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Acre

Terra Indígena Igarapé do Caucho recebe edição do Projeto Cidadão

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Haux haux, na língua huni kui, significa agradecer, gratidão. Essa palavra foi muito repetida e o sentimento de agradecimento é recíproco e manifestado dos indígenas para as instituições e das instituições para os indígenas.

O Tribunal de Justiça, por meio do Projeto Cidadão, realizou nesta segunda-feira, 1, a primeira edição no ano de 2022. Fazendo jus ao slogan do Projeto, a atividade promoveu justiça e cidadania na Terra Indígena Igarapé do Caucho, localizada no município de Tarauacá.

A Terra Indígena Igarapé do Caucho, tem aproximadamente 12 mil hectares e onde 187 famílias, aproximadamente 900 pessoas habitam. Contudo, a ação beneficiou também outras 3 aldeias da região como a 18 Praia, Nova Aldeia e Tamandaré.

Representando a Presidência do TJAC, a decana da Corte acreana e coordenadora do Projeto Cidadão, desembargadora Eva Evangelista, esteve na aldeia, acompanhada da juíza-auxiliar da Presidência, Andrea Brito. Prestigiaram também a prefeita de Tarauacá, Maria Lucinéia, e secretários municipais. As autoridades foram presenteadas com uma apresentação do grupo de txaná (músicos) que tocaram e cantaram canções nativas.

A desembargadora Eva Evangelista falou da importância da colaboração das instituições parceiras, e sobre assistência àqueles que não têm acesso as facilidades da internet. “A contribuições de todos foram indispensáveis, a partir do projeto que foi pensado para atendimento as populações indígenas e ribeirinhos, aos que estão mais distanciados da documentação, do acesso à justiça, e o acesso à justiça começa pela documentação. Existe um mundo que está além do virtual, pois nem todos tem acesso à internet, então precisamos desse realizar esse tipo de atendimento”, finalizou a desembargadora.

A prefeita Maria Lucinéia parabenizou o Poder Judiciário e destacou a figura indígena.  “A bandeira de Tarauacá possui um seringueiro e um indígena. Isso é muito significativo e o Projeto Cidadão traz a dignidade da cidadania, independente da etnia, da cor, de todas as formas e o Tribunal de Justiça do Acre está de parabéns”, destacou a chefe do Poder Executivo municipal.

O cacique da Aldeia Caucho Nasso Kaxinawá agradeceu a todos que se organizaram e se mobilização pela execução desta atividade. “Uma alegria e um prazer estar recebendo o Projeto Cidadão aqui na nossa aldeia. Centenas de pessoas foram atendidas, e do fundo do coração quero agradecer o trabalho e empenho na nossa comunidade. Dessa forma, queremos trabalhar pra ver todos nós da aldeia como cidadão brasileiro com seus documentos”, completou o cacique.

Antonio Kaxinawá

Já sabemos que o Projeto Cidadão chega em comunidades de difícil acesso, mas imagina uma situação em que mesmo com as ações do projeto no “quintal” de casa, ainda assim ter dificuldade de deslocar-se até o local de atendimento?

Esse é caso do Antonio Kaxinawá, 15 anos, é uma criança especial, que tem dificuldade de fala e locomoção. Sua mãe, Maria Josilene Kaxinawá Ferreira, tem outros quatro filhos e tem dificuldade de levar o Antonio até o cidade para dar entrada no RG do filho. Quando ela soube de uma edição do Projeto Cidadão na própria aldeia, seu coração teve um misto de alegria e angustia, pois não sabia como levar seu filho até o local de atendimento. Tão perto, mas ainda tão difícil.

Amor de mãe não conhece limites, então Maria Kaxinawá foi até a equipe do Projeto Cidadão perguntar a possibilidade de uma equipe fazer o atendimento em sua residência. Então, acionaram a equipe da Policia Civil, responsável pelo atendimento para a carteira de RG, que não mediu esforços em percorrer o caminho de difícil acesso, indo até a casa de Antonio para fazer o atendimento. Suas mão atrofiadas dificultaram a coleta as digitais, mas no final deu tudo certo e em breve ele terá sua Carteira de Identidade.

Maria Kaxinawá falou de seu sentimento com o gesto e pela ação social na aldeia “pra mim é muito importante o Projeto Cidadão ter vindo até aqui na aldeia, pois facilitou ainda mais. Meus outros filhos já possuem documento, só faltava o do Antonio. É uma batalha eu cuidar dos filhos sozinha. Com o documento do Antonio, posso dar entrada no benefícios que ele tem direito. Me sinto feliz recebendo essa ajuda pelo Antonio, por esse apoio do Projeto”, concluiu.

Etnia no documento

Um movimento que tem acontecido em várias aldeias é a reinvindicação dos indígenas pela inserção dos nome da etnia no nome que consta no documento. Assim aconteceu na Aldeia Caucho, um dos serviços mais procurados é a renovação dos documentos pessoais com a inserção do nome da etnia. A Defensoria Pública do Estado foi bastante procurada para as primeiras orientações explicando os trâmites burocráticos.

O professor e líder da União da Juventude Indígena Huni Kui do Caucho (UJIHC, lê-se: ujicác) Isaka Rua Bake, fala que é um processo que os povos indígenas sofreram desde a colonização, onde até mesmo a língua eram proibidos de falar. Com essa nova geração, que está buscando não deixar nossa cultura de lado e resgatar tudo isso, e a questão dos nomes é uma de fundamental importância que as etnias querem manter na documentação.

“Inserir o nome não só na para que você me olhe e saber que eu sou um índio, mas no momento que eu entregar a documentação, você saber que da minha etnia. Então, nós tivemos um processo de perca, mas essa perca estamos tentando, através dos projetos como esse e das parcerias, recuperar e fazer essa organização dos povos indígenas tanto na questão nome, como na questão organizacional. Queremos reafirmar nossa etnia no documento”, disse Isaka Rua Bake.

Como é caso da liderança no subgrupo Xinã Bena Keneya, Francisco de Assis Araújo, é da etnia Huni Kui, mas ainda não possui a Kaxinawá no documento e aos 55 anos, vai realizar esse sonho. “Quero acrescentar porque é nossa etnia. É o que eu sou. Com o nome no documento, me sentirei mais kaxinawá, porque enquanto não tem, me sinto (faz uma pausa) branco, incompleto” finalizou simples e direto.

Parcerias e atendimentos

Absolutamente impensável a realização do Projeto Cidadão sem o apoio das parcerias. A contribuição de todas as instituições, seja a nível municipal, estadual ou federal são cruciais para execução desta ação social, que das 8h às 16h, alcançou o total de  1.255 atendimentos

O Tribunal de Justiça agradece a cada parceiro que esteve presente nesta edição como Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), a Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE-AC), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o Governo do Estado do Acre, através de sua Secretaria de Polícia Civil  – Instituto de Identificação, a Secretaria de Saúde  (Saúde Itinerante), a Secretaria de Estado de Assistência Social dos Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres (SEASDHM), a Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC), e a Prefeitura Municipal de Tarauacá, por meio de suas Secretarias de Assistência Social, Saúde, Produção, Educação, Meio Ambiente; além da Câmara de Vereadores.

O Projeto Cidadão 2022 é fruto de um projeto apresentado pelo TJAC ao Ministério da Justiça. Os recursos são provenientes do Convênio MJ/Senacon/FDD N. 402/202.

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TJAC realiza atividade em alusão ao Dia Nacional dos Povos Indígenas

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Ação teve a finalidade de  reconhecer e valorizar a importância das culturas indígenas na sociedade

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População cobra mais investimentos na segurança, durante audiência pública realizada pela ALEAC no Juruá

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A audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa do Acre, nesta sexta feira,19, em Cruzeiro do Sul, para debater a segurança nas cinco cidades da regional do Juruá, Mâncio Lima , Rodrigues Alves, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, teve grande participação de autoridades e representantes da sociedade civil organizada.
O evento aconteceu na Associação Comercial e foi presidido pelo deputado Pedro Longo (PDT), vice-presidente da ALEAC e proponente do encontro.
O presidente da ALEAC, Luiz Gonzaga e o primeiro secretário Nicolau Júnior, informaram na abertura dos debates, que a audiência foi transferida de Rio Branco para Cruzeiro do Sul, para oportunizar um amplo debate sobre um dos temas que mais afeta quem mora na regional.

Antes do início dos trabalhos, o governo do estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública, assinou com a prefeitura, um termo de cooperação técnico-financeira, para a realização de um curso profissionalizante de atendente de serviços emergenciais para a formação de 110 jovens que irão atuar no atendimento telefônico de ocorrências policiais.
Depois das falas das autoridades, a palavra foi aberta aos convidados. Um dos discursos mais contundentes foi do comerciante Jesus da Rocha. Ele denunciou a falta de policiamento ostensivo nos comércios e narrou um fato que lhe casou um grande prejuízo financeiro.

“Meses atrás, arrombaram meu depósito e levaram R$ 50 mil de mercadorias. Meu comércio fica na frente do Quartel da Polícia Militar, na frente mesmo. Apenas uma rua separa os dois prédios. Até hoje estou esperando a visita de um policial militar ou civil para darem uma resposta. Até 10 anos atrás, se um ladrão roubasse uma galinha, era logo preso e todo mundo sabia quem foi. Hoje roubam nosso patrimônio e ninguém faz nada”, desabafou.

Na mesma linha de raciocínio o delegado da Polícia Federal, Edmilson Cavalcante, pontuou outro grave problema: a cobrança de taxas imposta aos comerciantes por organizações criminosas. O policial disse que no Juruá as pessoas sabem o nome, conhecem quem vai receber a taxa, e o poder público não faz nada para combater.

Em resposta ao problema pontuado pelo delgado da PF, o diretor geral de Polícia Civil, Henrique Maciel, sugeriu a criação de um serviço de denúncia anônima para esses casos e falou que a problemática não é exclusivo do Juruá, acontece no Acre e em todos os estados brasileiros, asseverou.
Estiveram na audiência a governadora em exercício, Mailza Assis, os deputados Clodoaldo Rodrigues, Maria Antônia e Edvaldo Magalhães, a defensora pública geral Simone Santiago, o comandante geral da PLAC, coronel Luciano Dias, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, o delegado da Polícia Federal Edmilson Cavalcante, o juiz de direito Marcos Rafael, o presidente em exercício da Associação Comercial do Juruá, Assen Cameli, vereadores, presidentes de sindicatos, associações e outros convidados.

SEJUSP anuncia retorno do 190 e aeronave fixa no Juruá

O secretário de Segurança Pública, José Américo Gaya, anunciou, para Cruzeiro do Sul, o retorno do serviço de atendimento de ocorrências da Policia Militar, o 190, que hoje funciona em Rio Branco. Todas as ocorrências geradas na região, são direcionadas para a capital. Segundo Gaya, no prazo máximo de 30 dias, o serviço já estará funcionando na cidade. Cruzeiro do Sul também vai receber uma base aérea do CIOPAER, que vai fixar uma aeronave para atender ocorrências emergenciais.

Deputado Clodoaldo cobra instalação de câmeras na zona rural

Policial civil de carreira e morador da zona rural de Cruzeiro do Sul, o deputado estadual Clodoaldo Rodrigues (Republicanos) cobrou a instalação de câmeras de monitoramento nas comunidades rurais do entorno de Cruzeiro do Sul. O parlamentar disse que o ideal seria a presença constante do policiamento ostensivo, mas disse entender a dificuldade da Polícia Militar em disponibilizar o patrulhamento por conta do reduzido efetivo.
“Eu sou morador da zona rural, as câmeras são importantes para inibir a ação dos criminosos. Nós precisamos da presença das Forças de Segurança nessas comunidades. A população é importante para ajudar a polícia denunciando os delitos. Mas enquanto essas câmeras não chegam, a presença da polícia vai ajudar muito. Precisamos resgatar a credibilidade da polícia junto a população. Parabéns a ALEAC pela iniciativa e vamos juntos combater a criminalidade”, disse.

O QUE ELES DISSERAM

Maria Antônia – deputada estadual

“Realmente é um prazer participar de uma audiência pública dessas. É lamentável viver na situação que vivemos. Quem está aqui nessa plateia eu creio que já passou por motivos de violência, ou alguém da família. Eu nasci em Brasíleia, mas, aos 22 anos vim para essa terra que me acolheu. Tempos atrás minha vizinha foi amarrada por bandidos dentro de casa e levaram a caminhonete dela para Cobija. Levaram junto com eles minha sobrinha. Hoje agradeço a Deus porque nada aconteceu com ela. Isso foi muito traumático para nossa família, isso nunca sai da cabeça da gente. Então como eu falei é lamentável a situação em que está a criminalidade em nosso estado”.

Luiz Gonzaga – presidente da ALEAC

“É um momento que a gente busca soluções para o setor aqui em Cruzeiro do Sul. É uma alegria porque já estamos vendo algumas demandas sendo atendidas. Eu vejo as Forças de Segurança aqui presentes, isso é sinal do compromisso do governo para solucionar os problemas da segurança pública aqui e nos demais municípios. O governo cumpre sua parte e a ALEAC cumpre abrir o canal de voz da sociedade por meio dessa audiência. O que queremos é o melhor para nossa sociedade”

Nicolau Júnior – primeiro secretário da ALEAC

“Queremos trazer resultados aqui pro Juruá. Essa notícia da volta do 190 é muito importante. Temos que estar unidos para enfrentar o problema. A Aleac é um braço da população e tudo que estiver ao nosso alcance, vamos realizar. O governo chamou mais de oitocentos agentes de segurança o que fortaleceu as forças. O que a população quer ver é a polícia nas ruas. Vamos continuar com muita responsabilidade fazendo nosso trabalho, de ouvidos bem abertos para os clamores da população”.

Marcos Rafael- Juíz títular da 1ª Vara Criminal de CZS

“É importante que o Poder Judiciário esteja aqui para ouvir a população, porque não existe judiciário separado da sociedade. Fico feliz em ver que está sendo feito um trabalho com as pessoas em situação de rua. Agradeço o convite e me coloco à disposição. E dizer que estamos de portas abertas para aquilo que o judiciário puder colaborar”.

Mailza Assis – governadora em exercício

“Não será numa audiência pública que vamos resolver tudo. Mas todos estamos trabalhando, e trabalhando muito. Não vamos nos calar, deixar passar um momento de cobrar. A população pode colaborar de forma anônima. Cabe ao governo do estado garantir a estrutura do que foi cobrada aqui. Conseguimos equipar as Forças de Segurança e isso precisa ser devolvido à população”.

Edvaldo Magalhães – deputado estadual

“Eu sou defensor do fortalecimento da Segurança Pública. Hoje assinaram um convênio para treinar pessoas para o 190. Quanto tempo faz que esse serviço saiu daqui? A pessoa quando liga pra lá e diz onde mora, ela quer ouvir uma pessoa que conheça a realidade daqui. O estado precisa avançar para vencer essa guerra contra o crime organizado”.

Texto: Jairo Barbosa

Fotos: Ismael Medeiros

Fonte: Assembleia Legislativa do AC

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MPAC participa de reunião da Rede de Ouvidorias do Ministério Público

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O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Danilo Lovisaro do Nascimento, participou nesta quinta-feira, 18, da primeira reunião ordinária de 2024 da Rede de Ouvidorias do Ministério Público.

A reunião, realizada no plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), foi o primeiro encontro da rede na gestão da atual ouvidora nacional, conselheira Ivana Cei, e contou com a participação presencial e remota dos ouvidores-gerais dos MPs, dos procuradores-gerais de Justiça e dos conselheiros do CNMP. Representando a Ouvidoria-Geral do MPAC, esteve presente o ouvidor-geral substituto, promotor de Justiça Romeu Cordeiro.

Na ocasião, foram tratados assuntos estratégicos para a atuação da Rede de Ouvidorias neste ano, entre os quais a apresentação e discussão do Plano de Gestão para 2024; da estratégia de atuação das Ouvidorias nas Eleições de 2024, a partir da experiência das Eleições de 2022; e das proposições do Conselho Nacional dos Ouvidores do Ministério Público (CNOMP).

A ouvidora nacional e conselheira do CNMP apresentou a proposta de atuação da Ouvidoria Nacional, correspondente ao período de março de 2024 a abril de 2025, com o objetivo de debater as ações apresentadas e ouvir contribuições dos participantes, respeitando suas experiências e o diálogo com o sistema de ouvidorias do MP.

Ivana Cei também anunciou, na reunião, a apresentação do plano de trabalho do Sebrae relativo ao protocolo de intenções que foi assinado no ano passado com o CNMP, para promover ações de prevenção e combate à violência contra a mulher. O plano foi apresentado pela diretora nacional de Finanças do Sebrae, Margarete de Castro Coelho.

Além do procurador-geral de Justiça e do ouvidor-geral substituto, pelo MPAC também esteve presente o procurador-geral adjunto para Assuntos Jurídicos, Celso Jerônimo de Souza.

Com informações do CNMP
Fotos: Sergio Almeida (Secom/CNMP)

Fonte: Ministério Publico – AC

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