Em depoimento na Câmara, o ministro havia anunciado que o caso “parece que está esclarecido”. A declaração foi dada em audiência pública na Comissão de Direito Humanos e Minorias da Câmara, onde também apresentou informações sobre o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em maio passado.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) também afirmou que o desaparecimento poderia ser desvendado “nas próximas horas”. “Tudo indica”, afirmou o chefe do Executivo em cerimônia no Palácio do Planalto para sanção de projetos de lei. Uma coletiva de imprensa foi convocada pela Polícia Federal às 20h30 (no horário de Brasília; 18h30 no horário de Manaus) para esclarecimento acerca das investigações.

Um dos suspeitos preso foi levado pela Policia Federal para indicar o local aonde está o indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips Foto: Wilton Junior/Estadão

© Fornecido por EstadãoUm dos suspeitos preso foi levado pela Policia Federal para indicar o local aonde está o indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips Foto: Wilton Junior/Estadão

Ao comentar o caso de desaparecimento no Vale do Javari (AM), Torres disse que não poderia apresentar mais informações porque o caso está em andamento. Segundo o ministro, a pasta da Justiça deu “a devida importância ao caso” e estaria “muito perto” de elucidar eventuais crimes. No entanto, como mostrou o Estadão, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) demorou cinco dias para ordenar o envio de apenas seis agentes da Força de Segurança Nacional para ajudar com as buscas na região.

“Nós não estamos procurando duas pessoas que se afogaram no Lago Paranoá de Brasília, é uma região extremamente inóspita, é um mundo à parte Uma região extremamente longe, até os profissionais que vão nessas buscas têm que ter cuidado, tem horário”, afirmou Torres. “Então, nós estamos falando de um lugar que pouquíssimos aqui sabem do que nós estamos falando. Não adianta ficar perguntando onde está fulano, onde está sicrano. Nós estamos lá. O estado brasileiro está com investimento gigantesco”, completou

A Polícia Federal (PF), subordinada ao Ministério da Justiça, chegou a desmentir as informações supostamente atribuídas às famílias das vítimas de que os corpos de Phillips e Pereira teriam sido encontrados. Nesta quarta, a corporação prendeu o segundo suspeito de envolvimento com o desaparecimento e o levou à área de buscas no rio Itaquaí. Os agentes envolvidos na investigação não quiseram confirmar se o homem detido revelou informações úteis para a investigação.

Ainda nesta quarta-feira, a PF deve divulgar resultado de testes de DNA feitos em vestígios humanos que foram encontrados durante as investigações. Parentes de Pereira e Phillips cederam amostras para comparação.