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‘Não há dúvida nenhuma de que estamos entrando em uma terceira onda’, diz médico

Infectologista e epidemiologista consideram que novo pico da Covid-19 aparecerá em junho e reforçam a necessidade de um rigoroso distanciamento social

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Produzido por Juliana Alves e Fernanda Pinotti, da CNN em São Paulo

Em entrevista à CNN neste sábado (29), o infectologista Alexandre Naime Barbosa, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e o epidemiologista José Cássio de Moraes, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), afirmaram que junho será um mês com alta probabilidade de um novo pico da Covid-19.

“Não há dúvida nenhuma de que nós estamos entrando em uma terceira onda porque há uma ou duas semanas, o número de novos casos está em franca ascendência”, diz Barbosa. Ele acredita que esta elevação, em poucas semanas, se transformará em aumento na taxa de ocupação dos hospitais e, por consequência, haverá um número maior de pacientes evoluindo para um quadro grave que pode levar à morte.

Moraes atribui este recrudescimento à baixa adesão de um distanciamento social efetivo. “Nós nunca fizemos um distanciamento social adequado. A gente ‘brinca’ de fazer esse distanciamento. Isso faz com que o vírus circule muito mais livremente e que o vírus infecte mais pessoas e provoque mais casos e óbitos.”

O infectologista da Unesp reforça que não se pode atribuir à terceira onda, exclusivamente, o perigo das variantes, como a P1 ou a originária da Índia.

“Nós não podemos colocar a culpa do aumento do número de casos somente na variante, e sim aprender com os erros do passado, tentar fazer um tipo de isolamento social e definir melhor as regras de prevenção para a população.”

Sobre a variante da Índia, o epidemiologista diz que é muito difícil conter a entrada das cepas, mesmo com a triagem em aeroportos.

“Evitar a entrada de uma nova variante no país nunca tem uma efetividade muito alta porque as pessoas chegam no período de incubação da doença. Na Índia, elas têm um RT-PCR negativo, as pessoas estão afebris, mas depois se deslocam para seus lares e aí podem desenvolver a doença e a transmissão.” Para ele, a melhor solução é o rastreamento e isolamento de todos os contactantes, inclusive em hotéis cedidos pelos estados e governos, até que os resultados dos testes confirmem ou não a infecção.

Vacinas contra a Covid-19

Ambos reforçam que as medidas restritivas, o uso de máscara e a higienização das mãos precisam ser mantidas mesmo após a vacinação. Barbosa considera que a informação passada em janeiro em relação às vacinas protegerem 100% contra casos graves da Covid-19 é infundada e “não condiz com a verdade.”

“No Hospital das Clínicas, nós temos centenas de pacientes internados. Alguns deles, com Covid grave e, infelizmente, alguns que já foram à óbito com duas doses de vacina, com os esquemas completos tanto da vacina Coronavac, quanto da Oxford/AstraZeneca. Não existe vacina que vá te proteger 100% contra Covid grave ou óbito.”

Ele reitera que as vacinas conseguem diminuir os riscos de morte e casos graves e que esta efetividade já vem sendo comprovada. “Mas alguns casos vão acontecer. Por isso, é necessário manter um pacote de medidas de proteção, que inclui o uso de máscara, evitar aglomerações e higienizar as mãos.”

Governo prevê entregar 40 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 em junho (24-05-2021) – Foto: Reprodução / CNN

As vacinas contra a Covid-19 garantem proteção porque previnem a doença, especialmente nas formas graves, reduzindo as chances de morte e internações.

Embora não impeçam o contágio e nem a transmissão do vírus, a vacinação é essencial, já que induz o sistema de defesa do corpo a produzir imunidade contra o coronavírus pela ação de anticorpos específicos, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

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Conselho Nacional de Política Indigenista retoma atividades

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O Conselho Nacional de Política Indigenista foi reaberto nesta quarta-feira (17) pelo Ministério dos Povos Indígenas. O colegiado havia sido fechado em 2019, no governo Jair Bolsonaro.

Na reabertura, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que preside o conselho, destacou a importância dos povos originários nos caminhos para o futuro do país.

“Já está claro que nossa atuação no cenário político brasileiro e mundial tem contribuído para o bem de toda a humanidade. A retirada de invasores das terras indígenas, por exemplo, contribuiu para a queda drástica do desmatamento na Amazônia.”

O coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas, Dinaman Tuxá, disse que o processo de reconstrução das políticas indigenistas vai ser um desafio.

“Vai ser uma missão de reconstrução dos próximos 20 anos. Isso principalmente na pauta, no que tange, a política de demarcação e outras políticas públicas a serem implementadas dentro dos territórios indígenas. Infelizmente, o cenário de violência ainda permeia dentro dos territórios. Posso citar aqui o caso yanomami. Posso citar aqui o caso do povo pataxó, no extremo sul da Bahia, dos guarani kaiowá, entre outros.”

O conselho conta com 64 membros, de todos os estados do país. São 30 indígenas, 30 representantes de ministérios e autarquias, e mais quatro de entidades indigenistas.

Nacional:

Fonte: EBC GERAL

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Avança no Senado a PEC que aumenta benefícios salariais para juízes, promotores e defensores

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Presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco – Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

Proposta, de autoria de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pode gerar impacto de R$ 42 bilhões por ano, segundo estudo da Fazenda

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira (17) uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que cria um novo benefício salarial para juízes, magistrados, promotores e defensores. O impacto estimado aos cofres públicos, segundo estudo do Ministério da Fazenda, é de R$ 42 bilhões por ano. A proposta é uma iniciativa do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, e ainda vai ser analisada pelo plenário da Casa antes de ser enviado à Câmara dos Deputados.

Segundo a proposta, será instituído um benefício equivalente a 5% do salário, a ser pago a cada cinco anos de serviço público, com um limite máximo de 30%. A justificativa do projeto de lei argumenta que, devido à relevância das carreiras jurídicas, estas demandam uma estruturação sólida, boa remuneração e atratividade. O objetivo é evitar a migração de magistrados do serviço público para o setor privado.

“A gente precisa gastar melhor o dinheiro público e talvez gastar melhor seja gastar melhor com bons funcionários públicos na carreira jurídica [ou] em qualquer outra carreira”, disse o relator da matéria, senador Eduardo Gomes (PL-TO). “Não é possível dizer que a PEC 10 vai quebrar o país”, completou.

Votaram a favor da PEC na comissão os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Sergio Moro (União-PR) e Omar Aziz (PSD-AM).

Outra ala de senadores criticou a proposta. O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) questionou a possibilidade de o benefício também seria estendido para ministros e conselheiros de Cortes de contas, advogados públicos, integrantes das carreiras jurídicas e defensores, desde que não exerçam outra atividade remunerada.

“Isso é um escárnio, isso é um insulto a esta Comissão. Isso vai virar um trem da alegria. Aliás, me digam, por que razão um professor universitário tem menos mérito do que um magistrado? Seria menos digna a sua função? Eles estão em greve hoje por melhores salários. Não seria uma boa proposta dar a eles o quinquênio? Não dá mais para tratar uma categoria como se fosse a dona deste país. Esta Comissão não pode deixar passar uma coisa como essa”, protestou.

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) argumentou sobre a necessidade de corrigir possíveis disparidades salariais entre magistrados no início e no fim de suas carreiras, sugerindo melhorias no acesso à profissão. No entanto, discordou da implementação do benefício, pois isso aumentaria os gastos públicos sem promover melhorias no serviço público.

“Como ex-governador, eu quero dizer que a pior política de gestão de pessoal que se tem é a do anuênio e a do quinquênio, porque ela não fala em meritocracia, ela é aumento vegetativo da folha, independentemente do gestor, e, portanto, na minha opinião, ela não estimula a melhoria do serviço público prestado”, afirmou.

Com a aprovação da proposta na CCJ, a matéria vai passar por cinco sessões de debate antes da votação em primeiro turno no plenário do Senado. Caso seja aprovada, ainda será necessário um segundo turno de votação antes de ser encaminhada à Câmara dos Deputados.

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PF abre inquérito contra ataque hacker ao sistema de passaporte

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Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Mais cedo, corporação informou que serviço de agendamento de emissão do documento pela Internet está indisponível

A Polícia Federal abriu um inquérito contra uma possível invasão hacker na madrugada desta quarta-feira (17) no sistema de passaporte da corporação, com tentativa de acesso a informações internas. Mais cedo, a corporação informou que o serviço de agendamento de emissão de passaporte pela internet está temporariamente indisponível. O R7 apurou que são “milhares” de ataques por dia.

“Os agendamentos previamente realizados serão atendidos normalmente na data e horário marcados. Para os usuários que não tiverem viagem programada para os próximos 30 dias, a Polícia Federal recomenda aguardar a normalização do serviço. Àqueles que comprovadamente tenham necessidade da emissão do documento de viagem nos próximos dias devem enviar a documentação comprobatória da urgência a uma unidade emissora de passaporte”, disse a PF.

Na semana passada, a Polícia Federal enviou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, um relatório no qual afirma que as investigações, contratos de manutenção de terceirizados e a emissão de passaportes podem ser prejudicados por falta de recursos. Segundo a corporação, para evitar esse ato, é preciso uma suplementação orçamentária de R$ 527 milhões até dezembro.

Para emitir um passaporte, é preciso pagar uma taxa de R$ 257,25. No caso do documento de emergência, a taxa sobe para R$ 334,42. Em 2022, a Polícia Federal informou que suspenderia a confecção de passaportes também por falta de verbas. A medida decorreu da insuficiência do orçamento destinado às atividades de controle migratório e emissão de documentos de viagem.

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