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Acre

TelexFree: Após 2 anos, investidores ainda têm esperança de restituição

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A sentença mal tinha sido anunciada e o processo, deixado a mesa da promotora Alessandra Marques, titular da Defesa do Consumidor do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), rumo à 2ª Vara Cível do Fórum Barão do Rio Branco, e duas correntes contraditórias, mas mutuamente entrelaçadas, já ganhavam as ruas. A primeira dizia que ‘tudo’ parecia equivocado – e daí sugiram as mais bizarras teorias conspiratórias. A segunda pregava que Carlos Costa, o fundador da TelexFree no Brasil [a mais sedutora forma de ganhar dinheiro fácil dos últimos anos] conhecido por seu jeito fanfarrão à la Odorico Paraguaçu, havia sido ‘vítima’ de um conluio entre o MPAC e o Poder Judiciário contra o direito ao ‘trabalho e ao ganho livre do dinheiro justo’.

Carlos Costa, o idealizador da TelexFree no Brasil, cujo modelo de ganhos se tornou insustentável em pouco mais de dois anos; processo foi remetido para o Superior Tribunal de Justiça e para o Supremo

Carlos Costa, o idealizador da TelexFree no Brasil, cujo modelo de ganhos se tornou insustentável em pouco mais de dois anos; processo foi remetido para o Superior Tribunal de Justiça e para o Supremo

Ou seja: a promotora Marques e a juíza Thaís Borges [esta última a autora da decisão que fechou, no final de junho de 2013, o que aparentava ser a versão mais moderna do velho esquema de pirâmides no Brasil] sempre estiveram erradas, seja por terem eliminados a possibilidade oferecida pela empresa de Costa de tornar alguns poucos milionários a custas da ignorância de muitos que entravam no jogo, seja por não deixar que esses mesmos aventureiros seguissem com suas correntes infames na busca por cada vez mais ‘sócios’, alimentados por meio de seus ‘team builders’.

O resultado do bloqueio foi nefasto para muitos: famílias perderam casas e carros ou se enrolaram com agiotas para entrar de cabeça no negócio, que movimentou R$ 6 bilhões. A decisão da magistrada, no entanto, foi embasada em perícia independente da empresa de consultoria Ernst & Young, uma das mais respeitadas na área e ainda segue em grau de recurso, em Brasília.

“Quando chegou ao Acre, em novembro de 2012, o empresário Carlos Costa teve uma recepção digna de Neymar”, disparou a revista Superinteressante, numa de suas edições sobre como funcionam as pirâmides financeiras.

Isso aconteceu de fato. Intimado a prestar esclarecimentos na justiça local sobre o funcionamento da empresa, representada no Brasil pela Ympactus Comercial Ltda, Costa foi recebido por uma multidão de ‘pseudo-investidores’ no aeroporto de Rio Branco, aplaudido no saguão do Fórum Barão do Rio Branco, enquanto acenava para as câmaras, num comportamento só visto comumente entre grandes estadistas do mundo. E na Assembleia Legislativa do Estado do Acre, acredite, ele foi realmente tratado como tal.

O modelo de negócio tem como alvo a pobreza, onde está o desemprego. O modelo de negócio, por meio do convencimento, promete o Paraíso com a ressalva de que ninguém pode falar sobre como ele funciona. Simplesmente que ele é bom "Alessandra Marques"

O modelo de negócio tem como alvo a pobreza, onde está o desemprego. O modelo de negócio, por meio do convencimento, promete o Paraíso com a ressalva de que ninguém pode falar sobre como ele funciona. Simplesmente que ele é bom “Alessandra Marques”

Mas afinal, o que leva as pessoas a acreditarem em charlatanices tão óbvias e lúcidas só dignas de exorcismos do padre-parapsicólogo Quevedo? Responde Alessandra Marques: “A irracionalidade”. E explica por que: “O modelo de negócio tem como alvo a pobreza, onde está o desemprego. O modelo de negócio, por meio do convencimento, promete o Paraíso com a ressalva de que ninguém pode falar sobre como ele funciona. Simplesmente que ele é bom”.

Tal condição fez com que as pessoas demonizassem qualquer investida das Instituições de cobrar explicações, de fiscalizar os ilícitos e de denunciar as ilegalidades, como é a função do Ministério Público. A promotora Marques chegou a ser ameaçada de morte, mas manteve pulso firme: “Tudo poderia ter sido evitado se houvesse uma fiscalização mais rígida dos órgãos responsáveis. Faltou fiscalização”.

Foi arregimentado um exército de um milhão de pessoas em um ano e meio.

Embora hoje, o processo que envolve as contas de ao menos 70 mil pessoas [somente aqui no Acre], tenha sido remetido pelo Tribunal de Justiça do Estado para análise no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, é provável que nunca mais os ‘divulgadores’ reveja seus recursos ou se receberem, isso pode ocorrer daqui a muitos anos.

O esquema teria movimentado US$ 1,1 bilhão no mundo, segundo a acusação. Nos Estados Unidos, teria vitimado imigrantes brasileiros e dominicanos. O detalhe entre os norte-americanos foi o de que no estado de Massachusetts, alguns imigrantes receberam, ano passado, um reembolso de US$ 205,52 cada, o equivalente à época a R$ 715,85. O dinheiro, no entanto, correspondeu apenas a uma parte das perdas.

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Deu na Super Interessante Matematicamente inviável
Nos negócios baseados em sistema de pirâmide, a empresa não produz nada. Na vida real, as pirâmides até vendem alguma coisa. Mas geralmente é só fachada. São produtos que elas fazem questão de não vender. O economista Samy Dana explica: “Vender um produto dá trabalho, requer investimento em compra de máquinas, embalagens e malha logística. A pirâmide geralmente possui produtos invendáveis, seja pelo fato de não existirem ou pelo fato de não terem preços competitivos”.

Sem fazer dinheiro com nada concreto, as pirâmides geralmente vão muito bem até dar de cara com uma lei da natureza: a finitude das coisas. No caso, de gente disposta a pagar para virar sócio. Na nossa empresa fictícia, a quarta geração de sócios já é um grupo de 625 pessoas; a seguinte, mantendo a taxa de crescimento, seria de 3.125, depois 15.625… Uma hora a fonte seca.

E é aí que a pirâmide torce a base. “Esse tipo de negócio é matematicamente inviável”, diz Dana. As últimas gerações da pirâmide provavelmente vão ficar no prejuízo, já que não devem conseguir as pessoas necessárias para recuperar o que investiram. E, como o número de associados tende a crescer exponencialmente, as últimas gerações podem representar quase 90% da pirâmide inteira. Essa multidão só terá servido para encher os bolsos dos 10% dos andares de cima. E para ter doado mansões de praia para quem termina com o grosso do dinheiro: o 1% do topo, o pessoal que estava no esquema desde o começo. “Alguns poucos, que são os geradores desse movimento, saem no lucro. E eles deixam que um pequeno número de pessoas inocentes também ganhe para demonstrar aos outros membros que existe chance de enriquecer”, resume Fabio Gallo, professor de finanças da FGV.

Usando o método Carlos Drummond de Andrade, dá para deixar mais claro: João indicou Tereza que indicou Maria que indicou Joaquim que indicou Lili que não encontrou ninguém para indicar e ficou no prejuízo. Só que as Lilis são a grande maioria nessa história, que começou há um século. (Trecho da revista Super Interessante de fevereiro de 2014).

As informações são do jornal Opinião.

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Acre tem uma das maiores taxas de casos de malária e registra mais de 5 mil em 2023

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Acre está entre os estados com as maiores taxas de malária e representou 3,9% do total de números de casos da doença registrados na região amazônica

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Caminhão carregado de farinha cai em rio e bombeiros fazem resgate a 15 metros de profundidade

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O Corpo de Bombeiros realizou na última semana o resgate de um caminhão carregado de farinha que caiu dentro do Rio Juruá, na cidade de Porto Walter.

O veículo, avaliado em cerca de R$ 100 mil estava carregado com 180 sacas de farinha e ao tentar descer a rampa de acesso à balsa, para descarregar a carga, perdeu os freios e caiu dentro do rio.

O veículo ficou a 15 metros de profundidade da superfície/ Foto: Corpo de Bombeiros

Os mergulhadores do Corpo de Bombeiros realizaram diversos mergulhos para fazer as amarrações necessárias para retirar o caminhão, que ficou a cerca de 15 metros de profundidade da superfície.

Os trabalhos de resgate duraram 14 horas e com o apoio de máquinas pesadas e de moradores da região, a equipe conseguiu retirar o caminhão do fundo do rio.

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Vereador João Marcos Luz rebate críticas a gestão municipal

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Durante a sessão na Câmara Municipal de Rio Branco, realizada na quarta-feira, 24, o vereador João Marcos Luz, líder do prefeito Tião Bocalom, utilizou a tribuna para rebater as declarações feitas pelo vereador Fábio Araújo em relação à gestão municipal.

“No início deste ano, por ser ano eleitoral, obviamente o debate político vai ser prioridade, porque o que nós queremos é alertar o cidadão de Rio Branco das mentiras propagadas durante 20 anos, que hoje o vereador Fábio Araújo representa aqui nesta casa.”

O vereador fez críticas ao partido de Araújo e também refutou a acusação de que o prefeito prometeu asfaltar todas as ruas da cidade, declarando que o programa em questão se chama “Asfalta Rio Branco”, e não teve promessas exageradas. “O prefeito Bocalom criou com o apoio desta casa aqui o programa asfalta Rio Branco, o nome do programa é asfalta Rio Branco, em nenhum momento ele disse vou asfaltar todas as ruas de Rio Branco, o vereador Fábio veio aqui mentir.”

Luz declarou sobre a gravidade dos problemas enfrentados pela cidade, como a insegurança e o desemprego, e criticou a oposição usando como justificativa a falta de conteúdo dela, que, segundo ele, se limita a desgastar a gestão atual. “Já disse aqui que não tem conteúdo, eles querem apenas desgastar, o vereador chamou quatro vezes o prefeito aqui de mentiroso, olha só a oposição, a postura de um opositor, não tem postura, faz oposição de qualquer jeito, atacando, querendo que não aconteça.”

Em relação ao projeto “Mil e Uma Dignidades”, Luz defendeu a atuação do prefeito e destacou os desafios enfrentados, como as enchentes e a burocracia. Ele declarou que as casas serão entregues.

“Então, se não foi possível entregar agora, certamente vai ser possível entregar no momento oportuno, e eu tenho certeza que o Ministério Público jamais será contra um projeto como esse até porque é um projeto magnífico, o prefeito Bocalom é um homem de visão e é isso que tem incomodado a população.”

Por fim, o vereador criticou a tentativa de atribuir todos os problemas ao atual governo municipal, e alegou que muitos deles foram herdados de gestões anteriores

“Querer jogar tudo nas costas da prefeitura, quer dizer que então a prefeitura tem que corrigir a lambança que o governo do estado fez, e é bom que se diga, não foi no governo do governador Gladson Cameli não, foi no governo do PT, e isso é muito grave.”

Fonte: Câmara Municipal de Rio Branco – AC

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