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Cotidiano

Território Federal do Acre chegou a “eleger” deputado federal com zero voto

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Anomalia jurídica serviu de argumentos para Guiomard Santos criar a lei que elevou o território à condição de Estado

TIÃO MAIA, DO CONTILNET

O ex-deputado federal Osmir Lima pertenceu e é um dos últimos remanescentes vivos do Grupo dos Autonomistas/Foto: reprodução

O Acre, que chega aos seus 57 anos de elevação política e administrativa à condição de estado-membro da federação brasileira neste sábado (15) é, na história das democracias universais, o único lugar do mundo onde um deputado federal foi “eleito” – isso mesmo eleito entre aspas -, com zero voto, porque nem o candidato foi capaz de votar em si próprio.

O inusitado deu-se no dia dois de dezembro de 1945, quando o povo brasileiro se reencontrou com a democracia e as urnas após dez anos de ditadura de Getúlio Vargas e então elegeu presidente da República o general Eurico Gaspar Dutra, o candidato do Partido Social Democrático (PSD), mesmo partido do Hermelindo de Gusmão Castelo Branco Filho, o deputado acreano de zero voto.

Era a época em que o Acre, ainda na condição de território federal, tinha direito a enviar para o Congresso Nacional apenas dois deputados federais como representantes eleitos pelo voto popular. A condição de território administrado diretamente pelo poder central, com a capital da República ainda no Rio de Janeiro, não tinha direito a eleger senadores, nem mesmo os chamados “biônicos”.

Os políticos que passaram a ser conhecidos pelo apelido eram brasileiros simpáticos à ditadura militar, os quais, a partir do crescimento das oposições, com ameaças à hegemonia da Arena (Aliança Renovadora Nacional), o partido que dava sustentação ao regime no Congresso Nacional, nos anos 70, passaram a se tornar senadores sem votos diretos porque os ideólogos do sistema determinaram que um terço dos membros do Senado seriam indicados pelo presidente da República e eleitos pelo voto indireto – daí o apelido “biônicos”, em alusão a um seriado na TV em que o ator norte-americano Lee Majors interpretava Steve Austin como um espião com poderes físicos especiais graças a uma cirurgia financiada pelo governo após um acidente.

Guiomard Santos, João Goulart e Tancredo Neves assinam a lei que elevou o Acre à Estado

Com os “biônicos” – ou agentes do governo no poder, estava garantida a hegemonia da Arena no Senado e no Congresso Nacional. Pelo Acre, foram “eleitos” senadores “biônicos’ o seringalista tarauacaense Altervir Leal e o próprio José Guiomard Santos, o autor da lei que elevou o então território do Acre à condição de Estado, em 15 de junho de 1962, assinada conjuntamente pelo então primeiro-ministro Tancredo Neves e o presidente João Goulart, na primeira – e única – experiência do Brasil governado sob o regime parlamentarista.

Mas nosso Hermelindo de Gusmão Castelo Branco Filho, ainda que não tenha obtido nem o próprio voto, estava longe da figura dos biônicos. Ele era um “eleito” pelo voto direto porque sua “eleição” deu-se dentro das normas democráticas e ele pôde exercer o mandato por quatro anos como um legítimo representante do povo acreano, após uma estranhíssima situação, mas perfeitamente constitucional, como estabelecia o terceiro Código Eleitoral Brasileiro (Decreto-Lei 7.586) sancionado ainda por Getúlio Vargas.

Hermelindo de Gusmão Castelo Branco Filho registrou sua candidatura pelo então território do Acre e viajou para o Rio de Janeiro e não pôde retornar para fazer campanha ou votar em si mesmo e foi para o Congresso amparado pelos 3.775 dos votos obtidos pelo seu colega de partido – Hugo Ribeiro Carneiro. Como só havia duas vagas, e como o partido obtivera muito mais da metade dos votos válidos (5.359) do eleitorado acreano, além de uma sobra de 1.070 votos, Hermelindo ganhou sua Cadeira Federal com a impensável conquista de zero votos.

A anomalia envolvendo Hermelindo passou a ser um dos argumentos utilizados pelo então general José Guiomard Santos, um mineiro da cidade de Perdigão que foi procurador do território de Ponta-Porã, no Mato Grosso, e chegou ao Acre, como militar do Exército ainda sob o governo de Eurico Gaspar Dutra para ser governador do território acreano.

Na época, o Acre já contava quase 50 anos da Revolução Acreana liderada pelo gaúcho José Plácido de Castro, mas não tinha autonomia política e administrativa, com seus governadores nomeados pelo poder central e podendo eleger apenas dois deputados federais. Em 1950, Guiomard renuncia a governança do território e candidata-se a uma das duas vagas de deputado federal, sendo eleito – a outra vaga ficaria com o general Oscar Passos, líder do PTB e partidário de Getúlio Vargas, e passa a jogar sua vida política e parlamentar, nos anos seguintes, pela autonomia do povo acreano, sob o “slogan” de “o Acre para os acreanos” – mesmo sendo mineiro!

Eleito deputado federal, Guiomard vai enfrentar o PTB de Oscar Passos. Um comitê permanente, chamado de “Autonomistas”, foi fundado e presidido por Guiomard Santos para enfrentar os poderosos líderes do PTB, lembra um dos remanescentes do grupo, o ex-deputado federal Osmir Lima. Entre os adversários de Guiomard para a elevação do Acre à condição de Estado estava o futuro governador e deputado federal Ruy da Silveira Lino. Nos anos 80, quando o repórter o indagou porque ele e o PTB eram contra a autonomia do Acre, o feijoense Ruy Lino foi taxativo: “Éramos contra porque o Guiomard era a favor. A política, no Acre, era feita assim”.

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Após ‘BBB 24’, Fernanda e Pitel ganham programa no Multishow: ‘Contratadas!’

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Pitanders, podem comemorar! A Globo anunciou nesta quarta-feira (24), no evento gexperience, que Fernanda Bande e Giovanna Pitel são as mais novas contradas pela emissora.

As ex-participantes do ‘Big Brother Brasil’ ganharão um programa no Multishow, com estreia marcada já para o primeiro semestre de 2024.

Mais detalhes sobre a novidade não foram revelados, mas, segundo a colunista Carla Bittencourt, do portal Notícias da TV, a atração televisiva comandava pela dupla pode ser um talk show em que elas fofocam na cama, em referência ao tempo que passaram no quarto Gnomo do ‘BBB 24’.

Fonte: TOP FAMOSOS

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Ex de Lucas Buda, comemora marco impressionante nas redes sociais: ‘Bilhão’

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Mesmo sem participar do “BBB 24“, Camila Moura, ex-esposa de Lucas Henrique, fez um grande sucesso entre o público do reality. Tanto que, na última quarta-feira (24), a professora usou suas redes sociais para celebrar um marco impressionante que conquistou nas redes.

Através de seus stories, Camila publicou um print do grupo que tem com sua equipe de assessoria e mostrou que havia acabado de ter um bilhão de impressões em sua conta no Instagram: “Tô muito feliz, meu Deus, tu és maravilhoso! Vocês têm noção que eu alcancei a marca de 1 bilhão de impressões?”.

“Sério, sou muito grata a deus e a todos vocês que me acompanham e me dão força aqui. Isso tudo é muito novo para mim, e vocês estão tornando isso cada vez mais especial! Obrigada 1 bilhão de vezes”, completou ela no post.

Vale lembrar que Camila ficou famosa após seu ex-marido entrar no “BBB 24“. Em certo momento do confinamento, o ex-brother começou a dar em cima de Giovanna Pitel, o que causou ciúmes em sua, até então, esposa, que usou as redes para desabafar e anunciar o fim do casamento. As proporções foram ficando cada vez maiores a ponto de, em certo momento, Camila contabilizar mais seguidores do que Lucas, que era quem estava no programa. Confira:

Fonte: TOP FAMOSOS

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Ivy Moraes e Arthur Picoli curtem viagem juntos no Nordeste: ‘Novo casal? Será?’

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Tá rolando? Ivy Moraes escolheu o Nordeste para celebrar 32 anos e ao que tudo indica, ela não está sozinha. A ex-BBB estaria acompanhada de outro ex-BBB, Arthur Picoli.

Fonte: TOP FAMOSOS

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