao Ministério das Cidades. 

Nesta quarta-feira, 24, aconteceu a instalação e eleição da mesa de trabalhos da Comissão. Foi eleito para presidir a CMO o deputado Júlio Arcoverde (PP-PI). Também foi escolhido na ocasião o senador Ângelo Coronel (PSD-BA) para ser o relator do Orçamento de 2025, cuja peça deve ser encaminhada pelo Executivo durante o segundo semestre. 

Ex-governador de Mato Grosso, ex-prefeito de Várzea Grande e senador exercendo o segundo mandato, Jayme Campos disse que espera conseguir dar novamente sua parcela de contribuição e influenciar para construção de um Orçamento público que possa “destinar os recursos para as zonas prioritárias do país”.  Ele enfatizou que o Brasil tem muitas carências a serem supridas e que a Comissão de Orçamento tem sobre si uma grande responsabilidade “de buscar efetivamente aquilo que será bom para a sociedade brasileira”.  

De acordo com o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, em 2025, o Orçamento prevê o Produto Interno Bruto (PIB) em R$ 12,4 trilhões. O texto enviado pelo governo prevê o déficit zero nas contas públicas. Para o próximo ano, o governo poderá gastar R$ 2,1 trilhões e prevê o crescimento do país em 2,5% até 2028. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ainda prevê a taxa Selic em 6,77% ao ano para o próximo ano.

“Estamos aqui para contribuir, ao lado de tantos outros senadores experientes, e esperamos entregar a sociedade brasileira um Orçamento elaborado com muita responsabilidade” – ele frisou.

Fonte: Política

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Piruinha será julgado por assassinato nesta quinta-feira

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O contraventor José Caruzzo Escafura, conhecido como Piruinha, deve começar a ser julgado, às 13h desta quinta-feira (25), pelo assassinato do empresário Natalino José do Nascimento Espíndola, em julho de 2021. O julgamento, pelo 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, estava inicialmente marcado para o dia 9 de abril, mas acabou sendo adiado.

Piruinha, de 94 anos, está sendo julgado por homicídio qualificado. Também são acusados de participar do crime sua filha Monalliza Neves Escafura, e o policial militar Jeckeson Lima Pereira.

As investigações mostraram que Natalino José foi executado por Jeckeson, em uma emboscada, a mando de Piruinha e de sua filha, porque a família Escafura teria tido prejuízos milionários com um empreendimento da vítima.

De acordo com as investigações, os dois teriam tentado reaver o dinheiro perdido, sem sucesso, e por isso determinaram a morte de Natalino. Segundo o Tribunal de Justiça, a família de Piruinha tem envolvimento há décadas com a exploração dos jogos de azar na zona norte da cidade.

Piruinha foi preso preventivamente pelo assassinato em maio de 2022, mas desde dezembro daquele ano, cumpre prisão domiciliar, depois de ter sido internado por uma fratura do fêmur.

Fonte: EBC GERAL

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Mudanças climáticas do passado impactaram genética de ave na Amazônia

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Os efeitos das mudanças climáticas naturais ocorridas ao longo de milhares de anos na Amazônia estão registrados no genoma de pássaros do gênero Willisornis. Também conhecidas como rendadinhos ou formigueiros, estas aves tiveram uma redução da sua diversidade genética ao longo do tempo, sobretudo devido às transformações ambientais ocorridas no período de glaciação. É o que aponta um estudo brasileiro que vinha sendo desenvolvido desde 2016 através da colaboração de diferentes instituições científicas.

Os resultados foram descritos em um artigo publicado nessa quarta-feira (24) na revista científica Ecology and Evolution, publicação internacional voltada para a divulgação de pesquisas em ecologia, evolução e ciências da conservação. Apesar de tratar de eventos passados, os achados podem contribuir para a análise de possíveis efeitos do aquecimento global, fenômeno atualmente em curso impulsionado pela ação do homem no planeta.

O estudo foi coordenado pelo Instituto Tecnológico Vale – Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS). Criado em 2010 com sede em Belém, trata-se de um braço da mineradora Vale dedicada ao fomento da pesquisa científica. Houve ainda envolvimento da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade de Toronto, no Canadá.

Segundo o biólogo Alexandre Aleixo, pesquisador do ITV-DS que liderou o estudo, os pássaros do gênero Willisornis são considerados bioindicadores naturais da Amazônia. Significa que são seres vivos que podem ser utilizados para avaliar a qualidade ambiental do bioma onde vivem.

“Os pássaros do gênero Willisornis só vivem próximos ao solo de floresta úmida. Eles não conseguem habitar em nenhum outro ambiente. Então eu posso dizer que a distribuição dele indica a presença de floresta úmida. Pode parecer redundante. Mas quando a gente olha para o contexto histórico e prova, através da pesquisa científica, que os Willisornis estavam presentes nessa região da Amazônia há 400 mil anos, temos um indicativo muito seguro de que a floresta também estava presente nesse lugar, naquele período”, explica Aleixo.

O estudo envolveu o sequenciamento do genoma completo de nove pássaros, oito deles realizados pelos pesquisadores brasileiros e um por cientistas canadenses. As informações contidas no DNA das aves passaram por uma análise. Modelos computacionais foram usados para compreender questões como a dinâmica do tamanho das populações e as relações de parentesco entre os indivíduos.

Aleixo explica que foi realizada uma análise coalescente, que permite obter um retrato retrospectivo da genética populacional. É a mesma técnica usada nos testes de ancestralidade, que se popularizaram nos últimos anos na Europa e nos Estados Unidos e que também já existe no Brasil. Por meio deles, é possível obter, a partir de uma amostra de saliva, informações do genoma de qualquer pessoa.

O teste irá mostrar as origens geográficas do DNA, indicando as regiões de onde vieram seus ancestrais, e pode revelar outras informações como o risco de desenvolver determinadas doenças. No Brasil, já existem empresas ofertando o serviço que prometem revelar o passado com base em dados de até oito gerações.

“No caso dos Willisornis, a gente também buscou essa cápsula do tempo que está registrada no DNA e ela nos permitiu que a gente chegasse numa resolução de 400 mil anos para cá, para o genoma de cada indivíduo. A datação é amparada por vários estudos”, explicou Aleixo.

O biólogo acentuou também que as mudanças climáticas influenciam processos de expansão e retração da cobertura vegetal da Floresta Amazônica. Dessa forma, essas aves enfrentaram um cenário crítico no interstício que vai de 80 mil até 20 mil anos atrás, quando houve uma redução da área de mata fechada em decorrência da glaciação. De acordo com o pesquisador, já há estudos que apontam para mudanças drásticas no regime de chuvas nessa época, com estimativas que indicam uma queda de 40% a 60% no volume de precipitações. Passado esse período, a Floresta Amazônica voltou a se expandir para atingir o formato como a conhecemos atualmente.

“Com menos cobertura vegetal, as populações de Willisornis acabam se reduzindo e, consequentemente, apresentam taxas mais elevadas de cruzamentos entre parentes. Isso resulta em menor diversidade genética”, explica Aleixo. O que surpreendeu os pesquisadores, no entanto, foi a resiliência dessas aves, que demostraram capacidade de sobrevivência mesmo em uma situação adversa.

Vista aérea de floresta e rios da Amazônia Vista aérea de floresta e rios da Amazônia

Os pássaros do gênero Willisornis só vivem próximos ao solo de floresta úmida.  – Valter Campanato/Agência Brasil

“O que vemos é que a floresta úmida se comporta como uma sanfona ao longo do tempo. Ela aumenta em períodos interglaciais e diminui em períodos glaciais. E isso deixa um impacto no genoma das espécies. Conforme a teoria genética de populações, quando você tem populações que são muito homogêneas, que não são tão diversas do ponto de vista genético, elas tendem à extinção. Chama atenção que os Willisornis são pássaros que não migram, não se deslocam muito. Eles têm um raio de ação muito pequeno. E mesmo essas drásticas reduções populacionais não foram suficientes para extinguir a espécie.”

A pesquisa mostrou que esse processo ocorreu em toda a extensão florestal, mas não na mesma intensidade. Os nove pássaros que tiveram seus genomas sequenciados são de diferentes localidades e foi observada uma variação genética bem mais limitada no sul e no sudeste da Amazônia. De acordo com os pesquisadores, os resultados corroboram a tese de que essas regiões experimentam transformações mais significativas durante períodos secos, quando a floresta úmida se converte em ambientes abertos, como cerrados.

“Chamou atenção esse declínio maior no sul e sudeste. A gente sabe que mudanças climáticas impactaram Amazônia, isso está consolidado na literatura científica. Mas não existe ainda uma ideia muito clara de como cada setor se comportou. A gente consegue ver na nossa pesquisa que essa retração florestal não foi homogênea em toda a extensão do bioma. Essa parte que fica bem na transição entre a Amazônia e o Cerrado foi muito mais impactada do que as outras áreas”, revela Aleixo.

Aquecimento global

Embora seja esperado que o planeta enfrente mudanças climáticas ao longo do tempo, as alterações atualmente em curso geram preocupações de cientistas. Nas últimas décadas, vem sendo registrado um aumento anormal da temperatura média do planeta, influenciado pela ação humana. A comunidade científica vem chamando atenção para as consequências alarmantes caso se mantenha o ritmo desse aquecimento global.

De acordo com Aleixo, embora não forneça dados específicos do período presente, o estudo com os Willisornis pode contribuir para um planejamento de ações voltadas para mitigar os efeitos das alterações climáticas em curso. “De certa forma, a gente já consegue inferir o que pode acontecer”, diz ele, mencionando a existência de estudos que já fazem projeções sobre a Amazônia.

Ele chama atenção para desafios envolvendo as unidades de conservação. “Muitas vezes, adota-se a premissa de que, uma vez demarcada, a única coisa que precisaria ter é um trabalho ali de vigilância para evitar o desmatamento. Ou seja, a unidade está lá conservada e ponto final. Mas, na verdade, ela está totalmente despreparada para lidar com as mudanças climáticas. Mesmo em uma área conservada e cercada, você vai ter uma degradação em função do clima e da mudança na distribuição de chuvas”, diz.

Dessa forma, pesquisas como a desenvolvida com os Willisornis podem contribuir para se pensar ações de conservação da biodiversidade. “A gente tem que ter indicativos, por exemplo, de quais são as populações que têm maior chance de sobreviver nesses locais diante da mudança climática. Isso permite estabelecer, por exemplo, estratégias de reintrodução ou de criação corredores de conexão. Mas eu preciso saber exatamente o que esse corredor vai estar conectando. Vai fazer diferença para essa espécie?”, questiona Aleixo.

Os pesquisadores já trabalham com derivações do estudo. Eles querem encontrar, no genoma, explicações para a resiliência dos Willisornis. “Eles têm algumas características que permitiram a essas aves se adaptarem a uma Amazônia mais seca, a uma Amazônia bastante perturbada. A gente sabe que a fauna se adapta e que existe uma resiliência para lidar com as mudanças climáticas. Mas esses estudos também nos ajudam a entender qual o limite dessa resiliência”, diz Aleixo. Já está em andamento também uma avaliação do genoma de outras espécies da fauna e da flora da Amazônia, entre elas a palmeira de açaí, a castanheiras e alguns lagartos.

Fonte: EBC GERAL

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