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Municípios do Acre negam aplicação de doses vencidas da vacina AstraZeneca

Levantamento aponta que sete cidades acreanas teriam aplicado doses fora do prazo. Prefeituras afirmam que doses foram aplicadas no prazo certo e acreditam em erro no sistema.

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Vacina acre Covid-19 rio branco – Foto: Júnior Aguiar/Secom

Por Aline Nascimento

Um levantamento feito pelos pesquisadores Sabine Righetti, da Unicamp, e Estêvão Gamba, da Unifesp, baseado no cruzamento de dados oficiais do governo federal, aponta que ao menos 26 mil pessoas podem ter recebido doses vencidas da vacina AstraZeneca contra a Covid-19.

No Acre, sete cidades aparecem no levantamento: Rio Branco, Xapuri, Senador Guiomard, Acrelândia, Epitaciolândia, Porto Walter e Cruzeiro do Sul. Procuradas pelo G1, as prefeituras negaram que tenham aplicado imunizante fora do prazo.

Os dados, aos quais o G1 também teve acesso, foram publicados nesta sexta-feira (2) pelo jornal “Folha de S. Paulo” e indicam que o problema ocorreu com doses de oito lotes da vacina.

O Ministério da Saúde informou que todas as doses são enviadas dentro do prazo e que, caso aplicações fora do período ocorram, é preciso passar por uma nova aplicação “respeitando um intervalo de 28 dias entre as doses”.

A pasta ainda afirma que “caso alguma vacina seja administrada após o vencimento, essa dose não deverá ser considerada válida, sendo recomendado um novo ciclo vacinal, respeitando um intervalo de 28 dias entre as doses”. Além disso, ainda segundo a pasta, “o vacinado deverá ser acompanhado pela Secretaria de Saúde local”.

O Programa Nacional de Imunização no Acre (PNI) emitiu uma nota se posicionando sobre os dados divulgados. Segundo a coordenadora Renata Quiles, ‘tratam-se apenas de erros de sistema. Todos os cuidados têm sido tomados no sentido de oferecer uma vacina de qualidade e segura à população acreana’.

Veja nota na íntegra abaixo.

No Acre, aparecem as seguintes cidades no levantamento:

  • Xapuri – 51 doses
  • Senador Guiomard – 4 doses
  • Acrelândia – 3 doses
  • Rio Branco – 2 doses
  • Epitaciolândia – 1 dose
  • Porto Walter – 1 dose
  • Cruzeiro do Sul – 1 dose

Rio Branco

O secretário de Saúde de Rio Branco, Frank Lima, negou que doses vencidas tenham sido aplicadas. “Nenhuma vacina foi administrada em Rio Branco fora do prazo de validade. Faz-se necessário, portanto, esclarecer que o mencionado setor jamais foi ponto de vacinação na capital acreana. Todos os imunizantes, sejam da AstraZeneca, CoronaVac, Pfizer e agora da Janssen são devidamente armazenados e aplicados no prazo previsto, conforme determinam os protocolos do Plano Nacional de Imunização”, disse.

Xapuri

O secretário de Saúde do município de Xapuri, Vagner Soares, disse desconhecer a situação e que as vacinas que estão armazenadas têm um longo prazo ainda de validade. Ele garantiu manter constantemente contato com o Programa Nacional de Imunização no Acre para pegar todas as informações e dados dos lotes recebidos.

“Desconheço essa situação, fazemos o acompanhamento direto da validade, não vamos, jamais, deixar vencer vacina e ainda usar essas vacinas. Para nós, vacina hoje é ouro”, destacou.

Senador Guiomard

Dayana Reis, secretária de Saúde de Senador Guiomard, disse acreditar em ‘erros na hora de jogar informações, esses lotes foram no início da vacinação, não temos mais eles’. A gestora afirmou também que buscava as fichas de vacinação para passar para o PNI e comprovar que não foi aplicada vacina vencida.

“A coordenação de imunização junto com a equipe de apoio vão revisar cada ficha aplicada com esse lote e verificar de onde vem esse erro”, argumentou.

Acrelândia

O prefeito Olavo Francelino de Rezende, mais conhecido como Olavinho, disse que sentou com as equipes da Vigilância e outras responsáveis pela vacinação na cidade logo após a divulgação da reportagem. Segundo ele, as equipes garantiram que nenhuma dose foi aplicada fora do prazo nos moradores.

“Sentei com o secretário de saúde, que disse que não procede. Até agora, isso é novidade aqui para gente, não tem nada de errado”, justificou.

Epitaciolândia

A prefeitura do município de Epitaciolândia também negou a aplicação de doses vencidas. Ao G1, o prefeito Sérgio Lopes, disse que houve um equívoco de fichas que foram confeccionadas em fevereiro e, por um erro, ainda não tinham sido inseridas no sistema.

“A ficha foi inserida agora e consta um lote que não tem mais, foi usado no mês de fevereiro”, pontuou.

Porto Walter

A segunda cidade do Vale do Juruá que aparece no levantamento, Porto Walter, teria aplicado uma dose vencida. Contudo, a assessoria de comunicação da prefeitura explicou que se trata de uma moradora que tomou a vacina no dia 20 de abril, no entanto, a imunização dela só foi constar no sistema no dia 3 de maio, três dias após o vencimento da vacina.

Assim, estaria constando que a moradora teria tomado a vacina vencida. Pela lógica, a prefeitura reafirmou que não ter como aplicar apenas uma dose vencida já que no frasco da AstraZeneca vem dez doses.

Ficha da moradora mostra que ela tomou a vacina no dia 20 de abril (imagem acima),mas o dado só foi inserido no sistema no dia 3 de maio (imagem abaixo) – Foto: Reprodução

Cruzeiro do Sul

A secretaria do município também defendeu que não há possibilidade de aplicar apenas uma dose vencida, já que o frasco do imunizante vem com mais de uma dose. “No nosso sistema não consta nenhum. Deve ter acontecido algum equívoco”, falou o secretário Agnaldo Lima.

Nota do PNI na íntegra:

Nos últimos dias, o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), responsável pelo registro das Vacinas contra Covid-19 vem apresentando problemas, como por exemplo: pacientes com 12 doses registradas da mesma vacina e do mesmo lote na mesma data, multiregistros de um mesmo pacientes, inversão da data de vacinação pelo mês e dia e ainda falhas no momento de incluir os dados no sistema.

Todos estes problemas citados vêm sendo monitorados e acompanhados pela Divisão Estadual de Imunizações e discutido com o responsável pelo Departamento de Sistemas do Ministério da Saúde.

Segundo o Ministério da Saúde, o (DATASUS) vem implementando a cada dia melhorias no sistema e está atento às falhas quanto a resolução rápida para não gerar desinformação, ou prejuízo da informação a imprensa ou ao cidadão.

Quanto às notícias ‘de administração de doses vencidas no Acre’, o governo esclarece por meio da Rede de Frios que todas foram apuradas e tratam-se apenas de erros de sistema, como mencionado anteriormente.

Todos os cuidados têm sido tomados no sentido de oferecer uma vacina de qualidade e segura à população acreana.

Todos os protocolos de controle são mantidos constantemente.

Toda vacina distribuída pelo Estado possui um controle rigoroso de validade não sendo permitida a distribuição com prazo inferior a 90 dias, sem contar que a campanha têm ocorrido de forma dinâmica a ponto de não se manter vacinas nas geladeiras por mais de 7 dias.

É ressaltado ainda que os municípios, responsáveis pela administração das vacinas, estão buscando todas as fichas e reportando o erro de digitação ao Ministério da Saúde, e caso haja algum caso de vacina ministrada vencida, caberá ao município o esclarecimento.

Mais uma vez esclarecemos os fatos e reafirmamos nosso compromisso com a transparência e responsabilidade com a saúde dos acreanos.

Renata Quiles

Chefe da Rede de Frios Estadual e Coordenadora do Plano Estadual de Imunização do Acre

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Com a presença do governador Gladson Cameli, Acre faz história ao ser o primeiro a receber Liga Indígena que será divulgada em mais 170 países

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Em mais um ato para fortalecer a cultura indígena do estado, o governador Gladson Cameli marcou presença no primeiro Festival Huwã Karu Yuxibu, que ocorre em Rio Branco, e participou da abertura da Liga Indígena ( Indigenous League), uma iniciativa da startup Nave Global. O objetivo é dar destaque à cultura indígena e disseminar o conhecimento tradicional por meio da linguagem universal que é o futebol.

Governador esteve presente da abertura da Liga Indígena. Foto: José Caminha/Secom

O festival, que ocorre no Centro Huwã Karu Yuxibu, começou no dia 22 e vai até 31 de março. As competições envolvem 60 atletas do povo Huni Kuin.

“Esse evento é mais do que nunca para mostrar para o mundo inteiro que a gente luta pela preservação do meio ambiente, pelo nosso direito e também pela integração social”, disse o líder espiritual Mapu Huni Kuin.

Para além de uma programação do festival, Mapu destaca que essa é uma oportunidade de mostrar ao mundo a identidade de seu povo e também como aliam conhecimento tradicional e inovação para expandir e conscientizar ainda mais sobre a preservação da floresta.

“Queremos mostrar que estamos usando sistemas, tecnologia e que jogamos de uma forma consciente, educativa e respeitando todos os próximos. A gente está fazendo um jogo consciente junto com o adversário, que ali vai ter um entendimento, um respeito ao próximo. Isso que a gente quer trazer. E o mais importante, a alegria, porque é um momento de brincar, de divertir, então a gente tem que realmente colocar o sorriso na frente e poder transmitir isso para as pessoas que vão estar nos assistindo, que nós estamos brincando, e é um esporte de brincar, de divertir, viver a alegria”, pontuou.

Pioneirismo

Na abertura da Liga, o governador Gladson Cameli foi apresentado aos uniformes dos times e também ouviu, tanto da startup como dos indígenas, agradecimentos pelo apoio do governo ao festival, que tem movimentado a economia local. Flora Dutra, fundadora da Navi Global, destacou que o Acre está fazendo história ao ser o primeiro a receber a competição. O governador agradeceu e reforçou que o Estado é um parceiro das comunidades indígenas.

Na abertura, governador reforçou incentivo do governo em eventos indígenas. Foto: José Caminha/Secom

“A sensação é de dever cumprido de uma união para mostrar o potencial que temos no nosso estado, que tem respeito pelos povos da floresta, pelos povos indígenas, onde o mundo, de fato, vai conhecer tudo o que temos aqui de natural e de potencial. O Acre está tendo a oportunidade de mostrar para o mundo o seu potencial e nós podemos incentivar um turismo em respeito ao meio ambiente em que as pessoas podem conhecer a fortuna que temos aqui que é a natureza”, pontuou.

Flora Dutra também destacou a presença de lideranças indígenas dos povos Yanomami e Vale do Javari. Ao criar a Liga Indígena, ela pensou não apenas no esporte, mas também na união e fortalecimento da identidade de cada povo.

“Todo material está sendo gravado e será distribuído para mais de 170 países e 200 canais de televisão. Vale lembrar que todo o material usado nessa competição foi feito de forma sustentável. Além disso, os uniformes foram confeccionados em Rio Branco, justamente para fomentar essa economia”, pontuou.

Acre é o primeiro estado a receber Liga Indígena. Foto: José Caminha/Secom

Até o fim do ano, o campeonato deve ocorrer nas terras indígenas dos Yanomami e Vale do Javari. No ano que vem, a pretensão é fazer a Indigenous League Championship durante 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em novembro de 2025, em Belém (PA).

E foi com uniforme personalizado, com os nomes indígenas estampados, chuteiras, que os seis times entraram em campo, levando não apenas o futebol, mas toda sua ancestralidade.

O secretário adjunto de Esportes, Ney Amorim, destacou que é muito simbólico que o Acre seja pioneiro nesse projeto que é uma vitrine da cultura tradicional para todo o mundo.

“Estamos apoiando esse evento aqui com a equipe de arbitragem, com pessoas da Secretaria de Esportes apoiando o evento, também trouxemos algumas bolas para estar ajudando. O governador Gladson Cameli sai na frente quando ele abraça os povos indígenas em todos os sentidos, do ponto de vista da educação, do ponto de vista da saúde e agora fortemente o ponto de vista do esporte nessa parceria com outras forças que estão aqui. Então é uma alegria para gente muito grande estar nesse projeto piloto que está só começando e, se Deus quiser, nós vamos fazer mais eventos como esse nas áreas indígenas e vamos estar levando o esporte do nosso estado para todas as comunidades indígenas do Acre”, destaca.

Mapu destacou que evento divulga os povos indígenas. Foto: José Caminha/Secom

O Centro

A área da Associação Centro Huwã Karu Yuxibu atende indígenas da etnia Huni Kuin em contexto urbano e tem projetos importantes para reforçar a cultura do seu povo que vive na cidade e, muitas vezes, em vulnerabilidade social. Lá é onde funciona a cozinha tradicional, a primeira do estado, e reúne, todas as quintas, os indígenas para que sejam acolhidos e recebam informações.

A liderança Mapu destaca que o objetivo é preparar esses indígenas para voltar às aldeias. Segundo ele, seu povo atualmente é estimado em 17 mil pessoas, sendo que ao menos 7 mil indígenas da etnia Huni Kuin vivem em contexto urbano.

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Caminhoneiro do Alto Acre relata mudança de vida por meio do Programa CNH Social

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O programa CNH Social já contemplou 7 mil pessoas, garantindo inclusão, cidadania e geração de empregos para quem mais precisa, em todo o estado. Neste ano, no programa idealiza pelo governo do Acre, por meio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), mais 5 mil pessoas serão selecionadas, por meio de mais um processo seletivo que deve ser publicado nos próximos meses. Até o fim de 2026, 22 mil pessoas terão a mesma oportunidade.

Morador da zona rural de Brasileia, o caminhoneiro Abraão Nascimento de Lima sonhava em ser motorista de caminhão desde a infância. Porém, o preço pela mudança para a categoria D na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) era alto, uma média de R$ 2.800, o que o separava da realização do sonho, que seria também uma oportunidade de vida melhor.

Abraão Nascimento foi contemplado na modalidade CNH Rural e já sustenta a família como caminhoneiro. Foto: Daigleíne Cavalcante/Detran

“Desde menino, eu via meu pai e os outros adultos nos caminhões, já que na zona rural a gente precisa demais para carregar gado, escoar a produção e ter o sustento da família. Então, eu cresci já com o sonho e a necessidade, mas era muito caro e sempre que eu ia lá na autoescola perguntar, ficava mais caro”, afirma Nascimento.

Em 2023, o sonho de Abraão virou realidade. Ele participou da seleção do Programa CNH Social, que dá oportunidade a pessoas de baixa renda para a obtenção da primeira habilitação, assim como mudar ou adicionar categoria de forma totalmente gratuita. Ele foi um dos cinco mil candidatos selecionados.

“Fiquei muito feliz. Foi um processo rápido, sem burocracia e em mais ou menos um mês eu já concluí e passei no teste, e pude começar a trabalhar dentro da lei”, conta.

Hoje, Abraão, que é casado e pai do pequeno Isaac, 3 anos, sustenta a família com os trabalhos de frete que realiza.

“O motorista de caminhão ganha um pouco mais e, agora, com a CNH de categoria D, tem outras portas se abrindo. Fica melhor para sustentar a família, tudo favorável”, enfatiza.

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Dengue: Organização Pan-Americana da Saúde afirma que o surto deste ano pode ser o pior da história

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Em todo o Brasil, são 897 mortes pela doença

A Organização Pan-Americana da Saúde, a OPAS, disse nesta quinta-feira (28), que o número de casos de dengue nas Américas é três vezes maior, neste ano, do que o registrado no mesmo período do ano passado. A OPAS também afirma que provavelmente vivemos o pior surto da história. Em todo o Brasil, são 897 mortes pela doença; o número de casos prováveis já ultrapassou 2,4 milhões.

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