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Vítima de violência doméstica relata abusos e tenta recomeço: ‘Não saía de casa, dizia que eu era dele’

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Maria participa do Projeto Amigas da Paz: Elas ao Trabalho’, que atende mulheres, CIS e transexuais, ligado ao Centro de Atendimento à Vítima (CAV), do Ministério Público do Acre.

“Ele me agrediu de todas as formas possíveis. São marcas que ficaram no corpo e na alma”, relato de uma vítima de violência doméstica — Foto: Gilberto Sampaio/Rede Amazônica Acre

Por Janine Brasil, G1 AC

“Ele me agrediu de todas as formas possíveis. São marcas que ficaram no corpo e na alma, que eu jamais vou esquecer”. Este é o relato de uma mulher de 46 anos que sofreu calada por quase sete anos e que será chamada nesta reportagem de Maria.

Vítima de violência doméstica e casada com um servidor público federal, ela disse que por muitos anos se sentiu abandonada e “sem chão”. Na lembrança, o casamento dos sonhos que virou um pesadelo.

Na época, Maria tinha dois filhos que estudavam fora, de 15 e 17 anos, do casamento anterior. Depois, nasceu o terceiro filho, uma menina, filha do agressor, que atualmente tem nove anos. Sem emprego e dependendo financeiramente do então marido, ela conta que aguentou as agressões sozinha.

“Conheci ele em 2006, a gente namorou quase três anos e, no final de 2008, ficamos noivos. Eu morava em Rio Branco e fui com ele para o interior do estado. Em 2009, eu engravidei. Era tudo muito bom, ele era um príncipe. Mas, depois que a nossa filha nasceu, em 2010, acho que uns três, quatro anos depois, ele foi mudando”, relembra.

Maria é uma das 25 mulheres, CIS e transexuais que estão participando do projeto ‘Amigas da Paz: Elas ao Trabalho’, do Centro de Atendimento à Vítima (CAV), órgão ligado ao Ministério Público do Acre (MP-AC).

O projeto tem como foco ajudar na capacitação de vítimas de violência doméstica para serem inseridas no mercado de trabalho em Rio Branco.

As primeiras agressões foram as psicológicas, mas, levou um tempo até Maria se dar conta de que estava sofrendo violência doméstica. Frases como: “vai fazer comida”, “já que não trabalha e não faz nada tem que trabalhar em casa”, “a casa é minha”, “você não tem capacidade de trabalhar” e “tá com macho”, foram algumas das muitas que ela ouvia diariamente do ex-marido.

“Eu relevava, achava que ele estava cansado, então, foi ficando cada vez mais difícil. A primeira agressão psicológica que eu me dei conta foi quando tive minha filha e saí do hospital. Quando cheguei em casa, ele estava com uns amigos e me mandou fazer almoço. Eu disse que não aguentava, ele falou na frente de todo mundo que eu estava com preguiça e que a casa era dele. Aquelas humilhações na frente de todo mundo e eu, com minha filha recém-nascida no colo, fiquei calada”, desabafa.

Foi então, que as proibições começaram. Maria era autorizada a ir apenas ao supermercado fazer compras para a casa e sempre com supervisão. O ex-marido ligava e controlava o tempo gasto no supermercado.

“Eu disse que queria voltar a estudar e terminar a faculdade, quando casei com ele estava no último período de administração. Ele disse para eu dar um tempo e cuidar da nossa filha e depois não deixou, falou: ‘se for às minhas custas não vai estudar’, aí eu fui levando”.

Maria fala que dentre as violências que sofreu a que mais doeu foi quando o ex-marido a expôs nas redes sociais — Foto: Gilberto Sampaio /Rede Amazônica Acre

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“Ele foi cortando tudo, eu não saía de casa para passear com minha filha, não ia para aniversário de criança, nem para a casa de parentes. Fui vítima de violência psicológica, física, patrimonial e moral”, lembra.

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Até com os outros dois filhos que Maria tinha antes do casamento ela tinha medo de falar. “Se ele me visse no telefone, perguntava com quem eu estava falando e falava: ‘solta isso, tem que me dar atenção’, ‘você não tem nada para falar com eles’. Aquilo foi me dando medo, fui criando receio, se fosse alguém na minha casa eu ficava com medo, fui ficando cada vez mais nervosa, doente”.

A mulher conta que era dependente financeiramente do marido e quando tentava trabalhar ele colocava algum empecilho e não deixava.

“Se eu quisesse comprar alguma coisa, era só na humilhação. Ele perguntava quanto custava, eu dizia e ele falava: ‘vai trabalhar para comprar’, mas quando eu queria ir trabalhar ele não deixava”.

Violência física

Maria lembra que a primeira vez que o ex, de fato, bateu nela foi em 2013. Ela lembra que ele saiu de casa e passou a noite toda fora e, quando voltou, estava muito violento.

“Ele bebia e usava outras coisas. Chegava e ficava me humilhando, puxando briga, dizendo que eu estava com macho, foi quando saí do quarto da minha filha e fui para o nosso, ele foi atrás e eu me tranquei. Ele queria fazer sexo à força, dizia que ia fazer, porque eu era dele e quando eu não deixava, ele dizia que eu tinha outro, foi quando começaram as agressões físicas”.

A vítima conta que o ex-marido foi ficando cada vez mais agressivo e um dia se descontrolou e partiu para cima dela, sem se preocupar com a filha, que dormia no quarto ao lado.

“Nesse dia em que ele me bateu, eu estava deitada, não estava esperando. Ele começou a me chamar de todos os nomes que você possa imaginar. Ele estava na área externa da casa e eu deitada no sofá, respondi e ele veio para cima de mim e me deu um soco. Meu rosto ficou deformado, todo preto, doeu no corpo e na alma, passei uns três dias dentro de casa, nem fui na delegacia, fui dois dias depois”, conta.

Foi então. que Maria se deu conta de que as agressões tinham piorado e começou a temer pela sua vida e a da filha.

“Depois disso, decidi que queria me separar, fui na delegacia, fiz corpo de delito e denunciei. Mas, não teve muito jeito, ele foi solto antes de mim. Eu ainda estava dando o meu depoimento e ele já tinha sido solto”, lamenta.

No total, Maria fala que foram mais de 23 denúncias contra o ex-marido e que o processo, que já rola há seis anos, ainda está em andamento. Atualmente, ela fala que ele está afastado do trabalho para tratamento médico e internado em uma clínica para dependentes químicos fora do Acre.

“Depois que eu denunciei ,piorou muito, ele passou a ir na minha casa, quebrava tudo, minha filha ficava em pânico. Ela perguntava: ‘mamãe, o papai está doente? Ele vai quebrar a casa”‘. Ele destruiu todas as nossas lembranças, fotos dos meus filhos, bens materiais, tudo”.

Ataques virtuais

Após as denúncias, a vítima conta que achou que o ex ia deixá-la em paz, mas foi aí que a perseguição piorou. Ela diz que o homem começou a difamá-la na internet.

“Ele invadiu minha vida de todas as maneiras possíveis, de quando eu era solteira, do meu casamento anterior, o pai dos meus filhos, de um relacionamento que eu tive depois do pai dos meus filhos, tudo. A pior de todas as agressões foi essa, me difamar na internet”, lembra.

Após a violência física, Maria diz que o homem com medo de ela contar para o pai dela, foi para a casa do irmão, que mora fora do estado e, de lá, o ex-cunhado ligou para que ela visse as redes sociais dela que o ex tinha deixado um recado.

“Fui ver um mês depois, porque queria distância. Ele pegava fotos de sites de vídeos pornôs, pegava uma perna, pegava as mulheres de costas, mais ou menos morenas que pareciam comigo, aí fazia montagem. Depois fazia um fake e dizia que era eu e mandava para os meus amigos, ninguém queria se aproximar de mim, ninguém queria ser meu amigo”, desabafa.

Não satisfeito, o homem passou em alguns vizinhos que Maria tinha em Rio Branco e espalhou que ela, fazia vídeo pornô.

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“Foram várias pessoas na internet, gente me ligando, ele colava as minhas fotos do WhatsApp, pegava um número e colava a minha foto, adicionava e falava com homens. Eu vim começar a colocar fotos de novo esses dias, não dá para esquecer”, afirma.

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Maria sonha um dia se ver totalmente livre do fantasma das lembranças que ainda estão bem vivas em sua memória.

“Até hoje não consigo dormir. Se alguém bate na porta da minha casa à noite, eu fico em pânico. Minha filha teve que ir para o psicólogo e, por ser pequena na época, conseguiu superar, mas, eu, eu não esqueço, não saio de casa sozinha à noite, tenho medo. Lembro que ele apagava as luzes da minha casa quando a gente se separou para eu ir acender e ele me pegar, eu tinha que chamar a polícia”, conta.

Pensão e guarda da filha

Maria diz que, além dos problemas com as agressões, ela também passou necessidade com a filha, pois o ex cortou tudo, plano de saúde, parou de pagar o financiamento da casa, a luz e a deixou sem nenhum dinheiro. Quem ajudava eram os amigos e familiares. Hoje, ela mora em Rio Branco em uma casa alugada.

“Enfrentei um problema porque o salário dele era alto e eu era dependente dele, então, eu tinha, teoricamente, perante à lei, condições de pagar um advogado. Só na mente das pessoas, porque eu não tinha emprego, dependia dele. Fiquei na nossa casa porque a Justiça determinou que ele saísse, era financiada, aí ele deixou de pagar, disse para eu me virar”.

Em relação à pensão que recebe da filha, ela fala que a Justiça estipulou um valor, que ela prefere não falar.

“Depois consegui uma pensão para a minha filha e a guarda dela é minha. Ele tem autorização para visitar ela, se quiser, mas tem que ser supervisionado. Este ano ele mandou dois presentes para ela, se ela está feliz, eu também estou feliz. Fala com ela no telefone às vezes e ela me fala: ‘mamãe, meu papai está ficando bom’. É de partir o coração”.

‘O CAV para mim, é esperança’

O Centro de Atendimento à Vítima (CAV) é ligado ao Ministério Público do Acre (MP-AC) e tem como foco atender vítimas de violência sexual, homofobia e violência doméstica e familiar contra a mulher, maiores de 18 anos.

O centro tem uma equipe interdisciplinar, formada por enfermeiros, psicólogos, assistente social e especialistas na área de direito, para acolher e dar encaminhamento às vítimas.

A coordenadora do CAV, a procuradora de Justiça Patrícia de Amorim Rêgo, explica que o atendimento começa quando a vítima procura o centro ou é identificada por algum dos profissionais.

“O CAV nasceu na perspectiva de dar à vítima de crime um olhar diferenciado, um olhar que englobe e garanta integralmente os direitos fundamentais dela”.

A procuradora explica que o atendimento termina quando o processo penal é finalizado e a vítima recebe os benefícios da reparação civil para enfrentar, de forma consciente, o trauma psicológico e conseguir se inserir na sociedade novamente.

Maria conta que ficou sabendo do CAV através de um promotor que a indicou o local. Ela disse que, até então, não sabia como realmente deveria agir e quais eram os seus direitos.

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“O CAV para mim, é esperança. Quando cheguei lá eles começaram a ver meu problema de perto, eu fui pedir socorro porque não sabia mais o que fazer e nem a quem procurar. Estou lá há quatro anos”.

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A vítima fala que antes de chegar até o CAV buscou acolhimento em muitos locais.

“Nessas caminhadas a gente encontra gente boa, que se importa com você, porque nem todo mundo se importa. Esse promotor olhou para mim e disse: ‘a senhora pode fazer isso e isso, aí foi quando eu comecei a correr atrás, fui no CAV e comecei a ir em um psicólogo, comecei a melhorar”, lembra.

‘Amigas da Paz: Elas ao Trabalho’

A procuradora Patrícia Rego explica que o projeto Amigas da Paz: Elas ao trabalho surgiu da percepção diária da equipe do CAV no acolhimento, na escuta qualificada das mulheres, nas visitas que os profissionais faziam a essas vítimas.

O foco é qualificar e oportunizar um trabalho às vítimas de violência doméstica. O projeto também é acompanhado pela procuradora-geral de Justiça do MP-AC, Kátia Rejane de Araújo Rodrigues, e pela promotora Diana Soraia Pimentel.

No total, 25 mulheres, CIS e trans participam do projeto, 15 que são acompanhadas pelo CAV e 10 pela casa de acolhimento a vítimas de violência doméstica, Rosa Mulher. Dez empresas, todas dirigidas por mulheres, estão inscritas no projeto.

“A importância do projeto, que é inspirado em um outro do MP de São Paulo, o ‘Tem saída’, é mostrar a essas mulheres que, de fato, tem saída. Elas chegam no CAV muito fragilizadas, em um momento de muita dor e desespero. Algumas já vêm de um longo ciclo de violência, sofrendo violência reiterada, outras não, mas sempre muito, muito fragilizadas”, diz a procuradora.

A coordenadora do centro fala da importância do empoderamento feminino, no sentido de a mulher ter uma independência econômica financeira, para, além de conseguir se sustentar sozinha, que possa levantar sua autoestima.

“Isso é importantíssimo para que ela possa quebrar o ciclo da violência. Quando a mulher chega aqui, ela vem em um momento de dor e fragilidade, ela recebe informação sobre seus direitos, é encaminhada para a rede de proteção, para que ela tenha assistência seja psicológica, de saúde, na questão jurídica, no que precisar,” explica.

Várias instituições estão envolvidas, entre elas o Ministério Público do Trabalho (MPT); Prefeitura de Rio Branco, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), além das 10 empresárias que vão receber as mulheres que vão ser inseridas no mercado de trabalho, após qualificação profissional.

Ainda de acordo com a coordenadora do CAV, a Prefeitura de Rio Branco vai certificar as empresas que fazem parte do projeto por meio um decreto que institui o Selo Amigas da Paz. “O foco é reconhecer as parceiras que se comprometeram a dar oportunidade às vítimas violência doméstica”.

Para ajudar a inserir essas mulheres no mercado de trabalho, as empresárias, com empreendimentos consolidados em Rio Branco, se engajaram em contribuir com a diminuição da violência.

“Mulheres como essas resolveram romper com a zona de conforto e dizer não, eu não posso permitir que isso continue, quero ajudar essas mulheres, porque, de fato, tem saída, há um outro caminho”, acrescenta a procuradora.

A empresária Patrícia Graciele Dossa, de 42 anos, é uma das apoiadoras do projeto — Foto: Arquivo pessoal

Sororidade: mulheres que levantam outras mulheres

A empresária Patrícia Graciele Dossa, de 42 anos, é uma das apoiadoras do projeto. Ela conta que ficou muito sensibilizada com a situação das mulheres, mas disse que o fato de abrir as portas da sua empresa para elas não é favor, mas sim uma oportunidade de vida nova e recomeço.

“Quando a doutora Patrícia Rêgo nos convidou, fiz questão de dizer que não era favor, nós, empresárias, precisamos dos colaboradores e elas precisam de emprego. O fato de elas estarem nessa situação, terem passado por esses problemas, até por sermos mulheres, a gente se sensibiliza. Elas precisam de muito mais, precisam desse apoio para se reerguerem”, fala.

Até o momento, a empresária diz que ainda não contratou nenhuma das 25 mulheres que participam do projeto, mas afirma que a procura por um currículo que se encaixe nas necessidades de sua empresa já começou.

“A gente se sensibiliza muito. Estou à espera de alguma que se encaixe. A gente tem empatia, a gente realmente sente a dor da outra mulher e se põe no lugar. Pretendo ajudar, estou otimista e correndo atrás, porque quero e vou ajudar”, afirma.

A Lei maria da Penha classifica cinco tipos de violência contra a mulher — Foto: Arte/Wescley Camelo

Números e tipos de violência

O caso de Maria está longe de ser uma exceção. Apenas na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Rio Branco, de janeiro ao dia 18 de novembro de 2018 foram instaurados 1.649 inquéritos.

Em comparação com o mesmo período deste ano, de janeiro ao dia 18 de novembro de 2019, foram instaurados 1.718 inquéritos, um aumento de quase 70 casos. Em todo o ano de 2018 foram, no total, 1.878 casos, entre flagrantes e portarias – inquéritos que se formaram através de outras investigações.

Já na Vara de Proteção à Mulher em Rio Branco, de janeiro até o dia 19 de novembro, 3.636 processos eletrônicos estão em andamento em 2019. Durante todo o ano de 2018 foram computados 3.172. Já no ano de 2017, 3.194 processos estiveram em andamento.

Criada em 7 de agosto de 2006, a lei nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, completou 13 anos em 2019. A lei classifica cinco formas de violência de gênero.

  • Violência física: conduta que possa ofender a integridade ou a saúde corporal da mulher;
  • Violência psicológica: conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima ou ação que prejudique e controle comportamentos, decisões, sob ameaça, humilhação entre outros;
  • Violência sexual: conduta que faça com que a vítima mantenha ou faça relação sexual não consentida;
  • Violência patrimonial: quando o agressor possa fazer a retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, documentos pessoais, bens entre outros;
  • Violência moral: qualquer tipo de ação que configure calúnia, difamação ou injúria.

Saiba como denunciar

A Lei Maria da Penha cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Existem muitas formas de denunciar um agressor:

  • Ligue 180, serviço telefônico gratuito disponível 24 horas em todo o país;
  • Clique 180, aplicativo para celular;
  • Ligue 190, se houver uma emergência;
  • Delegacias de polícia;
  • Delegacias da Mulher (se não funcionar 24 horas, o boletim de ocorrência pode ser feito em uma delegacia normal e depois transferido);
  • Centros de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, para os casos em que a mulher não se sente segura em procurar a polícia;
  • Serviços de Atenção Integral à Mulher em Situação de Violência Sexual, como abrigos de amparo;
  • Defensoria Pública, que atende quem não possui recursos para contratar um advogado;
  • Promotorias Especializadas na Defesa da Mulher.
  • A Secretaria de Políticas para as Mulheres oferece em seu site os endereços das delegacias e pontos de atendimento (acesse aqui).

Quando indagada sobre o que quer da vida daqui para frente, Maria diz que resolveu contar sua história para que ela não fique abafada como muitas outras mulheres que passam pelo mesmo problema e não têm coragem de fazer o mesmo que ela e denunciar.

Dentre as muitas vozes ‘caladas’ de mulheres que sofrem violência em todo o Brasil essa, com certeza, não foi ‘sufocada’.

“Quero ajudar, que o que aconteceu comigo não aconteça com outras mulheres. O que me falta mesmo hoje é um emprego. Só isso que eu quero: ter uma vida com dignidade, sem estar precisando dos outros, sem estar preocupada com o amanhã. Para mim, só falta isso”, finaliza.

Maria diz que o que precisa para ser feliz é ser livre e trabalhar, apenas isso — Foto: Gilberto Sampaio/Rede Amazônica Acre

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Em alusão aos 32 anos de Epitaciolândia, prefeitura pagou antecipado o mês de abril nesta terça feira, 23.

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Fazendo parte dos festejos em comemoração aos 32 anos de emancipação político-administrativa de Epitaciolândia. O prefeito Sérgio Lopes determinou ao setor de finanças que realizasse de forma antecipada o pagamento da folha de todos os servidores e cargos comissionados referentes ao mês de abril de 2024.

Com o deposito na conta dos servidores entrarão em circulação cerca de 2,9 milhões na economia local, devido ao grande esforço da gestão em cortar gastos e manter a austeridade fiscal tem sido possível pagar antecipado à folha e manter em dia os compromissos financeiros com fornecedores.

Sérgio Lopes salientou que o pagamento de forma antecipada tem sido constante devido ao zelo com dinheiro público e o compromisso na valorização dos servidores.

“Temos tido esse olhar diferenciado com nossos servidores, ao longo de nossa gestão já concedemos cerca de 37,5% de reajuste e sempre buscamos garantir todos os direitos de cada um, pagamos hoje o mês de abril, são mais de 2,9 milhões de reais na economia local, esse é o nosso maior investimento, cuidar bem de nossa gente em todos os aspectos. ” Destacou o prefeito. ” Disse o prefeito

 

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BR’s 364 e 317 seguem entre as piores do país, mostra levantamento

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Um ranking organizado pelo Centro de Liderança Política (CLP) comprova o que o acreano sente na prática há muitos anos. As rodovias federais que “cortam” o estado estão entre as piores de todo o país.

O levantamento foi baseado na avaliação das rodovias nacionais feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) que avaliou 111.502 quilômetros de rodovias pavimentadas, o que corresponde a 67.659 quilômetros da malha federal (BRs) e a 43.843 quilômetros dos principais trechos estaduais, levando em conta a estrutura das estradas e tempo de conservação.

Conforme o ranking, o Acre recebeu apenas 1,96 de uma nota máxima de 5, ficando, entre todos os estados brasileiros, a frente apenas do Amazonas, com 1,82. O estado vizinho possui uma particularidade, sendo que diversos municípios têm ligação apenas aérea ou fluvial.

O ranking é liderado pelo estado de São Paulo com nota 4,16, seguido por Alagoas e o Distrito Federal. Na Região Norte, o estado melhor colocado é Roraima, na 12ª posição.

As condições das rodovias federais no Acre, principalmente a BR-364, informa o estudo, trazem prejuízos maiores para a população do que a simples demora e o desconforto de uma viagem, principalmente, afastando investimentos necessários para o desenvolvimento econômico do Acre por conta da dificuldade de logística na hora de escoamento da produção, já que rodovias em condições precárias resultam em aumento dos custos logísticos das empresas, devido a despesas adicionais com manutenção veicular, consumo excessivo de combustível e tempos de viagem.

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Governador Gladson Cameli entrega plano emergencial a ministros e pede ajuda federal para enfrentar mudanças climáticas no Acre

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O governo do Estado segue empenhado na busca por soluções e no enfrentamento aos eventos climáticos extremos que afetam o Acre com cada vez mais frequência e intensidade. Nesta segunda-feira, 22, em Brasília (DF), o governador Gladson Cameli entregou o Plano Emergencial de Enfrentamento às Enchentes aos ministros do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e reforçou o pedido de apoio do governo federal à população acreana.

Governador Gladson Cameli entregou, nesta segunda-feira, 22, o Plano Emergencial de Enfrentamento às Enchentes à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Foto: Pedro Devani/Secom

Elaborado por 11 órgãos do Poder Executivo, o documento de 84 páginas apresenta uma série de propostas e soluções, como a implantação de um sistema de alertas e monitoramento das cheias dos rios e igarapés, retirada de órgãos públicos, prédios comerciais, aldeias indígenas e famílias residentes em áreas de inundações, reflorestamento das matas ciliares e a contratação de estudos e assessorias técnicas para a elaboração dos planos das bacias hidrográficas, entre outras medidas.

“Sabemos do tamanho do desafio que temos pela frente e precisamos agir o quanto antes. As mudanças climáticas são uma realidade, e o Acre tem sofrido muito nos últimos anos. A nossa vinda aqui é para reforçar o nosso pedido de ajuda ao governo federal e, ao mesmo tempo, agradecer o presidente Lula e sua equipe de ministros, que têm sido grandes parceiros do nosso estado neste momento tão difícil”, afirmou Cameli.

Governante ressaltou os desafios enfrentados no estado e agradeceu o apoio dado pelo governo federal à população acreana. Foto: Pedro Devani/Secom

Durante o encontro, a ministra Marina Silva defendeu a destinação de recursos para um programa nacional de emergência climática. “Talvez tenhamos que fazer um regime de exceção fiscal, como foi feito durante a pandemia, para poder ajudar com mais agilidade os municípios que estão em situação mais grave”, declarou.

Na oportunidade, também foi entregue à titular do Meio Ambiente e Mudança do Clima uma carta consulta para a recuperação da bacia do Igarapé São Francisco. “Esta é uma intervenção necessária e muito importante para conter os alagamentos do manancial, que estão cada vez mais recorrentes, e causam transtornos a milhares de famílias da capital”, explicou Renata Souza, secretária adjunta de Meio Ambiente.

Em 2024, mais de 100 mil pessoas de 19 dos 22 municípios acreanos sofreram com as enchentes. Brasileia, na fronteira com a Bolívia, registrou a maior cheia da história. Um levantamento do governo estadual estima que 13 mil residências estão localizadas em áreas alagadiças.

Durante a reunião, também foi apresentada uma carta consulta para a recuperação da bacia do Igarapé São Francisco. Foto: Pedro Devani/Secom

“Queremos formalizar parcerias com as prefeituras para a formulação de planos municipais que estejam de acordo com as realidades locais. A nossa meta é executar a curto, médio e longo prazo as propostas contidas neste documento e superar estes problemas, que tanto têm prejudicado nossa população, de maneira definitiva”, argumentou o secretário de Planejamento, Ricardo Brandão.

Ministro Waldez Góes enaltece iniciativa do governo do Acre

O esforço do governo do Estado em querer superar as consequências dos eventos climáticos extremos foi reconhecido pelo ministro Waldez Góes. O gestor colocou-se à disposição para ajudar o Acre. “É muito louvável a elaboração deste plano. Sabemos que é um tema transversal e estaremos empenhados em dialogar com outros ministérios para poder apoiar o estado. O Brasil tem um futuro muito desafiador em relação aos eventos climáticos extremos”, enfatizou.

Ministro Waldez Góes enalteceu iniciativa do governo do Estado e garantiu apoio ao plano emergencial. Foto: Pedro Devani/Secom

As reuniões foram acompanhadas pelos secretários de Governo, Alysson Bestene; da Fazenda, Amarísio Freitas; de Habitação e Urbanismo, Egleuson Santiago; e de Comunicação, Nayara Lessa; do chefe do Gabinete do Governador, José Messias; e do procurador do Estado, João Paulo Setti.

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