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Brasil

Rachel Sheherazade, do SBT, diz que se decepcionou após votar em Lula

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Da Folha

O Uruguai virou “sócio de traficantes” ao regulamentar o comércio da maconha. A defesa do Conselho Federal de Medicina à legalização do aborto é “abominável”, e possivelmente está criando “um novo nicho de mercado” para a classe médica.

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São algumas das ideias da jornalista Rachel Sheherazade, 40, que há quase três anos é paga para falar o que pensa no “SBT Brasil”, jornal das 19h45, do qual é apresentadora.

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Quem fala o quer quer, lê o que não quer na internet. “Meus votos para 2014: que a Rachel Sherazedo seja estuprada”, postou o filósofo Paulo Ghiraldelli, em 26 de dezembro. Ela rebateu no Twitter e vai processar o detrator por incitação a crime. Ele creditou o ataque a um hacker.

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A jornalista Rachel Sheherazade, 40, posa sobre a bancada do “SBT Brasil”, jornal que apresenta há quase 3 anos

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Por conflitos como este (“que estavam consumindo meu tempo”), a apresentadora já havia decidido se afastar da internet. “Foi ela que me trouxe aqui, mas comentários e ofensas estavam me deprimindo”, conta ao repórter Chico Felitti.

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Foi o YouTube que lhe garantiu fama. Em 2011, ela fez um vídeo criticando o Carnaval, pois a festa cercearia o direito de ir e vir do cidadão e sugaria recursos públicos. O comentário, feito na TV Tambaú, de João Pessoa, sua terra natal, caiu na rede e foi visto por mais de meio milhão de pessoas em uma semana.

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Três dias depois, em pleno reinado de Momo, recebeu uma ligação de Leon Abravanel, sobrinho de Silvio Santos e diretor de produção do SBT. “Achei que fosse trote.” O contato era um convite para vir a SP conhecer a rede.

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“Vim desconfiando que seria um convite. Nunca quis sair da minha cidade, não preciso sair da minha região para me realizar.” Mas topou.

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Até então fazia dupla jornada. Passou em um concurso para ser escrivã em um tribunal para ajudar a fechar as contas, porque o jornalismo na Paraíba “não bastava”. Está licenciada e termina nos próximos dias o período máximo de afastamento. “Vou pedir desligamento.”

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Passaram-se mais de mil dias até a certeza de que poderia abdicar da estabilidade do funcionalismo público. Ela não fala em dinheiro, mas o salário de apresentadora, em torno de R$ 150 mil, permitiu que seu marido, Rodrigo, deixasse o emprego na Paraíba para acompanhá-la.

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“Foi uma prova de fogo. O homem nordestino pode ser muito machista. Olhamos o que é melhor para a família.” Moram com os filhos Clara, 5, e Gabriel, 3, numa casa em Alphaville, complexo de condomínios de luxo a 23 km de São Paulo. Mas o clã faz pouco esse percurso.

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“Eu tenho muito medo. Sou meio neurótica com violência urbana, mais ainda depois de começar a fazer bancada, noticiar tudo o que há de ruim.” Quando os quatro vêm a São Paulo, “muito esporadicamente”, optam por ir a teatros de shopping.

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Se não, é de casa para a labuta, como no dia em que encontrou a reportagem. Ela chega ao SBT às 14h, dirigindo seu sedã preto, com pulôver da mesma cor, bordado com pedrarias. Ainda não decidiu o tema do comentário.

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Está entre Edward Snowden, ex-agente que vazou informações confidenciais da agência de inteligência americana e sinalizara que queria asilo do Brasil, e a rebelião na Papuda, penitenciária onde estão presos condenados do mensalão. Acabou ficando com política brasileira, “mais interessante”.

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Escreve o texto no camarim, “como quem conta uma história”. Seu nome, inclusive, veio de uma contadora de casos: a avó paterna leu os contos das mil e uma noites e se apaixonou pela protagonista, Sherazade. O segundo nome, adotado como sobrenome no lugar do original, Barbosa, ganhou nova sílaba sem razão conhecida.

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Ela dá as razões para ter mudado de orientação política. “Eu era de esquerda. Pintei a cara para o Collor sair. Votei no Lula até ele ser eleito. Me decepcionei com o PT.” Hoje, vota “em pessoas, não em partidos”. Não declara em quem vai votar neste ano.

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“Com a minha maturidade, passei a ter posicionamentos mais de direita do que de esquerda.” Cita o direito à vida e à propriedade como exemplos. Em um aspecto pelo menos ficou mais liberal: o estético. Foi instruída pela emissora a usar bobes para dar volume às mechas escorridas. Detestava. “Hoje, não tenho vergonha de ir à praça de alimentação de bobe.”

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Confessa não ser vaidosa. “É um suplício”, diz ao se dirigir ao camarim para ser maquiada. No caminho, elogia Reinaldo Azevedo, colunista da Folha e da revista “Veja”. “Ele é um fofo! Me defendeu na história do Lula.”

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A tal história: o ex-presidente teria se referido a ela como “uma jornalista do SBT, de 20 e poucos anos” que faz críticas “sem embasamento”. Azevedo fez um texto em defesa da colega em seu blog.

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Rachel, por sua vez, defende o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. “Ele sofre perseguição religiosa”, diz ela, sobre o parlamentar criticado por posições controversas como a “cura gay”.

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É evangélica desde os 23 anos, quando foi batizada na igreja Batista. “A fé é 100% importante. Não teria resistido às dificuldades que encontrei aqui se não fosse pela fé.”

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Entre os percalços, ser nordestina (“ainda há preconceito forte”) e trabalhar em “uma redação que te olhavam de banda por ter chegado pelas mãos do dono”.

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Não que fosse queridinha do patrão. Diz só encontrá-lo no salão de cabeleireiro Jassa, que tem convênio com a emissora. “Silvio é muito gente.”

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O chefe um dia perguntou por que ela não improvisa seus famosos comentários. “A gente faz ao vivo, cada segundo conta”, respondeu. Precisa treinar para encaixar a fala em 45 segundos.

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Chegando ao camarim, ela comenta que não quer fazer jornalismo para sempre. Mas desconversa. “Por enquanto estou feliz.” Pelo menos até 2015, quando vence seu contrato, vai viver de discursar, como a xará da literatura. A personagem original, diz a lenda, prendia a atenção do rei narrando aventuras por mil e uma noites. “Ela, no fim, é igual à gente, tem que segurar a audiência.”

mônica bergamo

Mônica Bergamo, jornalista, assina coluna diária publicada na página 2 da versão impressa de “Ilustrada”. Traz informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999.

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Brasil

Dino pede destaque, e decisão sobre bloqueio do WhatsApp segue para plenário físico

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Ministro Flavio Dino em Brasiléia – Acre / Imagem: Jonys David

O ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino suspendeu o julgamento sobre a possibilidade de bloqueio do WhatsApp por decisão judicial, marcado para esta sexta-feira (19). A medida vem logo depois de Dino pedir destaque no caso. O julgamento, sem data marcada, envolve a possibilidade de interromper serviços de mensagem, como o WhatsApp, por descumprimento de ordens da Justiça. Com o destaque, a análise da matéria seguirá para o plenário físico.

No julgamento virtual, não há discussão. Os ministros votam por meio do sistema eletrônico do STF. Quando há um pedido de vista, a sessão é suspensa. Quando há um pedido de destaque, o julgamento é reiniciado no plenário físico.

O ministro Edson Fachin, vice-presidente da Corte, levou o caso para ser analisado após o dono da rede social X (antigo Twitter), Elon Musk, direcionar ataques contra o ministro Alexandre de Moraes. Fachin votou para manter uma decisão que suspendeu o bloqueio do WhatsApp. A posição dele acompanha um entendimento de 2016 do então ministro Ricardo Lewandowski e foi apresentada no julgamento virtual retomado no início da madrugada desta sexta.

O processo começou a ser analisado em 2020 e não trata da regulamentação das redes, mas a Corte pode fixar um entendimento que vai servir de baliza para temas semelhantes. No início da discussão, o relator, Fachin votou pela inconstitucionalidade dos bloqueios dos aplicativos de mensagens e foi seguido pela agora aposentada ministra Rosa Weber. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista de Moraes.

Elon Musk
Nesta terça-feira (16), o ministro Alexandre de Moraes autorizou que os representantes legais da plataforma X no Brasil sejam ouvidos para esclarecer se o dono da rede. Elon Musk, possui atribuição para determinar a publicação de postagens na rede. Eles também devem dizer que Musk o fez efetivamente com relação a perfis vedados por determinação judicial brasileira em vigor.

Na semana passada, Moraes negou o pedido da plataforma para que a responsabilidade de cumprimento das decisões judiciais fosse repassada para a representação internacional. Os advogados disseram que a representação da rede social no país não tem como garantir o cumprimento das ordem da justiça.

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Rodovias federais terão pontos de descanso para motoristas

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A nova Política Nacional de implantação de Pontos de Parada e Descanso (PPD) em estradas federais prevê a oferta do serviço a partir de 2025. Instalações com infraestrutura para atender motoristas em viagem serão obrigatórias nos contratos e projetos de concessão das rodovias.

De acordo com o Ministério dos Transportes, além de garantir as condições adequadas de repouso para os profissionais, a medida busca ampliar a segurança e reduzir o número de acidentes nas rodovias federais.

Segundo a Confederação Nacional do Transporte, até 2023 já existiam 155 paradas em funcionamento nas rodovias federais, sendo 108 em estradas administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e apenas 47 naquelas concedidas à iniciativa privada.

Com a política criada pelo governo por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (19), a Lei do Motorista (nº 13.103/2015) foi regulamentada e as mudanças começam a vigorar em 2 de maio.

Pelas regras, todo contrato de concessão de rodovia sob gestão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deverá garantir a operação de, pelo menos, um ponto de parada e descanso funcionando no próximo ano. O serviço já deverá constar em novos projetos de concessão, com início do funcionamento até o terceiro ano de atuação da concessionária.

Para as estradas geridas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) foi determinado um estudo para identificar pontos que necessitem receber o serviço, com prioridade para os corredores logísticos, onde o tráfico de veículos comerciais é maior.

Os locais devem apresentar as condições mínimas de segurança sanitária e de conforto previstas em lei, como instalações com rede de iluminação, estacionamento, ambiente de refeições, água potável, banheiros separados por sexo, com sanitários individuais que disponibilizem cesto de lixo e papel higiênico, lavatórios com material para higienização das mãos, chuveiros com água quente e fria.

Nos casos de cobrança para permanência dos veículos, os locais de espera, repouso e descanso deverão ser cercados e o controle de acesso e permanência será realizado pelo operador do serviço.

Fonte: EBC GERAL

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Mulher que levou morto a banco em 2020 entra na Justiça e ganha pensão

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Banco do Brasil
Agência Brasil

Banco do Brasil

Uma mulher acusada de levar o cadáver do então marido, de 92 anos, a uma agência bancária de Campinas (SP), conseguiu o direito de receber pensão e ainda se livrou de uma denúncia. Ela teria levado o corpo ao local para sacar dinheiro da conta dele.

O caso aconteceu em outubro de 2020 e envolve Josefa de Souza Mathias, hoje com 61 anos. Na época, Laércio Della Colleta, companheiro com quem vivia há mais de uma década, foi levado pela mulher a uma agência do Banco do Brasil no centro da cidade. O idoso estava em uma cadeira de rodas, com um lenço amarrado na cintura.

Na época, Josefa afirmou que levou Laércio ao banco para realizar prova de vida e, assim, conseguir a senha da conta bancária do companheiro. Segundo a mulher, na manhã daquele dia (2 de outubro), ele ainda estava vivo e passou mal dentro da agência. Em seguida, ele veio a óbito.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e tentou reanimá-lo, mas ele já estava morto. Ainda, dois vizinhos acompanharam o casal até o banco e afirmaram que o idoso se queixou de dor antes de sair de casa e que começou a “babar” e “ficar amarelo” no caminho até a agência, mas Josefa decidiu não o levar ao hospital.

No entanto, o exame pericial apontou que Laércio havia morrido na noite anterior.

A polícia também desconfiou de Josefa, segundo testemunhas. Ao chegar na agência, ela subiu para o segundo andar e tentou desbloquear a senha, enquanto o idoso estava debilitado na cadeira de rodas. A mulher também não teria apresentado uma procuração para movimentar a conta em nome dele.

Em depoimento à polícia, ela apresentou duas versões. Na primeira, Josefa disse que ela e Laércio conversaram na manhã em que foram a agência. Na segunda, ela disse que o diálogo aconteceu na noite anterior. Por conseguinte, ela foi indiciada por estelionato e vilipêndio de cadáver (desprezar ou humilhar corpo).

Direito a pensão

Em janeiro de 2021, a promotora Daniela Merino, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), pediu o arquivamento do caso. Ela alegou que Laércio teve morte natural e Josefa “jamais conseguiria movimentar a conta da vítima” porque a companheira do falecido não tinha uma procuração para isso, o que foi reconhecido pelo banco. As informações são do Metrópoles.

“Trata-se, então, de crime de furto mediante fraude cuja consumação, da forma como pretendia a investigada, se mostra impossível”, destacou a promotora.

Merino ressaltou ainda o fato de Laércio não ter herdeiros e Josefa ter firmado união estável com ele um ano antes, deixando ela como beneficiária do dinheiro na conta do idoso.

A Promotoria também descartou a acusação de crime de vilipêndio de cadáver, justificando que, “apesar de reprovável”, a conduta de Josefa “não caracteriza crime”. ‘O cadáver foi transportado, mas nenhum outro ato de ultraje foi praticado”.

A denúncia então foi retirada e Josefa entrou com uma ação na Justiça, garantindo o pagamento de uma pensão por morte, de R$ 5,8 mil. Ela ainda recebeu um retroativo de R$ 191 mil.

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Fonte: Nacional

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